Andrea Giardino para o Valor Econômico
01/08/2007
O estresse, a obesidade e o sedentarismo são fatores que não só afetam a qualidade de vida das pessoas como interferem diretamente na produtividade delas no trabalho. É o que revela pesquisa realizada pelo laboratório paulista Fleury Medicina e Saúde, com cerca de 2,7 mil funcionários, de um grupo de cinco empresas.
Em uma primeira etapa foram avaliados itens como peso e altura, pressão arterial sistêmica, glicose e colesterol em uma população de 998 empregados, dos quais 94% tinham até 45 anos e 80% eram do sexo masculino. Desse percentual, 62,6% relataram manter uma dieta com baixa qualidade; 55,2% apresentaram indícios de obesidade ou sobre-peso; 49,3% afirmaram ser sedentários; 52,8% passaram por alguma consulta médica nos últimos três meses, e, 38,8% consideraram sua qualidade de vida como moderada, ruim ou muito ruim.
O estudo também apontou que 11,7% dos entrevistados faltaram ao trabalho pelo menos um dia durante o período de três meses e 6,8% deles estiveram ausentes por quatro ou mais dias no emprego. "Esse índice de afastamento está ligado ao nível de estresse do profissional" , afirma Marcos Bosi Ferraz, coordenador do núcleo de pesquisa aplicada do Fleury. "Aqueles que apresentam estresse mais elevado, sem dúvida, acabam ficando mais tempo fora da empresa."
Em contrapartida, os afastamentos relacionados a motivos mais graves, que representaram 46,9% dos casos, foram mais curtos. Ou seja, a maior parte das faltas dessa natureza ficou concentrada em um dia, enquanto 18,4% das ausências se deu em quatro ou mais dias. Segundo Ferraz, um dado curioso refere-se ao universo de pessoas com mais chances de faltar na companhia. O sedentário tem três vezes mais risco de se ausentar do que quem pratica alguma atividade física por, no mínimo, três vezes na semana. "Mesmo quem tem nível de estresse moderado possui o dobro de probabilidade de faltar em relação aos não estressados."
A pesquisa revelou, ainda, que a percepção sobre a importância de se buscar qualidade de vida no dia-a-dia entre os sedentários é maior se comparada aos obesos. Por outro lado, as pessoas com estresse elevado têm uma percepção quase 20 vezes pior do que as menos estressadas. Uma amostragem feita com 600 pessoas apontou que os problemas ligados ao trabalho (42,7%) são a principal causa de estresse, seguida dos financeiros (36,3%) e dos familiares (30,3%).
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
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