quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Curiosidade: Ecogastronomia

fonte: Slow Food Brasil

O movimento Slow Food representa a união entre a ética e o prazer da alimentação com uma palavra: ecogastronomia. Restitui ao alimento sua dignidade cultural, favorece a sensibilidade do gosto e luta pela preservação e uso sustentável da biodiversidade. Protege espécies vegetais e raças animais, contribuindo com a defesa do meio ambiente, da cozinha típica regional, dos produtos saborosos e do prazer da alimentação.

O Slow Food preconiza o reconhecimento da importância do prazer aliado à alimentação. Devemos aprender a apreciar a larga gama de receitas e sabores e reconhecer a variedade de lugares e pessoas cultivando e produzindo alimentos. Devemos respeitar os ritmos das estações e da convivialidade.

Além disso, a receita desenvolvida por Carlo Petrini e os membros do Slow Food propõe um novo senso de responsabilidade na busca do prazer. Demanda que todos têm o direito de aproveitá-lo. O Slow Food chama este conceito de Ecogastronomia. É uma atitude capaz de combinar o respeito e interesse na cultura enogastronômica com apoio para aqueles que lutam para defender os alimentos e a biodiversidade agrícola no mundo todo.

Ainda dentro do princípio da ecogastronomia, o Slow Food apóia um novo modelo de agricultura, que é menos intensivo e mais saudável e sustentável, com base no conhecimento das comunidades locais. Este é o único tipo de agricultura capaz de oferecer formas de desenvolvimento para as regiões mais pobres do nosso planeta.

Por esta razão o Slow Food está comprometido a salvaguardar alimentos, matéria-prima e métodos tradicionais de cultivo e transformação dos alimentos. Luta para defender a biodiversidade de variedades sejam elas cultivadas ou selvagens, e proteger os locais de convívio que formam a herança cultural devido ao seu valor histórico, artístico e social.

Considerando uma variedade de fruta ou um prato tradicional local, não é possível ignorar sua relação com a história, cultura e ambiente de onde se originou. Portanto, o Slow Food estressa a importância da produção agrícola para manter o equilíbrio de respeito e troca com o ecossistema. É por isso que o Slow Food foi definido como um movimento de eco-gastrônomos.

http://terramadre.slowfoodbrasil.com/

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Official: organic really is better

From The Sunday Times
THE biggest study into organic food has found that it is more nutritious than ordinary produce and may help to lengthen people's lives.

The evidence from the £12m four-year project will end years of debate and is likely to overturn government advice that eating organic food is no more than a lifestyle choice.

The study found that organic fruit and vegetables contained as much as 40% more antioxidants, which scientists believe can cut the risk of cancer and heart disease, Britain’s biggest killers. They also had higher levels of beneficial minerals such as iron and zinc

Professor Carlo Leifert, the co-ordinator of the European Union-funded project, said the differences were so marked that organic produce would help to increase the nutrient intake of people not eating the recommended five portions a day of fruit and vegetables. “If you have just 20% more antioxidants and you can’t get your kids to do five a day, then you might just be okay with four a day,” he said.

This weekend the Food Standards Agency confirmed that it was reviewing the evidence before deciding whether to change its advice. Ministers and the agency have said there are no significant differences between organic and ordinary produce.

Researchers grew fruit and vegetables and reared cattle on adjacent organic and nonorganic sites on a 725-acre farm attached to Newcastle University, and at other sites in Europe. They found that levels of antioxidants in milk from organic herds were up to 90% higher than in milk from conventional herds.

As well as finding up to 40% more antioxidants in organic vegetables, they also found that organic tomatoes from Greece had significantly higher levels of antioxidants, including flavo-noids thought to reduce coronary heart disease.

Leifert said the government was wrong about there being no difference between organic and conventional produce. “There is enough evidence now that the level of good things is higher in organics,” he said.



Related Links
Eat your words, all who scoff at organic food
Importing organic food by air ‘not ethical’
Sales of organic food soar to £2bn



Have your say:


If you buy locally produced organic fruit & veg from an organic box scheme it is usually cheaper than buying ordinary produce from the supermarkets never mind organic produce. Less food miles too. It is a fallacy that the supermarkets are cheaper - look at the profits they make - they rely on consumers wanting convenience and buying everything in one place. Search out your local organic box scheme and support local farmers directly - cutting out the middleman saves you money and gives a better deal to everyone. Gill, Brough, England

Great to have the proof from 33 independent academic scientific institutuions ..it has been said many times over many years .. healthy soil = healthy plants = healthy animals = healthy humans.. and organics is about building soil health.. harrah that organic farming also supports the environment, fauna and flora diversity, ecology and the smaller family farms as well! eat well, support your families & the planets' (earth) .. health! catriona macmillan, Bondi Beach, australia

Organics = more nutrients Does it make sense to other people that because we're getting more nutrition, we feel full quicker and don't eat as much? Kerri Witt, Brisbane, Australia


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quinta-feira, 25 de outubro de 2007

ASBOs vs Nutrition

From The Ecologist by Pat Thomas

ASBOs vs NutritionOver 1,000 juvenile delinquents showed a 44 per cent drop in antisocial behaviour when put on a low sugar diet. So why is the government completely ignoring what we are feeding our children, and yet is happy to spend £2,500 on administering each ASBO?

In October 2003 the UK government launched the latest offensive in its war on crime, the ‘Together Campaign’, across England and Wales – sold to the public as a tough stand against crime in the local community. The campaign manifesto emphasised the ‘wide ranging’ powers that local agencies have to keep the peace: acceptable behaviour contracts (ABCs); anti-social behaviour orders (ASBOs); parenting orders; injunctions; vehicle removal; mediation; diversionary schemes; preventive work; and witness protection programmes.

Like all wars, the war on crime comes with an aggressive moralistic rhetoric that sets up an adversarial dynamic ultimately more effective at preventing insight than it is at preventing crime. Methods of enforcement such as the much publicised ASBOs are appealing weapons because they represent discernable action, at least in the short term. But consider what’s happening over the longer term.

(...)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Por que é importante manter o colesterol sob controle?

Instituído em 2002, pelo Governo Federal, o Dia Nacional de Controle do Colesterol, 08 de agosto, a data é destaque no calendário da Saúde porque as doenças do coração, seguidas do câncer são as duas maiores causas de morte natural no Brasil. “O colesterol alto não apresenta sintomas. O primeiro sintoma pode ser o ataque cardíaco, o derrame cerebral ou até mesmo a morte. Por isso, quem tem histórico de morte na família por infarto, doenças arterioscleróticas, é obeso, sedentário e alimenta-se ingerindo uma grande quantidade de gorduras saturadas tem mais chances de ter colesterol alto e sofrer de arteriosclerose”, alerta a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional, Citen.

É importante esclarecer que o colesterol, em si, não é uma doença. O colesterol é uma substância importante para a saúde, porque é usada na formação da membrana das células do corpo e de alguns hormônios. O colesterol é produzido pelo nosso organismo, mas também podemos ‘adquiri-lo’ por meio da ingestão de alimentos gordurosos. Segundo Ellen Paiva, a maior parte do colesterol é fabricada pelo próprio corpo, cerca de 70%, no fígado, enquanto 30% provêm da alimentação. “Existem pessoas que já nascem geneticamente predispostas a serem grandes produtoras dessa molécula.

Se elas conseguissem eliminar todo o colesterol de suas dietas, ainda não resolveriam o problema do colesterol alto e precisariam de medicação para fazer este controle”, explica. Dentre os muitos elementos envolvidos no controle do colesterol, o equilíbrio entre medicação, dieta e exercícios fazem toda a diferença na vida do paciente. A seguir, a diretora clínica do Citen fornece mais informações sobre a importância do controle do colesterol.

- A partir de que idade o controle do colesterol deve passar a ser uma preocupação?

Ellen Paiva - Pessoas sadias sem nenhuma alteração precedente, nem história familiar da doença, sem parentes que tenham implantado pontes de safena, feito angioplastia ou sofrido infarto devem medir os níveis basais de colesterol aos 35, 40 anos. No entanto, pessoas com histórico familiar de doença aterosclerótica (os infartados, que já foram operados e os que fizeram angioplastia) precisam de análise precoce, entre os 15 e os 20 anos. A presença de obesidade já indica a dosagem do colesterol em qualquer idade, inclusive na infância.

- Qual a diferença entre o colesterol ruim e o colesterol bom?

Ellen Paiva – Hoje, sabemos que o colesterol total é composto por várias frações: o HDL, o LDL e o VLDL colesterol. O HDL é o colesterol protetor, quer dizer, seus índices elevados se associam à mais baixa incidência de doenças cardiovasculares. Geralmente é geneticamente determinado, mas sofre influência positiva de todas as atitudes saudáveis como a prática de atividade física, a perda de peso, a interrupção do fumo. Infelizmente, ainda não temos medicamentos efetivos e seguros que aumentam os níveis de HDL. Atualmente, a indústria de medicamentos tem investido muito em pesquisas, à procura de uma droga com o potencial de elevar esse colesterol protetor. O LDL é a fração mais perigosa do colesterol. Ela é responsável pela formação das placas que obstruem as artérias e levam ao infarto ou ao derrame. É sobre essa fração do colesterol que agem as drogas mais potentes na prevenção dos acidentes vasculares, as estatinas. Essas drogas bloqueiam a produção endógena de colesterol e conseguem manter seus níveis sangüíneos bem baixos, como desejado nos pacientes de risco, como os diabéticos e naqueles que já apresentaram um evento cardiovascular anterior. O VLDL colesterol é uma fração calculada a partir da dosagem dos triglicérides. Logo, o VLDL é uma fração que revela os níveis de trigliocérides mais do que os de colesterol.

- Por que o colesterol alto é um inimigo da saúde?

Ellen Paiva - Os vilões da saúde, causadores da elevação das taxa de colesterol são os hábitos pouco saudáveis de alimentação. Mas o problema é quando o colesterol circula em excesso pelo organismo e acaba estacionando nas paredes das artérias, obstruindo-as, contribuindo assim, para o surgimento de uma doença conhecida por arteriosclerose. Existe também uma predisposição genética para a doença - que combinada com o fumo, o estresse, a vida sedentária e a pressão alta - pode levar à doença. As conseqüências da arteriosclerose são perigosas: ela pode causar invalidez precoce, infartos, derrames e pode levar o indivíduo a morte.

- Existem sintomas evidentes que demonstram a alta da taxa do colesterol?

Ellen Paiva - Não, muitas vezes, o indivíduo só vai saber que tem a doença tarde demais, quando um vaso sangüíneo sofre obstrução. A má circulação do sangue, causada pelo acúmulo de gordura nas artérias, prejudica a oxigenação do organismo como um todo. Os sintomas dependem do órgão afetado pela obstrução da artéria. Daí, surgem os sintomas da isquemia como a angina, que é o prenúncio do infarto. Nos idosos, há alguns sinais que podem indicar o problema: perda de memória, falta de atenção, dormir e acordar enquanto está conversando, dor nas pernas ao andar.

- Qual o tratamento indicado para a arteriosclerose?

Ellen Paiva - Existem remédios para controlar o colesterol alto, mas a arteriosclerose só melhora com uma mudança significativa no estilo de vida. O ideal é a prevenção. Reduzir o estresse, praticar exercícios físicos, interromper o fumo, manter a pressão arterial estável e o peso sob controle são fundamentais. As pessoas que tem diabetes devem ficar mais atentas para o surgimento da doença, pois neles ela é muito mais freqüente do que na população em geral.

- E além da orientação nutricional, quais os medicamentos empregados para o controle do colesterol?

Ellen Paiva - A descoberta das estatinas revolucionou o tratamento medicamentoso do colesterol, pois, algumas vezes, a dieta não possibilita ao paciente o alcance de um perfil normal de gorduras no sangue, devido a alterações no seu organismo. Nesses casos específicos, só a dieta não basta. As drogas à base de estatina têm um efeito redutor do colesterol, além de benefícios reais na prevenção e no tratamento das placas de gordura, responsáveis pelo surgimento da arteriosclerose. Entretanto, devem ser utilizadas apenas com supervisão médica, pois apresentam contra-indicações e a possibilidade de efeitos colaterais sérios.

- Quais as formas de prevenção à doença?

Ellen Paiva - Quem tem predisposição genética deve procurar manter hábitos de vida saudáveis, evitando o fumo, controlando o colesterol e a pressão. Somando-se a esses esforços, o paciente deve seguir uma dieta saudável para alcançar e manter o peso ideal e reduzir a taxa de colesterol.

- É recomendável a eliminação completa das gorduras da alimentação para fazer o controle do colesterol?

Ellen Paiva - A gordura é a parte mais saborosa dos alimentos. Diferentemente do açúcar, que pode ser substituído pelos adoçantes, muitas vezes, sem alterar o sabor dos alimentos, a gordura não tem um substituto à altura. Sempre que reduzimos as gorduras de nossos alimentos, reduzimos também um pouco do sabor desses alimentos. Isso acontece com as carnes, molhos, sopas, cozidos e refogados. Mas vale a pena tentar trocar o bacon pelo alho, abusar da cebola e de alguns condimentos como o gengibre, trocar a maionese pelo queijo cottage ou pelo molho de iogurte. Podemos fazer muito para reduzir o colesterol da dieta, sem sacrificar o sabor das refeições.


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Orientações nutricionais para controle do colesterol:

1) Alterar todo o consumo de leite e derivados para as versões desnatadas. Na corrida da indústria alimentícia para atender a demanda de alimentos nutritivos, menos calóricos e com sabor agradável, o leite e seus derivados estão bem adiante. Os leites e iogurtes desnatados, os queijos magros e com baixo teor de colesterol, as margarinas sem gordura trans hidrogenadas e com adição de fitosteróis, as maioneses sem colesterol têm chegado ao mercado atendendo essa demanda de sabor e nutrição, com baixas calorias;

2) Aumentar o consumo de fibras solúveis, uma vez que são benéficas ao metabolismo em geral e ao das gorduras, em especial;

3) Reduzir o consumo de carne vermelha e de proteína animal, porque geralmente estes alimentos são consumidos acima das recomendações médicas (20% do valor calórico total ou em torno de 0,8-1,0g de proteína/kg/dia). O hábito do brasileiro de organizar um churrasco, a cada final de semana, faz das carnes vermelhas as grandes fontes de colesterol;

4) Evitar o consumo de camarão, frutos do mar e vísceras como fígado;

5) Diminuir o consumo dos ovos, pois uma gema de ovo de galinha contém, em média, 300mg de colesterol, quantidade máxima recomendada de ingesta de colesterol para um dia inteiro. Sorvetes, doces gordurosos e bolos que levam ovos e manteiga em suas receitas também são ricos em colesterol.

FONTE: Citen via Envolverde

Vinho pode prolongar a vida, diz estudo

no Globo.com
Estudo holandês levou quatro décadas para coletar os dados. Resultados foram apresentados em reunião de cardiologistas nos EUA.

Uma pequena ingestão diária de qualquer bebida alcoólica, especialmente vinho, pode ajudar a prolongar a expectativa de vida dos homens, de acordo com os resultados de um estudo holandês feito durante quatro décadas e divulgado nesta quarta-feira (28).

Os pesquisadores realizaram o estudo na cidade industrial de Zutphen, no leste da Holanda, acompanhando um grupo de 1.373 pessoas do sexo masculino, nascidas entre 1900 e 1920.

Os voluntários foram entrevistados sete vezes durante 40 anos sobre seu consumo de bebidas alcoólicas, a última delas em meados de 2000.

"Nosso estudo mostra que a leve ingestão de álcool em longo prazo em homens de idade mediana esteve não apenas associada ao menor risco de morte por doenças cardiovasculares e outras causas, mas também a uma maior expectativa de vida aos 50 anos", relatou a principal autora do estudo, Martinette Streppel.

"Mais do que isso: o consumo leve de vinho em longo prazo se associa a um efeito protetor, quando comparado à ingestão de leve a moderada de álcool de outros tipos", completou Streppel, doutora da Universidade Wageningen e do Instituto Nacional para Saúde Pública e Meio Ambiente em Bilthoven, Holanda.

Os pesquisadores descobriram que os homens que tomam em média meia taça de vinho todos os dias têm uma expectativa de vida 3,8 anos acima dos que não bebem.

Em contraste, os homens que tomam álcool em pequena quantidade diariamente e em longo prazo têm uma expectativa de vida de 1,6 ano a mais do que os abstêmios.

As conclusões desta investigação foram divulgadas hoje durante a Conferência Anual sobre Doenças Cardiovasculares e Prevenção da Associação Americana do Coração, em Orlando, Flórida (sudeste).

O estudo levou em consideração os hábitos alcoólicos e alimentares, o consumo de cigarro, a massa corporal e a propensão ao câncer, diabetes e ataques do coração dos voluntários.

Os investigadores destacaram que são necessários outros estudos para determinar de que maneira o vinho e o álcool incidem sobre os riscos cardiovasculares, acrescentando que a Associação Americana do Coração não está sugerindo, com isso, que se comece a tomar vinho ou outra forma de bebida alcoólica, devido ao seu potencial viciador.

Dietéticos que engordam

13/08/2007 - 11h08
Estudo feito no Canadá conclui que crianças que se alimentam com comidas e bebidas diet podem distorcer a relação entre gosto e conteúdo calórico e comer além da conta a partir da adolescência

Agência FAPESP – Pais que dão alimentos dietéticos aos filhos, com o objetivo de ajudá-los a perder ou não ganhar peso, podem estar incorrendo em grave erro. Segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, comidas e bebidas diet podem fazer crianças comer além da conta e levar à obesidade.

O trabalho destacou uma tendência de relacionar o gosto do alimento à quantidade de energia calórica por ele produzida. Ao consumir versões com menos calorias de alimentos que normalmente são muito calóricos, as crianças poderiam desenvolver conexões distorcidas entre gosto e conteúdo calórico, levando à ingestão excessiva ao crescer.

“O uso de comidas e bebidas dietéticas desde a infância até a vida adulta pode levar à ingestão em excesso de alimentos e ao ganho gradual de peso por meio do processo de condicionamento de gostos que verificamos”, disse o sociólogo David Pierce, principal autor do estudo, cujos resultados serão publicados na edição de agosto da revista Obesity.

Os cientistas conduziram uma série de experimentos em ratos jovens e verificaram que a substituição de alimentos comuns por versões com calorias reduzidas levaram os animais a se alimentar em demasia quando mais velhos. Os resultados foram similares tanto para animais mais magros como para os mais obesos, mas as implicações na saúde foram piores no segundo grupo.

Quando o experimento foi repetido com ratos um pouco mais velhos – com idades equivalentes à adolescência em humanos –, os resultados foram diferentes: os animais, posteriormente, não apresentaram a mesma tendência a comer em excesso.

Segundo os pesquisadores canadenses, ao contrário dos mais jovens, os animais adolescentes aprenderam a relacionar mais corretamente a relação entre gosto e componente energético.

O cientista destaca que mais estudos serão necessários para esclarecer melhor o assunto, “mas a pesquisa mostra que animais jovens podem ser levados a comer em demasia quando submetidos diariamente a alimentos com baixa caloria e que isso causa um desequilíbrio no sistema de balanço energético”.

“É melhor que as crianças se alimentem de maneira saudável, com dietas bem balanceadas e com calorias suficientes para suas atividades diárias, do que ingerir lanches ou alimentos com poucas calorias”, disse Pierce. “Pais e profissionais de saúde devem estar cientes disso e de que a forma tradicional de manter crianças saudáveis e esbeltas, por meio de refeições bem balanceadas e exercícios regulares, é a melhor.”

Orientação nutricional melhora hábitos alimentares de pacientes com AIDS

Por Júlio Bernardes, da Agência USP

O uso de medicamentos anti-retrovirais ajudou os portadores do vírus da AIDS a controlarem a evolução da doença,mas trouxe o risco de alterações na gordura corporal, problemas cardiovasculares e diabetes. Para tentar prevenir estes problemas, a nutricionista Luara Bellinghausen Almeida desenvolveu e testou um programa de aconselhamento que conseguiu melhorias nos hábitos alimentares de pacientes com o vírus.

A nutricionista acompanhou durante um ano 53 portadores de HIV entre 19 e 59 anos de idade atendidos na Casa da AIDS, ligada ao Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP. “Metade desses pacientes receberam aconselhamento nutricional individualizado”, relata. “A medicação pode alterar a distribuição da gordura corporal, que passa a se acumular na região abdominal (associada ao maior risco de síndrome metabólica e doenças cardiovasculares) enquanto há perdas nas regiões periféricas do corpo, como braços e pernas.”

Os pacientes orientados receberam folhetos sobre a importância do uso de fibras (frutas, legumes, verduras e cereais integrais) na alimentação e da redução do consumo de açúcares e gorduras. “Também era feita uma avaliação do consumo alimentar, para verificar a adequação da dieta”, explica a nutricionista. “Em um ano, o consumo médio de fibras passou de 13 para 24 gramas diárias, próximo do nível recomendado (25 gramas), enquanto a ingestão de gorduras reduziu 1,8%, contra aumento de 2,82% do grupo não aconselhado”.

Monitoramento
A cada quatro meses, todo o grupo passava por medições de peso, Índice de Massa Corporal (IMC), cintura, dobra cutânea, colesterol(HDL e LDL), pressão arterial, triglicérides e glicemia (teor de glicose no sangue). “Outro efeito dos retrovirais são o aumento do colesterol e triglicérides, além de alterações no metabolismo da glicose que podem provocar diabetes”, diz Luara. “O estudo acompanhou pacientes que começavam a usar a medicação para avaliar o efeito da orientação nutricional na prevenção das mudanças na gordura corporal e das alterações metabólicas associadas ao uso dos antiretrovirais”.

O estudo não registrou alterações significativas nos parâmetros bioquímicos (colesterol, triglicérides e glicemia) dos pacientes avaliados, inclusive entre o grupo que não recebeu orientação nutricional. “Isso mostra que nenhum dos portadores de HIV estudados chegou a desenvolver um quadro de lipodistrofia (alteração na distribuição de gorduras no organismo)”, destaca Luara. “Provavelmente, o acompanhamento nutricional estimulou os pacientes não orientados a monitorarem a própria alimentação”.

A nutricionista aponta que forneceu orientação específica sobre alimentação em situações especiais, como problemas gastro-intestinais causados pelos medicamentos retrovirais. “Esses distúrbios acontecem principalmente quando se começa a utilizar a medicação e o organismo ainda não está adaptado”, conta. Todo o material utilizado durante o trabalho de acompanhamento e orientação foi reproduzido na dissertação de mestrado de Luara, apresentada na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Luara defende a inclusão de nutricionistas nas instituições que acompanham os portadores de HIV, como forma de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Antes dos anti-retrovirais, quando as internações eram mais comuns, a preocupação era prevenir a desnutrição e o agravamento das infecções oportunistas”, explica. “A pesquisa procurou definir novos padrões de orientação alimentar, já que a situação dos pacientes mudou rapidamente no Brasil com a distribuição universal de medicamentos que controlam a evolução da AIDS”.

Mais informações: (0XX11) 9211-4390, com Luara Bellinghausen Almeida. Pesquisa orientada pela professora Patrícia Constante Jaime

Vilões da pressão alta se escondem nas prateleiras dos supermercados

04/10/2007 - 11h10

A Secretaria Estadual da Saúde faz um alerta: boa parte dos alimentos industrializados disponíveis nas prateleiras dos supermercados, incluindo doces e adoçantes dietéticos, pode ser prejudicial ao coração, principalmente para pessoas com hipertensão arterial.

Diferentemente do que se imagina, não é o sal propriamente, e sim o sódio, o grande vilão da pressão alta. E essa substância está presente em outros compostos, como estabilizantes, conservantes e flavorizantes. Uma famosa marca de adoçante nacional, por exemplo, não traz no rótulo a quantidade que possui de sódio. Mas sua composição básica é sacarina sódica e ciclamato de sódio.

Olho no rótulo
Mesmo quando o rótulo do alimento não traz, na tabela nutricional, a quantia de sódio, é recomendável que pacientes hipertensos verifiquem, no rótulo, se há presença de ingredientes como glutamato monossódico, benzoato, cozeinato, citrato, nitrito, sosfato, propionato, sacarina, ciclamato, guanilato, alginato e sulfito.

“Os alimentos com maior teor de sódio são os produtos industrializados, como enlatados, temperos prontos e salgadinhos. Mas até os doces, adoçantes e refrigerantes podem conter esses compostos, que se consumidos em grandes quantidades, podem colaborar para o aumento da pressão alta”, afirma Cristiane Kovacs, coordenadora da Seção de Nutrição Clínica do hospital estadual Dante Pazzanese.

Especializado em cardiologia, o Dante desenvolve um trabalho junto aos pacientes em tratamento da hipertensão que os auxilia a interpretar corretamente os rótulos dos alimentos e, conseqüentemente, identificar o que lhes pode fazer mal.

Além dos produtos industrializados, o sódio também está presente em outros alimentos, como a carne e o leite. Em casos de hipertensão severa, em que apenas o uso dos medicamentos não assegura a estabilidade da pressão arterial, o monitoramento do consumo de sódio é essencial.

Hipertensão
A hipertensão é uma doença grave que atinge cerca de 35% da população brasileira acima de 40 anos. “O sódio é indispensável para a saúde, mas quando usado em exagero se torna um ‘veneno’”, afirma Cristiane Kovacs.

Por dia, o consumo ideal recomendado por especialistas é de 2,4 gramas de sódio, equivalente a 6 gramas de sal de cozinha. Mas deve-se levar em conta também o sódio contido em alimentos naturais. O paciente hipertenso deve restringir para 4 gramas de sal por dia ou 1,6 gramas de sódio diários.

(Envolverde/Sec de Saúde do Estado de São Paulo)

Corpo e mente saudáveis na terceira idade

Via Envolverde.

Especialistas do flat Residencial Santa Catarina, de São Paulo, toda semana dão 5 dicas sobre qualidade de vida para chegar bem à 3ª idade. Localizado a 50 metros da avenida Paulista, o Residencial é o primeiro flat de luxo do País focalizado no atendimento a moradores de Terceira Idade. Esta semana, Sheila Bigon Cunha, enfermeira chefe e gerontóloga da Unidade de Saúde do Residencial, apresenta cinco dicas para manter corpo e mente saudáveis na terceira idade.

1 – Descubra atividades que agucem seus talentos manuais ou que simplesmente dêem prazer aos realizá-las. Com isso, você caminhará na direção certa para obter maior equilíbrio espiritual e corporal.

2 – Amplie seu nível de contato com a natureza. A harmonia do mundo natural vai contagiar positivamente sua vida a partir de atividades simples como caminhadas em parques, banhos de cachoeira ou mar.

3 – Meditar é o melhor remédio preventivo para o corpo e a mente. Além de ajudar sua concentração e memória, as várias técnicas de meditação propiciam momentos únicos de encontro com o melhor que você tem.

4 – Abra sua casa para a vida. Harmonize o lugar onde mora abrindo portas e janelas para facilitar a circulação de ar e luz solar. Aproveite o movimento para se livrar de objetos antigos que tragam recordações desagradáveis. A circulação proporcionará uma sensação de bem estar.

5 - Atividade física é muito recomendada para a terceira idade, mas lembre-se de realizar um bom check-up antes de começar a se exercitar. Ainda que você só planeje caminhadas diárias, natação ou tai chi chuan, a avaliação prévia é importante.

Açúcar perigoso

Agência FAPESP – Um fenômeno considerado saudável para as células, o acúmulo de açúcar – que os tecidos usam como reservas energéticas –, acaba de se mostrar ruim para os neurônios e pode explicar a origem de diversas doenças degenerativas.

A afirmação é de um estudo publicado por um grupo de cientistas espanhóis na edição deste domingo (21/10) da revista Nature Neuroscience. O acúmulo ocorre na forma de glicogênio, polissacarídeo formado a partir de moléculas de glicose e utilizado como reserva energética.

A descoberta vem de estudo feito pelo grupo espanhol da doença de Lafora, uma desordem rara, irreversível e sem cura, caracterizada pelo aparecimento precoce de crises epilépticas. Com início na adolescência, a doença é marcada pela degeneração progressiva que reduz o paciente a um estado vegetativo em um período médio de dez anos.

A doença, que leva o nome do neuropatologista espanhol Gonzalo Rodriguez Lafora (1887-1971), é herdada dos pais, que carregam mutações em um ou outro dos genes associados com a patologia. Esses genes são conhecidos como laforina e malina. A doença também é caracterizada pelo acúmulo de formações anormais em neurônios, chamados de corpos de Lafora.

O estudo descreve as funções da laforina e da malina, explica a origem dos corpos de Lafora e identifica como ocorre o processo neurodegenerativo da doença.

“Observamos que esses dois genes atuam em conjunto como guardiões dos níveis de glicogênio em neurônios e são estimulados pela degradação das proteínas responsáveis pelo acúmulo de glicose. Em uma situação na qual um dos genes deixa de funcionar, essas proteínas não são degradadas, o glicogênio se acumula e, conseqüentemente, os neurônios se deterioram e ocorre o suicídio celular programado (a apoptose)”, explicou Joan J. Guinovart, diretora do Instituto de Pesquisa em Biomedicina e da Universidade de Barcelona.

De acordo com os pesquisadores, as conclusões do estudo ajudam a aumentar a expectativa de que estratégias eficientes para tratar a doença de Lafora possam ser encontradas. Um possível caminho, segundo eles, seria identificar uma molécula capaz de inibir a síntese de glicogênio em neurônios.

Entender melhor os mecanismos que estimulam e bloqueiam a produção de glicogênio também teria um grande impacto no estudo de outras doenças neurológicas e degenerativas. “Queremos ampliar os resultados do estudo para outras patologias nas quais o glicogênio está presente em neurônios, uma vez que nossos resultados sugerem que essa molécula é parte do problema”, disse Joan.

O artigo Mechanism suppressing glycogen synthesis in neurons and its demise in progressive myoclonus epilepsy, de Joan J. Guinovart e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Neuroscience em www.nature.com/neuro.

Dieta de alto risco

Dieta de alto risco
10/10/2007 Por Carlos Fioravanti e Ricardo Zorzetto

Pesquisa FAPESP – Em pé à entrada de um contêiner metálico que lembra um vagão de trem sem janela, Andressa Coope prepara uma pasta amarelada rica em gordura de porco. Os ratos brancos a serem alimentados com essa dieta, mantidos ali dentro em gaiolas empilhadas, chamam a atenção não só porque já são gordos, mas também porque carregam um pequeno cano semelhante a uma antena implantado no alto da cabeça.

É por esse tubo que a bióloga injetará substâncias que devem mostrar os efeitos de uma alimentação gordurosa sobre o organismo e reforçar a conclusão recente das equipes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) de que ela faz parte: consumir por muito tempo uma dieta rica em gorduras como a de países ocidentais, a exemplo do Brasil e dos Estados Unidos, além de engordar, pode ser trágico para o organismo.

O excesso de doces repletos de cremes, pães, frituras e carnes gordurosas impede o funcionamento adequado do hormônio insulina, que carrega a glicose para o interior das células de diferentes órgãos e tecidos onde esse açúcar é transformado na energia essencial à vida.
Foram necessários 15 anos de trabalho para as equipes de Mário José Abdalla Saad, José Barreto Carvalheira e Lício Velloso na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp comprovarem que esse desajuste bioquímico conhecido como resistência à insulina começa no cérebro e nos músculos.

Depois repercute em todo o corpo, reduzindo o aproveitamento da energia dos alimentos e aumentando a fome. Em conseqüência, obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer – em resumo, os problemas que mais matam no mundo hoje – desenvolvem-se mais facilmente.

Exemplo raro da integração de fenômenos observados no interior das células a outros fenômenos mais globais, que regulam o funcionamento de órgãos e tecidos, os quase 200 trabalhos publicados pelas equipes da Unicamp mostram agora com precisão onde, como e por que surge a resistência à insulina, o primeiro passo para o desenvolvimento de 90% dos casos de diabetes, que afetam 180 milhões de pessoas no mundo. Desses estudos emergem também alternativas promissoras para tratar esses problemas.

Foi mantendo os potes de comida dos animais sempre cheios que a equipe de Saad verificou que as células do hipotálamo e as dos músculos são as primeiras a se tornarem resistentes à ação da insulina, dez dias após o início de uma dieta rica em gorduras. Num segundo estágio esse hormônio deixa de agir adequadamente nas células do fígado e dos vasos sangüíneos. Só depois de cinco meses é que o problema se instala no tecido adiposo, formado por células especializadas em acumular gordura.

Clique aqui para ler o texto completo na edição 140 de Pesquisa FAPESP.

Males ambientais

24/10/2007 Por Murilo Alves Pereira, de Atibaia (SP)
Agência FAPESP – A relação entre as ciências da terra e as ciências médicas pode ajudar a entender muitos problemas de saúde humana. É o que indicam os trabalhos de uma equipe de pesquisadores responsável pelo Projeto de Geomedicina no Paraná, que busca compreender a influência de fatores ambientais na incidência de câncer em crianças naquele estado.

“O câncer é um doença multifatorial, não é possível associar a sua incidência diretamente a um único fator”, disse Bonald Figueiredo, médico do Instituto Pelé Pequeno Príncipe e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR), à Agência FAPESP.

Humberto Cereser Ibañez, mestre em informática pela UFPR, apresentou o projeto na Conferência sobre Geologia Médica, durante o 11º Congresso Brasileiro de Geoquímica, realizado em Atibaia (SP) até a próxima sexta-feira (26/10). Da França, Figueiredo participou do evento por meio de videoconferência.

O projeto sobrepôs o número de casos de neoplasias a levantamentos geoquímicos feitos nas bacias hidrográficas do Paraná, buscando uma relação entre essas informações.
O Paraná é, em todo o mundo, a região na qual ocorre a maior incidência do câncer de córtex adrenal, um tipo raro da doença – 3,5 casos por milhão, em média. A doença se desenvolve entre 10 meses e 3 anos de idade, mas tem início na gestação.

Segundo Ibañez, esse tipo de câncer está associado a uma mutação na proteína P-53, responsável pela proteção das células. “Essa proteína faz uma ‘vistoria’ da célula, verificando se está tudo em ordem”, explicou. Com a mutação, a célula se multiplica sem controle, fazendo crescer o tumor.

Todos os casos desse tipo raro de câncer apresentam a mutação, que se transmite por hereditariedade. A regra oposta, no entanto, é diferente: somente 5% das pessoas que possuem essa mutação desenvolvem o câncer. “Quando o câncer é identificado e tratado precocemente, a cura ocorre em 100% dos casos”, disse o pesquisador. Altos teores de contaminação
O Instituto Pelé Pequeno Príncipe iniciou as pesquisas em 2006 e busca fazer um mapeamento das cidades nas quais ocorrem casos da mutação. De 2006 a 2007, foram feitos cerca de 150 mil testes de DNA em crianças recém-nascidas. A intenção é atingir os 200 mil testes até abril de 2008. Algumas regiões do estado apresentam números elevados da doença, chegando a 5,56 casos por 100 mil habitantes.

Os casos da doença foram sobrepostos aos dados da Minérios do Paraná (Mineropar), empresa responsável pelo serviço geológico do estado que, entre 1995 e 1996, fez 736 coletas de água das bacias hidrográficas paranaenses.

No norte do estado foi encontrado chumbo em sedimentos em concentração de 564 partes por milhão. A região do Vale do Ribeira paranaense também apresentou teores elevados de chumbo e mercúrio.

Outra questão considerada pela pesquisa foi a quantidade elevada de agrotóxicos consumida. Segundo maior produtor agrícola do país, atrás somente do Mato Grosso do Sul, o Paraná está sujeito a grande carga de agentes químicos.

“Buscamos entender a doença tendo em vista o levantamento geoquímico e a questão dos agrotóxicos”, disse Ibañez. Um sistema disponível na internet mostra todas as informações obtidas nos diferentes estudos.

Em alguns casos, como o do Vale do Ribeira, percebe-se a coincidência entre o acentuado número de mortes por neoplasias e a contaminação ambiental. Na região, em que há presença de alto teor de chumbo, a mortalidade por leucemia é de 20 pessoas por 100 mil habitantes.
Mas tanto Ibañez como Figueiredo recomendam cautela na avaliação do assunto. “Ainda não é possível relacionar com certeza o chumbo e o câncer, mas essas informações servem como pistas para novas pesquisas”, disse Ibañez.

O próximo passo do projeto será tornar disponível na internet um link para outros pesquisadores interagirem com o trabalho. A Mineropar, por sua vez, inicia uma nova coleta para análise geoquímica dos mesmos 736 pontos pesquisados anteriormente.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O problema está com os homens

Avôs indolentes, filhos que encurtam a vida da mãe e irmãos molestadores inatos – essas são apenas algumas das conseqüências reveladas pelos estudos da bióloga Virpi Lummaa sobre como as forças evolutivas moldam as gerações futuras

por David Biello para SciAm

Filhos homens não são fáceis para uma mãe. Seja o peso maior na hora do parto, o nível elevado de testosterona ou, simplesmente, as algazarras que as deixam de cabelo em pé – os meninos trazem um fardo extra à mulher que os deu à luz. Examinando registros de dois séculos de uma igreja finlandesa, Virpi Lummaa, da University of Sheffield, na Inglaterra, tem como provar: filhos homens reduzem a expectativa de vida da mãe, em média, em 34 semanas.

Com o auxílio de genealogistas, a bióloga evolucionária finlandesa de 33 anos vasculhou livros com séculos de idade (e décadas em microfichas) em busca de certidões de nascimento, casamento e óbito – e pistas sobre a influência da evolução na reprodução humana.

Historiadores, economistas e mesmo sociólogos há muito usam táticas parecidas para explorar seus campos de estudo, mas Lummaa está entre os primeiros biólogos a estudar o Homo sapiens como animal cuja população pode ser acompanhada ao longo do tempo.

Afinal, os humanos são relativamente fáceis de rastrear e oferecem a notória vantagem de, em geral, manter registros detalhados. “Sempre quis trabalhar com primatas”, contou Lummaa. “Mas como coletar dados semelhantes sobre chimpanzés selvagens seria uma enorme dificuldade, decidi estudar uma outra espécie.” Mais recentemente, ela tem se dedicado às mães pré-modernas do povo Sami, da Finlândia, famoso pela criação de renas.

Ao estudar esse grupo, ela constatou que mães de meninos viveram menos que mães de meninas. Essa discrepância tem relação com o peso na hora do parto – bebês do sexo masculino em geral são maiores; isso sem contar a testosterona. “Esse hormônio pode afetar o sistema imunológico e comprometer nossa saúde”, afirma Lummaa. As mães que deram à luz meninos se revelaram particularmente suscetíveis a endemias infecciosas, como a tuberculose. “Criar meninos tem um custo um pouco maior” que criar meninas, pois eles consomem mais recursos físicos da mãe, acrescenta ela – isso já foi observado em outros mamíferos, como o cervo nobre. Filhos também são menos propensos que filhas a permanecer por perto e zelar pela mãe na velhice.

Mais recentemente, Lummaa e seus colegas vêm concentrando a pesquisa no fato de os homens representarem um fardo maior não só para a mãe, mas também para os irmãos e irmãs. As crianças nascidas após um filho homem tiveram famílias menores, eram mais franzinas e, geralmente, mais sujeitas a doenças infecciosas fatais. Os efeitos se comprovaram mesmo com a morte do irmão mais velho na infância, sugerindo que o resultado negativo não é fruto de algum tipo de interação fraterna, como a competição por comida, os espancamentos constantes ou a prática da primogenitura, quando o irmão mais velho herda tudo. “Irmãos mais velhos são prejudiciais”, explica a bióloga. “Se o quinto filho for um menino, então o sexto estará em desvantagem.”

Esse fenômeno é ainda mais evidente em casais de gêmeos. Dos 754 casos de gêmeos nascidos entre 1734 e 1888, em cinco cidades rurais da Finlândia, nos irmãos de sexo oposto, 15% a menos das mulheres se casaram e 25% tiveram um número menor de filhos – no mínimo dois a menos, se comparadas àquelas que tiveram uma irmã gêmea. Essa influência por parte do irmão se repetiu sem qualquer relação com a classe social ou outro fator cultural, e se confirmou mesmo quando o gêmeo morreu antes dos três meses de idade, permitindo à gêmea ser criada como filha única.

Lummaa especula que a exposição uterina à testosterona seja responsável pelo sofrimento da gêmea. A forte influência hormonal em outros animais, incluindo ratos de laboratório e vacas, já havia sido constatada por outros pesquisadores. Quando uma vaca dá cria a gêmeos de sexos diferentes, é comum a fêmea nascer estéril devido à influência da testosterona. Seja qual for a causa, o resultado é indiscutível: mães de gêmeos de sexo oposto acabam com 19% menos netos que aquelas que tiveram gêmeos do mesmo sexo. Ou seja, aparentemente, a evolução favorece o último caso. “Diferenças biológicas entre homem e mulher não são determinadas [apenas] pelo cromossomo herdado no nascimento”, afirma o antropólogo Christopher Kuzawa, da Northwestern University. O efeito da relação fraternal “causa impacto no sucesso reprodutivo e, portanto, tem relevância evolutiva”.

“Os resultados são intrigantes”, comenta Kenneth Weiss, biólogo, antropólogo e geneticista da Pennsylvania State University. Ele observa que “se a propensão a ter gêmeos for genética, certamente há uma tendência seletiva, visando garantir a raridade dos casos. No entanto, alguns animais têm gêmeos rotineiramente”. Sobre essa contradição, ele acrescenta, “ainda que a observação esteja correta, é arriscado superestimar os efeitos dessa característica”.

Esse risco é especialmente grave quando se pretende aplicar esses resultados à atualidade. O acesso ao controle de natalidade, a fartura de alimentos e a baixa taxa de mortalidade infantil podem ofuscar a influência evolucionária identificada nos dados de tempos pré-industriais. “É um choque constatar que 100 ou 150 anos atrás, 40% dos bebês morriam antes de se tornarem adultos; ainda mais com a vida adulta começando aos 15 anos”, observa Lummaa.
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Orientações para Vegetarianos

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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Pesquisa aponta relação entre câncer e agrotóxicos.

Pesquisa de doutorado realizada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) aponta para uma relação entre cânceres hematológicos e a utilização de agrotóxicos, na região Sul de Minas Gerais. Trata-se de um dos poucos estudos feitos no Brasil sobre o assunto. "Em geral, a bibliografia foca em pesquisas realizadas em outros países. No Brasil, a abordagem sobre o câncer é ligada, principalmente, à mortalidade" revela a médica sanitarista Jandira Maciel da Silva, que obteve o título de doutora em Saúde Coletiva, sob a orientação do professor Heleno Rodrigues Corrêa Filho.

Segundo a médica sanitarista, sua principal motivação para desenvolver o estudo seria a preocupação dos trabalhadores rurais com relação à exposição aos agrotóxicos. Nas regiões estudadas, a cafeicultura e a bataticultura, entre outras, utilizam as mais diversas substâncias para combater pragas e doenças.

Para o estudo, Jandira aplicou questionário em uma população de 149 portadores dos três tipos de câncer hematológico: leucemias, linfomas e mieloma múltiplo. "Recorri às informações contidas na autorização de procedimentos de alta complexidade oncológica da região para identificar os casos e prontuários médicos que confirmavam os diagnósticos", explica. Também aplicou as mesmas questões para um grupo não-portador de cânceres hematológicos, composto por 161 moradores da região e usuários dos serviços médicos e ambulatoriais locais.

As perguntas envolviam, basicamente, características do estilo de vida, atividades ocupacionais realizadas até o momento do diagnóstico e hábitos de tabagismo e álcool. "A relação mais forte encontrada nas comparações dos dados foi referente à exposição a agrotóxicos, tanto no preparo como na aplicação destes produtos". Foi observada também correlação, de menor intensidade, na manipulação de solventes orgânicos. ]

Jandira explica que há contradições na literatura científica com relação a apontar o uso de agrotóxico como fator de risco ocupacional para cânceres hematológicos, o que contribui para que este tipo de estudo seja alvo de muitas polêmicas. Por isso, a médica defende a necessidade de mais estudos e pesquisas que avaliem os impactos causados pela exposição ocupacional aos agrotóxicos sobre a saúde humana de modo geral e em relação aos cânceres, de forma particular.
Texto: Raquel do Carmo SantosFonte: Jornal da Unicamp

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Video do intestino

A Saúde depende do Estado do Intestino. Por Dr Hiromi Shinya, que atualmente na cidade de Nova York é Professor Doutor da Faculdade de Medicina Albert Einstein e Diretor do Centro de Colonoscopia do Hospital Beth Israel. Dês de 1969, realiza com sucesso a extirpação do pólipo do intestino grosso sem necessidade de corte abdominal. Hoje em dia no mundo inteiro, o método do Dr Shinya é praticado com sucesso. Infos: gtfreire@gmail.com

Cérebros loucos por comida

Neuroimageamento revela uma forte relação entre chocolatria e uso de drogas
por Kristin Leutwyler Ozelli para a SciAm.



"Nora Volkow é diretora do National Institute of Drug Abuse. Antes de assumir esse cargo em 2004, ela ocupou vários postos no Brookhaven National Laboratory e foi também professora de psiquiatria e professora-associada na faculdade de medicina de Stony Brook University. Nas suas pesquisas, ela foi a primeira a usar a tecnologia de imageamento para investigar mudanças neuroquímicas associadas ao vício"

Inúmeras evidências mostram que o comer compulsivo e consumo de drogas envolvem alguns circuitos cerebrais que atuam de formas semelhantes, trazendo uma nova visão para a compreensão e o tratamento da obesidade, explica a Dra. Nora D. Volkow, diretora do National Institute on Drug Abuse e pioneira no estudo de viciados, numa entrevista para a Scientific American.

Que circuitos do cérebro são igualmente ativados pelo consumo de alimentos e pelas drogas? O sistema neural ativado tanto pela ingestão compulsiva de alimentos quando consumo de drogas é basicamente o circuito que evoluiu para recompensar comportamentos essenciais à sobrevivência. Em geral, as pessoas, são atraídas pelos alimentos porque isso é recompensador e produz prazer. Quando experimentamos prazer, nosso cérebro aprende a associar essa sensação com as condições que o predispõem a isso. Em outras palavras, o cérebro lembra não apenas do sabor da comida, mas também da sensação de prazer em si, assim como das sugestões ou comportamentos que o precederam.

Essa memória fica mais forte à medida que o ciclo de predição, busca e obtenção do prazer torna-se mais confiável. Em termos científicos, chamamos esse processo de condicionamento.As drogas são particularmente eficientes como estímulos condicionantes, primeiramente em virtude de suas propriedades químicas. Estímulos naturais como comida ou sexo, levam mais tempo para ativar o circuito da recompensa. O condicionamento que é igualmente importante para esses dois estímulos, estabelece um elo entre a memória e não somente a um estímulo, mas também ao ambiente onde se encontra e a outras ofertas disponíveis. É exatamente isso que a natureza pretende: se a ação necessária para atingir uma experiência prazerosa for disparada exclusivamente pelo estímulo em questão, a resposta condicionada será muito ineficiente.
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O que provoca a obesidade

A capacidade do corpo humano de armazenar energia na forma de gordura parece deslocada num mundo cheio de alimentos. Entender como os sistemas regulatórios podem levar à obesidade revela novas maneiras de combater o excesso de peso
por Jeffrey S. Flier e Eleftheria Maratos-Flier para a SciAm.

No alvorecer da humanidade, e durante muito tempo da nossa história, as refeições foram literalmente um vale-tudo. Pelo fato de os seres humanos terem evoluído num mundo onde a disponibilidade de alimentos era apenas intermitente, a sobrevivência exigiu que tivéssemos a capacidade de armazenar energia para épocas de escasssez. O tecido adiposo, familiarmente conhecido como gordura, é o órgão especializado para essa tarefa.

Nossa capacidade de armazenar gordura continua essencial à vida e pode permitir que uma pessoa sobreviva à fome por meses. Na história humana recente, contudo, a quantidade de energia acumulada como gordura está aumentando em muitas populações. Obesidade é o nome que damos quando o armazenamento de gordura se aproxima de um nível que compromete a saúde de uma pessoa.

Em parte essa tendência é resultado do progresso tecnológico da humanidade – diante de alimento abundante e de menor necessidade de atividade física, é muito fácil ingerir mais energia que o necessário. Contudo, algumas pessoas parecem mais suscetíveis que outras a se tornar obesas quando expostas a esse ambiente de fartura, o que sugere que variações na fisiologia individual também podem estar influenciando o quanto de energia uma pessoa consome, gasta e armazena na forma de gordura.

Muitas variáveis críticas do corpo, como pressão arterial, temperatura corporal, açúcar sangüíneo e balanço hídrico, são bem controladas por mecanismos automáticos, mas se o peso corporal também é regulado continua motivo de discussões acaloradas há muito tempo. Apenas recentemente os cientistas obtiveram avanços significativos na identificação das vias celulares de sinalização e atividade que poderiam participar do sistema regulador da gordura.

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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Produto de banana verde pode reduzir resistência da glicose à insulina

Por Júlio Bernardes, da Agência USP

A banana verde, ainda pouco aproveitada na alimentação dos brasileiros, poderá auxiliar na prevenção do diabetes tipo 2. Estudo com animais realizado pela química Giselli Helena Lima Cardenette mostra que o amido isolado e a massa de banana verde podem reduzir a quantidade de insulina necessária para manter níveis semelhantes de glicose no sangue, poupando as células do pâncreas.

Giselli pesquisou os efeitos locais e sistêmicos do amido isolado e da massa de banana verde no organismo. “Os dois produtos apresentaram um elevado teor de carboidratos não-disponíveis e altamente fermentáveis”, afirma. “Ao chegarem no intestino grosso, eles são fermentados produzindo ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato e o propionato, e reduzem o pH local”.

A redução do pH no intestino grosso pode gerar diversos efeitos benéficos ao organismo. “A literatura mostra que esta diminuição de pH inibe a formação de ácidos biliares secundários, que são substâncias com alto potencial carcinogênico (relacionadas ao câncer)”, explica Giselli. “Ao mesmo tempo, esta eliminação requer a síntese de novos ácidos biliares primários, o que pode diminuir o teor de colesterol plasmático, atuando na prevenção de doenças cardiovasculares”.

Durante 28 dias, um grupo de ratos foi alimentado com o amido isolado de banana verde. “O teste de tolerância à glicose não verificou redução significativa na resposta glicêmica dos animais, mas houve queda na liberação de insulina plasmática nos animais alimentados com produtos de banana verde, indicando uma possível menor resistência periférica à insulina nestes”, diz a pequisadora.

“Paralelamente, também foi observada uma queda na produção de insulina nas ilhotas pancreáticas isoladas dos animais, o que abre a possibilidade de os produtos de banana verde serem usados em alimentos que atuem na prevenção do diabetes tipo 2”.

Fibras

A professora Elizabete Wenzel de Menezes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, orientadora do trabalho, destaca que o amido isolado de banana verde possui de 80% a 90% de amido resistente (base seca), com efeitos benéficos ao organismo em função de sua elevada fermentabilidade no intestino grosso. “Embora a farinha da massa de banana verde tenha somente 8% a 10% de amido resistente, esta também possui alta fermentabilidade e contém significativa proporção de fibra alimentar solúvel”.

Elizabete aponta que a farinha de amido isolado e a massa de banana verde podem ser adicionadas a frutas, sucos e preparações que não necessitem de novo aquecimento para evitar a perda de amido resistente. “O uso da banana verde é um modo de aumentar a ingestão de fibra alimentar pela população brasileira, que é muito baixo, e ao mesmo tempo evitar o alto desperdício da fruta no País”.

A pesquisa integra um projeto ibero-americano de cooperação internacional (CYTED/CNPq) sobre as propriedades da banana verde e do plátano (espécie semelhante à banana verde, originária do México) e possíveis aplicações na produção de alimentos, iniciado em 2006. Os testes com as ilhotas isoladas do pâncreas de ratos foram realizados pelo professor Ângelo Rafael Carpinelli, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

O estudo de Giselli faz parte de tese de Doutorado defendida no programa de pós-graduação em Ciências dos Alimentos do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da FCF. O trabalho teve apoio financeiro da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Projeto CYTED 106PI-0297.


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Mais informações: (0XX11) 3091 3624, e-mail wenzelde@usp.br, com Elizabete Wenzel de Menezes; e-mail giselli@usp.br, com Giselli Helena Lima Cardenette