quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Relação direta

Agência FAPESP – Cientistas dos Estados Unidos e Canadá demonstraram que as concentrações de mercúrio em peixes respondem diretamente a mudanças na deposição atmosférica do elemento químico.

A pesquisa começou em 2001, em Ontário, no Canadá, e foi realizada em lagos experimentais do norte da província. O artigo foi publicado na edição de 17 de setembro da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

“Até agora havia sido difícil estabelecer uma relação direta, por causa de todos os outros fatores que afetam os níveis de mercúrio em peixes e de amplos depósitos de mercúrio que já estão no ambiente”, disse Reed Harris, principal autor da pesquisa, da Tetra Tech.

“Ao adicionar isótopos estáveis de mercúrio a todo um ecossistema por vários anos, nossa equipe conseguiu zerar os efeitos da mudança de deposição atmosférica do mercúrio. Os resultados foram dramáticos”, disse.

Segundo outro autor, Andrew Heyes do Laboratório Biológico Chesapeake, do Centro de Ciência Ambiental da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, a aplicação do isótopo estável revelou um grande impacto no ciclo de mercúrio nos mananciais. “Devemos continuar os estudos para fornecer indicações sobre a mitigação dos impactos de anos de deposição de mercúrio”, disse.

Para testar diretamente a resposta da contaminação de peixes às mudanças de deposição de mercúrio, os pesquisadores realizaram um experimento de ecossistema completo, aumentando a carga de mercúrio em um lago e em seu manancial com a adição de isótopos de mercúrio estáveis.

Os isótopos permitiram que a equipe pudesse distinguir entre o mercúrio aplicado experimentalmente e o mercúrio presente no ecossistema. Isso permitiu examinar a bioacumulação do mercúrio depositado em diferentes partes do manancial. Peixes com concentrações de metilmercúrio responderam rapidamente a mudanças na deposição de mercúrio durante os primeiros três anos do estudo.

“Essa é uma boa notícia. Significa que uma redução de cargas de mercúrio em lagos pode resultar em uma diminuição da presença de mercúrio em peixes dentro de alguns anos”, disse Cynthia Gilmour, do Centro de Pesquisa Ambiental Smithsonian, da Universidade de Maryland. “O estudo mostra os claros benefícios da regulação das emissões de mercúrio e a eficácia a curto prazo da redução de emissões.”

Os níveis de mercúrio no meio ambiente têm aumentado várias vezes em escala global desde a era pré-industrial, devido às emissões de fábricas movidas a carvão, fusão de metais e outras fontes. O mércúrio é persistente no meio ambiente, tóxico para humanos e para a vida selvagem.
O artigo Whole-ecosystem study shows rapid fish-mercury response to changes in mercury deposition , de Reed Harris e outros, pode ser lido por assinantes da Pnas em www.pnas.org.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Chips implantados em humanos causam câncer?

Do MSNBC
Quando a FDA (Administradora de Drogas e Alimentos dos EUA) aprovou a implantação de microchips em humanos, a fabricante do aparelho afirmou que o mesmo salvaria vidas, permitindo que doutores obtivessem o histórico médico do usuário quase instantaneamente. A FDA concluiu que havia "garantias confiáveis" de que o chip era seguro, e uma subagência classificou o mesmo como uma das 'tecnologias mais inovadoras' de 2005.

Mas nenhuma das partes envolvidas citou que uma série de estudos toxicológicos e veterinários datados de 1996 classificaram que a implementação dos chips 'induziram' tumores malignos em ratos de laboratório. "Os microchips causaram os tumores", afirmou Keith Johnson, patologista toxicológico aposentado, numa entrevista sobre o estudo.

Especialistas em câncer revisaram a pesquisa e afirmaram que os resultados nos animais de teste não necessariamente refletem o que acontecerá em humanos, embora os mesmos sejam preocupantes. Alguns chegaram a pedir que pesquisas mais detalhadas sobre os chips sejam feitas antes da adoção em massa dos mesmos.

De acordo com a VeriChip, até o momento cerca de dois mil dispositivos RFID (identificação por rádio freqüência) foram implantados em seres humanos no mundo todo. A companhia insiste que seus chips são seguros.

sábado, 8 de setembro de 2007

A hipertensão representa uma "epidemia silenciosa" – cerca de 70% das pessoas que sofrem da doença desconhecem ter o problema.

da BBC
A hipertensão representa uma "epidemia silenciosa" – cerca de 70% das pessoas que sofrem da doença desconhecem ter o problema.A conclusão foi apresentada em um relatório ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, que analisa possíveis medidas para combater as doenças circulatórias e do coração.

Tais enfermidades matam 1,9 milhão de pessoas por ano na União Européia, segundo dados apresentados pelo membro do Parlamento Europeu Georgs Andrejevs, da Letônia.

Ao redor do mundo, a alta pressão sangüínea atinge aproximadamente 1 bilhão de pessoas, número que deve aumentar em 60% até 2025.

"As conclusões significativas do relatório Impacto da Alta Pressão Sangüínea demonstram a urgência para a necessidade de uma ação política nessa área", disse Andrejevs.

"O relatório destaca o impacto global e os desafios da hipertensão na saúde dos cidadãos e alerta para o perigo de negligenciar o efeito da hipertensão como um mero sintoma."

Morte

A hipertensão resulta em enfraquecimento, cegueira e morte por ataque cardíaco, derrame, falhas no coração ou doença nos rins.

A União Européia quer agora elaborar uma estratégia para combater a doença e, dessa forma, conter os gastos da saúde pública em tratamentos.

Uma das medidas que estão sendo consideradas é o investimento em campanhas de prevenção e educação para incentivar um estilo de vida mais saudável – boa dieta alimentar, exercícios físicos, redução de sal e açúcar, menor consumo de álcool e abandono do cigarro.

O primeiro passo será a assinatura da Declaração sobre a Alta Pressão Sangüínea até o próximo dia 9 de maio.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Eric Schlosser author of Fast Food Nation

Alive & Well TV Host Michelle Harris sits down for an interview with Eric Schlosser, writer of Fast Food Nation. This interview was shot exclusively for Michelle's TV show Alive & Well. This is a sneak peek from the upcoming TV show.

Alive & Well is a healthy lifestyle show that features eco-friendly, green living, vegetarian and vegan foods, organic living and more

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Primeiro genoma individual é publicado

Agência FAPESP – O primeiro humano a ter seu genoma seqüenciado e publicado é ninguém menos do que o polêmico geneticista e empresário norte-americano J. Craig Venter.

A publicação foi feita na PLoS Biology por cientistas do J. Craig Venter Institute (JCVI) e da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, e do Hospital para Crianças Doentes em Toronto, no Canadá.

Venter é conhecido por ter abandonado o Projeto do Genoma Humano para abrir uma empresa, a Celera, com o objetivo de comercializar resultados do seqüenciamento. Em 2000, o mapeamento do genoma do homem foi anunciado pelo então presidente norte-americano Bill Clinton, com a presença de Venter e de Francis Collins, dos Institutos Nacionais de Saúde, que representou os cientistas de instituições públicas.

Como resultado da divisão das frentes de pesquisa, existem atualmente duas versões do genoma humano, ambas publicadas em 2001, uma por Venter e colegas da Celera e outra pelo consórcio do Projeto do Genoma Humano.

Os genomas não são de um indivíduo único, mas de uma mistura de amostras de DNA de diversas pessoas. O novo genoma, chamado de versão HuRef, representa a primeira publicação de um genoma realmente diplóide, formado a partir dos conjuntos cromossômicos paterno e materno.

A partir dos dados combinados de mais de 20 bilhões de pares de base, os cientistas montaram a seqüência genômica de Venter com um comprimento médio de 2,8 bilhões de pares. Segundo eles, o genoma foi coberto 7,5 vezes, de modo a garantir que cada conjunto cromossômico fosse analisado mais de 3,2 vezes para uma cobertura superior a 96% dos dois genomas parentais.

Os grupo do JCVI comparou a seqüência do genoma diplóide HuRef com as versões publicadas anteriormente de genomas humanos e verificou que a nova versão representa uma importante melhoria ao fornecer pares de base em maior quantidade e mais corretamente orientados.

Uma vez que o genoma HuRef é diplóide, cada um dos cromossomos parentais pode ser comparado com o outro. De acordo com os autores do estudo, uma das descobertas mais importantes foi o elevado grau de variação genética verificado entre dois cromossomos em um único indivíduo.

“A cada vez que olhamos o genoma humano descobrimos mais sobre nossa intrincada biologia. Com essa publicação, mostramos que a variação de um humano para outro é mais do que sete vezes maior do que havia sido estimada anteriormente, provando que nós somos realmente indivíduos únicos do ponto de vista genético”, disse Venter.

Segundo o estudo, em pelo menos 44% dos genes do cientista as cópias herdadas da mãe diferem daquelas recebidas do pai. “Está claro, entretanto, que ainda estamos nos estágios iniciais das descobertas sobre nós mesmos e que somente com o contínuo seqüenciamento de mais genomas individuais poderemos ser capazes de compreender inteiramente como os nossos genes influenciam nossas vidas”, afirmou.

Outro cientista que teve seu genoma seqüenciado, mas ainda não publicado, é o biólogo norte-americano James Watson, que, junto com o inglês Francis Crick, descobriu a estrutura molecular do DNA.

O artigo The diploid genome sequence of an individual human, de J. Craig Venter e outros, pode ser lido por assinantes da PLoS Biology em http://biology.plosjournals.org.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Envelhecimento e imunidade

28/08/2007
Por Washington Castilhos para Agência FAPESP

O processo de envelhecimento se reflete diretamente no sistema imunológico, diminuindo sua capacidade de resposta. Por conta disso, investigar os mecanismos responsáveis por essa resposta menos eficaz e a vulnerabilidade das pessoas mais velhas às doenças, como a gripe, é uma importante preocupação dos especialistas em saúde.

No caso da doença causada pelo vírus influenza, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a vacinação em indivíduos com idade acima de 65 anos. É nessa faixa etária que o risco de contrair a doença atinge o ápice.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Biomédico de Pesquisa em Envelhecimento, em Innsbruck, na Áustria, um outro vírus pode estar por trás dessa vulnerabilidade. Trata-se do CMV, ou citomegalovírus, fonte comum de infecções em humanos e que geralmente permanece latente no organismo.

“As pessoas mais jovens têm um número grande de novos linfócitos, os quais respondem imunologicamente a todos os antígenos, matando células infectadas. Durante a vida, são acumulados cada vez mais linfócitos específicos. Como muita gente tem o CMV no organismo, acaba acumulando células específicas para o vírus. O resultado são menos células livres para responder a outros antígenos”, explicou Angelika Schwaninger, responsável pelo estudo no instituto austríaco que avaliou 48 homens e mulheres com idade acima de 65 anos.

“O que acontece é que essas pessoas têm menos linfócitos específicos para o vírus influenza, menos anticorpos contra esse agente”, disse à Agência Fapesp a pesquisadora que participou do 13º Congresso Internacional de Imunologia, realizado no Rio de Janeiro na semana passada.

Segundo Angelika, o motivo de os idosos serem mais vulneráveis à gripe pode estar relacionado à falta de produção de células novas, as quais reagem a qualquer antígeno. “O CMV suprime a resposta imunológica para outros antígenos em pessoas mais velhas. Como não se pode matar as células específicas a esse vírus, pois precisamos delas, uma vacinação seria ineficaz”, afirmou a pesquisadora.

Para a cientista, a melhor estratégia para quem tem mais de 65 anos continua sendo a vacinação contra a gripe. O estudo põe em evidência outras alternativas que explicam a maior potencialidade do vírus influenza em idosos, uma vez que, até agora, a fraca resposta imune era creditada à capacidade de mutação do vírus da gripe. “Sem dúvida, esse é um fator, mas temos que continuar estudando os outros mecanismos”, disse Angelika.

Comida certa para prevenir doenças

Maria Cristina Miguez/Especial para BR Press
(BR Press) - Mudar a mentalidade na saúde. Esta é a proposta da pesquisadora da Unicamp, a nutricionista Gláucia Pastore. Segundo ela, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderia baixar seus custos se apostasse mais da prevenção do que no tratamento da doença. Pastore afirma que 70% dos custos do SUS são destinados ao tratamento de enfermidades que podem ser evitadas com alimentação adequada ou funcional.

Os alimentos funcionais
Alimento> funcional é aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica. Pastore sugere que a utilização de antioxidantes para prevenção e tratamento de várias doenças crônico-degenerativas como, diabetes, colesterol alto, artrite reumatóide, artrose, doenças cardiovasculares, pode mudar essa estatística.

A nutricionista chama a atenção quanto à freqüência de uso dos alimentos funcionais. "Para se obter os benefícios dos alimentos ou de uma suplementação é preciso haver um consumo contínuo. Além disso, o estilo de vida e o bom funcionamento da flora intestinal são essenciais nesse objetivo", explica.

A farmacêutica Cristiane Fahl, reforça a idéia da pesquisadora da Unicamp, assegurando que os alimentos funcionais fazem parte da última tendência dentro da nutrição e estilo de consumo alimentar. "É a chamada quarta onda. Existe atualmente uma busca por mais saúde e bem-estar e a demanda por produtos com valor funcional é cada vez maior", destacou Cristiane.

Benefícios

No mercado há inúmeras ofertas de produtos ricos em substâncias antioxidantes, antiinflamatórias, imunoestimulantes, entre outras funções importantes para o equilíbrio do organismo. Um deles é a cápsula mole de ômega 3, que possui um alto teor de EPA e DHA – ácidos graxos polinsaturados, que auxiliam na redução da hipertensão e contribuem para a manutenção de níveis saudáveis de triglicérides. O ômega 3 é também um potente antioxidante oral e combate os malefícios da gordura trans.

Saiba mais sobre os benefícios dos alimentos funcionais:

Ômega 3: rico em ácidos graxos poliinsaturados do tipo ômega 3. A carência no organismo dessas substâncias desfavorece a neutralização dos radicais livres provenientes da gordura trans dos alimentos, auxilia a hiperlipidemia e a síndrome plurimetabólica. Uma dieta pobre em ômega-3 favorece o desenvolvimento de doenças crônicas cardiovasculares.

Óleo de linhaça: principal fonte de ácido linolênico (ácido graxo pertencente à família do ômega 3), lignana, ácido linoléico (ômega-6), ômega-9 e vitamina E. Uma dieta pobre em nutrientes presentes no óleo de linhaça favorece o desenvolvimento de hipertensão, queda do sistema imunológico, deficiência na cascata da coagulação, tensão pré-menstrual, mastalgia, hiperlipidemia, além de exacerbar processos inflamatórios, uma vez que o óleo de linhaça é conhecido como um antiinflamatório natural do organismo.

Lecitina de soja: a soja é a mais rica fonte natural de lecitina, sendo utilizada pelo corpo para construir grande parte dos tecidos nervosos e cerebrais. A carência de seus nutrientes pode elevar os níveis sangüíneos de colesterol e triglicérides, levando ao acúmulo no organismo, prejudicando a capacidade de raciocínio, o controle muscular e a incidência de arteriosclerose.

Óleo de alho: é um germicida natural, com 1/10 da potência antibiótica da penicilina. O óleo de alho é efetivo contra germes e bacilos causadores de diversos males. A carência de seus componentes no organismo pode causar um baixo estímulo nas glândulas de secreção interna, diminuir a resistência orgânica, estimular a hipertensão e dificultar o processo circulatório, além de aumentar os níveis de colesterol no sangue e susceptibilidade a gripes, resfriados, reumatismo e diabetes. Possui efeito antitóxico, diminuindo a formação de toxinas no organismo.

Óleo de fígado de bacalhau: excelente fonte natural de vitaminas A e D para o organismo. A carência destes nutrientes favorece o acúmulo de colesterol e triglicérides no sangue, obesidade, celulite e flacidez, além de prejudicar a reabsorção óssea de cálcio, enfraquecer o sistema imunológico e diminuir a acuidade visual.

Óleo de prímula: rica em fonte de ácido gamalinolêico (GLA), essencial à manutenção do equilíbrio orgânico e bastante escasso nos hábitos alimentares. A carência dos nutrientes do óleo de prímula no organismo feminino pode causar alterações físicas e emocionais da tensão pré-menstrual (TPM), como irritação, estresse, insônia, cólicas menstruais, inchaço nos seios e retenção de líquidos. Na pele, a falta destes nutrientes pode levar ao descontrole da oleosidade cutânea.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Dieta pode afetar saúde mental, segundo pesquisa

da BBC.

Mudanças de dieta nos últimos 50 anos podem estar relacionadas ao aumento de doenças mentais, de acordo com um estudo divulgado na Grã-Bretanha nesta segunda-feira.
Segundo o grupo ativista Sustain e a Fundação de Saúde Mental, que realizaram a pesquisa, a forma com que os alimentos passaram a ser produzidos, alterou o equilíbrio dos nutrientes mais importantes necessários na dieta alimentar.

Os britânicos também estão comendo menos alimentos frescos e mais açúcar e gorduras saturadas.

Os dois grupos responsáveis pela pesquisa afirmam que a mudança na dieta tem ligação com depressão e com problemas de memória, mas nutricionistas acreditam que o estudo não é conclusivo.

Depressão
Andrew McCulloch, diretor-executivo da Fundação de Saúde Mental afirma que as pessoas estão conscientes dos efeitos da dieta na nossa saúde física, mas mal começaram a entender como o cérebro como um órgão é influenciado pelos nutrientes.

Ele afirma que o tratamento de doenças mentais a partir de mudanças na alimentação está mostrando melhores resultados em alguns casos do que drogas ou terapia. Intitulado "Mudança de Dieta, Mudança nas Mentes" ("Changind Diets, Changing Minds"), o estudo parte do princípio de que o delicado equilíbrio de minerais, vitaminas e gorduras essenciais foi alterado nas últimas cinco décadas.

Pesquisadores afirmam que a proliferação de fazendas de produção em larga escala e a introdução de pesticidas mudou também a composição da gordura dos animais. Como exemplo, o relatório afirma que as galinhas hoje alcançam o peso de abate na metade do tempo em que engordavam há 30 anos e a gordura aumentou de 2% para 22%. A alteração da dieta também teria sido responsável pelo desequilíbrio de ômega 3 e ômega 6 - ácidos graxos essenciais - nas galinhas. Os ácidos graxos são considerados fundamentais para que o cérebro funcione bem.

Ceticismo
Em contraste, gorduras saturadas, cujo consumo vem sendo ampliado pela ingestão de comida pronta congelada, fazem os processos cerebrais mais lentos. O estudo conclui que os britânicos estão comendo 34% menos legumes e dois terços da quantidade de peixe que eles consumiam há 50 anos.

Estas mudanças podem estar ligadas à depressão, esquizofrenia, transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade e mal de Alzheimer. Mas Rebecca Foster, nutricionista e cientista da Fundação Britânica de Nutrição, recebeu os resultados do estudo com ceticimso.

"As provas que associam saúde mental e nutrição estão ainda começando a aparecer. A associação é difícil de pesquisar e subjetiva em muitos casos".
Ela evita tirar conclusões em cima do estudo e afirma que ainda não é possível associar doenças mentais e alimentação.

Mesmo assim, ressalta que os nutrientes recomendados no estudo são os mesmos necessários para uma boa saúde e devem recomendados por todos os profissionais da área de saúde.

DIETA E ALIMENTAÇÃO
Depressão - Ligada ao baixo consumo de peixe - rico em ômega 3, essencial para o bom funcionamento do cérebro.
Esquizofrenia - Evidências epidemiológicas demonstram que esquizofrênicos apresentam baixos níveis de ácidos poli-insaturados, mas não está claro que mudanças na dieta seriam necessárias.
Mal de Alzheimer - Alguns estudos sugerem que um grande consumo de legumes e verduras pode proteger contra doenças cerebrais.
Síndrome do Déficit de Atenção - Pesquisa mostra que crianças com a desordem apresentam baixos níveis de ferro e de ácidos graxos.

Colesterol 'pode ampliar risco de câncer de próstata'

da BBC.

Cientistas do Instituto de Pesquisas Farmacológicas Mario Negri, em Milão, concluíram um estudo que indica que o alto nível de colesterol pode estar relacionado com uma maior propensão ao câncer de próstata.
Os pesquisadores analisaram dados de 2.745 homens, mas, em um artigo nos Anais da Oncologia, eles disseram que ainda precisam realizar novos exames para comprovar a relação.

Apesar disso, eles acreditam que a explicação pode estar no fato de o organismo utilizar o colesterol para produzir hormônios masculinos que estariam ligados ao câncer de próstata.

"Os hormônios andróginos, que têm um papel fundamental no tecido da próstata, são sintetizados a partir do colesterol, o que sugere uma relação biológica entre a substância e o câncer", disse Cristina Bosetti, uma das autoras da pesquisa.

Vesícula

Ao realizarem as análises, os especialistas descobriram que os homens com a doença apresentavam altos índices de colesterol.

A associação era particularmente forte entre aqueles que foram diagnosticados antes dos 50 anos de idade ou depois dos 65 anos.

Ambos os grupos tinham 80% mais chances de apresentar colesterol alto que os homens sem câncer.

O estudo também mostrou que pacientes que sofrem da doença tinham 26% mais chances de apresentar pedras na vesícula biliar. Os homens mais magros pareceram ser os mais vulneráveis.

"Os cálculos biliares também estão relacionados com o colesterol alto, pois muitas vezes são compostos pelo colesterol", explicou Bosetti.

"Portanto essa relação direta que descobrimos entre as pedras na vesícula e o câncer de próstata, apesar de ser insignificante estatisticamente, sugere um mecanismo biológico semelhante que pode explicar a ligação."

Bosetti afirmou ainda que existem indícios de que remédios usados para baixar o colesterol podem proteger contra o câncer de próstata.

Apesar disso, ela admite que estudos que investigam essa questão ainda são limitados e inconclusivos.

Dieta

Outros especialistas classificaram as descobertas dos cientistas italianos como plausíveis, mas questionam a teoria sobre o colesterol.

"Existem muitas evidências de que a dieta é um dos fatores para o desenvolvimento do câncer de próstata", afirmou Nick James, oncologista da Universidade de Birmingham, na Grã-Bretanha.

Ele cita como exemplo o fato de a doença ser mais comum em países do norte da Europa, onde o consumo de gordura animal é alto.

"Esta nova pesquisa traz uma mensagem positiva, ao sugerir que as próprias pessoas podem fazer algo para reduzir as chances de sofrerem desta doença que já está entre as principais responsáveis por mortes em homens", disse James.

Entretanto, o cientista britânico se diz pouco convencido pela idéia do papel fundamental atribuído aos hormônios masculinos.

Segundo ele, algumas das substâncias utilizadas para "quebrar" o colesterol são reconhecidamente cancerígenas.

Para Chris Hiley, da organização não-governamental Prostate Cancer Charity, ainda são necessários novos estudos.

"Enquanto isso, é importante que as pessoas se conscientizem quanto ao valor de uma dieta equilibrada e variada. Nós incentivamos os homens a cortar o consumo de alimentos gordurosos, além da carne vermelha, e a comer mais peixes, alimentos ricos em fibras, frutas e legumes", disse Hiley.

Gengibre pode combater câncer de ovário, diz estudo

da BBC.
O gengibre pode ajudar a combater o câncer de ovário, indicaram experiências feitas por cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Testes feitos em laboratório mostraram que a raiz pode matar células cancerígenas, de acordo com os resultados apresentados na Associação (americana) de Pesquisas sobre o Câncer.
Os pesquisadores usaram um pó de gengibre semelhante ao que é vendido em lojas de comida, dissolveram o produto em uma solução e a aplicaram em células de câncer de ovário. Embora digam que o gengibre matou as células cancerígenas em todos os testes, os próprios autores do estudo reconhecem que mais exames precisam ser realizados para comprovar o poder anticâncer da raiz.
"Suicídio" e autofagia
Cientistas britânicos também advertiram que, embora o estudo ofereça esperanças de que o gengibre seja usado no desenvolvimentos de drogas contra o câncer, ainda é cedo para concluir que o alimento possa de fato ajudar a combater a doença.

"Este estudo não significa que as pessoas devem baixar nos supermercados e estocar gengibre", disse o representante da ONG britânica Cancer Research UK Heney Scowcroft. Ainda assim, os pesquisadores americanos destacaram as vantagens de um possível tratamento à base de gengibre.
Segundo eles, não só o alimento não tem efeitos colaterais, como seria de fácil administração, possivelmente na forma de cápsulas.
Nos testes, os cientistas observaram que o gengibre levou as células a se "suicidarem" - o que é conhecido como apoptose - e à autofagia - uma espécie de canibalismo. Segundo os pesquisadores, a forma como o gengibre "mata" as células cancerígenas é especialmente encorajador.
"Se o gengibre pode causar morte autofágica além da apoptose, também pode restringir a resistência à quimioterapia convencional", disse a autora do relatório sobre o estudo Rebecca Liu.

A raiz já é conhecida por propriedades terapêuticas como a capacidade de aliviar náusea e controlar processos inflamatórios.