segunda-feira, 11 de maio de 2009

Big Food Is Copying Big Tobacco's Disinformation Tactics, How Many Will Die This Time?

By Fen Montaigne, Yale Environment 360. Posted April 11, 2009.

The playbook is the same, but this time the the lies and misinformation could be disastrous for everyone -- children especially.

Increasingly, the question of what we eat and how it affects our health is a subject that is important not just to those concerned about nutrition but to environmentalists. Kelly D. Brownell, a psychologist who is director of the Rudd Center for Food Policy and Obesity at Yale University, has been a leading researcher into America's obesity epidemic and its links to the practices of the food industry. Author of the 2004 book, Food Fight, Brownell has recently become interested in the connections between obesity, the environment, and hunger, believing that sustainably growing and producing more nutritious foods can help solve each of these challenges.

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quinta-feira, 26 de março de 2009

Doenças transmitidas por alimentos

19/3/2009

Agência FAPESP – A carência de informações sobre higiene e segurança alimentar, destinadas aos segmentos populacionais mais vulneráveis às doenças transmitidas por alimentos (DTA), motivou o desenvolvimento de um estudo coordenado por William Waissmann, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A pesquisa levou à produção de um site e de vídeos educativos, a fim de despertar a população para a prevenção das DTA, particularmente no ambiente doméstico. Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) indicam que metade dos casos de DTA ocorre no ambiente doméstico, resultante de falhas higiênicas na manipulação dos alimentos.

O estudo apontou que a maioria dos entrevistados (82,1%) não conferia etiquetas, composição, data de validade e origem dos alimentos. Metade dos participantes desconhecia que alimentos sem alterações nas suas características sensoriais podem causar doenças e que produtos refrigerados devem ser selecionados ao final das compras.

Um terço não conferia as condições dos ovos e 10% compravam ou consumiam carnes oriundas do comércio ambulante. Além disso, 71% dos entrevistados nunca foram orientados sobre o assunto em consultas com diferentes profissionais de saúde.

O site Cuidar dos Alimentos conta com áreas especiais para os públicos infantil e adulto e aborda questões relacionadas a compra, preparo, armazenamento e conservação de alimentos no ambiente doméstico.

Os vídeos estão disponíveis no site. Os dirigidos a adultos enfocam os temas “Alimento seguro”, “Doenças transmitidas por alimentos”, “Família vai às compras”, “Parar de fumar” e “Terceira Idade”. Os vídeos para crianças são “Mamãe e bebê” e “Canal saúde”.

“A expectativa é que os recursos educativos possam ser aplicados em diferentes ambientes, como bibliotecas públicas, unidades de saúde, universidades, entidades e órgãos públicos, grupos da terceira idade e escolas”, disse Waissmann.

A pesquisa e seus produtos serão apresentados no dia 30 de março, às 14 horas, no auditório térreo da Ensp. A equipe técnica do projeto é formada pelas pesquisadoras Alessandra Veggi, Cristiane Miranda da Silva, Ivone Costa Soares e Tatiana Pastorello.

Mais informações: www.cuidardosalimentos.fiocruz.br

terça-feira, 17 de março de 2009

Dr. SOHAKU BASTOS repudia nota de membro do Colégio Médico de Acupuntura ligado ao CREMERJ

Dr. Sohaku Bastos, cujo nome completo é Sohaku Raimundo Cesar Bastos, um dos pioneiros da Acupuntura e introdutor da Eletroacupuntura no Brasil (1974), por defender a Acupuntura para todos os profissionais da área da saúde foi criticado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, através de um membro do Colégio Médico de Acupuntura em nota no jornal O Globo Zona Sul, assinada pelo Sr. Marcus Vinicius Ferreira, representante do mencionado Colégio.

Tal fato se deve ao trabalho educacional que Dr. Sohaku vem realizando de divulgação do projeto “Acupuntura para Todos” de acordo com o escopo das diretrizes da OMS, em defesa do ensino e da prática da Acupuntura de forma independente e democrática. Quando foi Conselheiro Estadual de Educação do Rio de Janeiro, criou uma legislação educacional (Deliberação CEE 270/01) que instituiu as diretrizes curriculares do ensino da Acupuntura e Terapias Naturais no Estado, contrariando um pequeno segmento ultracorporativista que luta pela exclusividade da Acupuntura em detrimento dos interesses de outros profissionais da saúde e dos anseios sociais.

Segundo decisões judiciais, todavia, a prática da acupuntura no Brasil não é exclusividade de médicos brasileiros registrados no CRM, mas de todos os profissionais da saúde, consoante seus conselhos, visto que não há em nosso país Lei Ordinária que regulamente esta atividade profissional. Entretanto, existe projeto de lei que visa regulamentar o exercício profissional em tramitação no Congresso Nacional. Atualmente, os cursos de acupuntura são autorizados pelos Sistemas Estaduais de Educação ou pelo MEC.

Um fato de alta relevância pode explicar o comportamento agressivo desse grupo corporativista que decorre da seguinte situação histórica: a SMBA (sociedade médica brasileira de acupuntura) associada à AMBA (sociedade médica brasileira de acupuntura) resolveu, em 1998, criar o Colégio Brasileiro de Acupuntura (CBA), entidade representativa dos médicos que praticam acupuntura, perante à AMB (associação médica brasileira). Contudo, a Academia Brasileira de Arte e Ciência Oriental (ABACO), criada por Dr. Sohaku Bastos e seus alunos médicos e não-médicos, já tinha criado e patenteado, anteriormente, a marca Colégio Brasileiro de Acupuntura- CBA. Com isso, tornou-se ilegal o uso da marca CBA (Colégio Brasileiro de Acupuntura) pela SMBA e a AMBA. Esta situação levou estas instituições contrariadas a trocarem o nome de Colégio Brasileiro de Acupuntura (CBA) para Colégio Médico de Acupuntura (CMA). Fica patente que este é mais um motivo para que as instituições criadas por Dr. Sohaku Bastos, e ele mesmo, sejam vítimas de críticas e perseguições por esse grupo.

Pelo fato de ter graduação médica no Exterior (graduação em medicina oriental e bacharel em medicina), além de várias especializações, mestrado e doutorado em Acupuntura, Dr. Sohaku vem sendo criticado pelo corporativismo do Colégio Médico de Acupuntura por não ser inscrito no CRM, embora já tenha realizado a equivalência de estudos no Exterior no Sistema Estadual de Educação, subordinado ao MEC para o exercício da Acupuntura no Brasil. Além disso, possui titulação de professor na área da saúde por universidades no Brasil e de alta qualificação acadêmica no Exterior e foi agraciado com diversas comendas e honrarias, inclusive da Academia Polonesa de Medicina e da Ordem Médica do Sri Lanka. Foi, ainda, conferencista em Eletroacupuntura e Eletrodiagnóstico do curso que forma médicos acupunturistas da famosa Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. Qual o médico acupunturista brasileiro que tem este currículo profissional em Acupuntura?

Este segmento ligado ao CREMERJ, entretanto, confunde titulação acadêmica com exercício profissional na esperança de confundir a opinião pública em relação aos profissionais formados no Exterior, mesmo que estes não exerçam a atividade profissional de medicina alopática, desqualificando-os em defesa de seus interesses corporativos. Se Sohaku Bastos estivesse defendendo esse corporativismo estaria sendo aplaudido, como condena a manipulação corporativista é criticado. Isto é ético? O curioso é que esta não é a opinião da classe médica em geral. A classe médica brasileira, pelo contrário, não defende corporativismos, por ter consciência de sua importância no cenário científico-social e do reconhecimento profissional pela sociedade e por outros profissionais da saúde. Isto reforça a tese da necessidade mundial de se trabalhar em equipes multidisciplinares e multiprofissionais, visando o bem do paciente, e não com desconfiança, quando um segmento profissional não colabora com os outros, achando que seu campo profissional pode estar sendo ameaçado por intrusos.

Dr. Sohaku, por exercer cargo público estrangeiro no Brasil, não pode ter vinculação com órgãos públicos brasileiros por exigência do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), sejam repartições públicas, conselhos etc. Dr. Sohaku teve que, por força dessa regra, renunciar ao cargo de Conselheiro Estadual de Educação do Rio de Janeiro. Além de suas funções diplomáticas, limita-se a proferir palestras, ministrar aulas e, na qualidade de fundador do Colégio Brasileiro de Acupuntura da ABACO e do Instituto Sohaku-In, oferecer, também, supervisão técnica em Acupuntura aos médicos, fisioterapeutas e outros profissionais.

O fato de Dr. Sohaku ter sido escolhido pela comunidade japonesa no Brasil e pelo governo do Japão para presidir o Congresso Internacional Brasil-Japão de Acupuntura e Eletroacupuntura no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, em outubro passado, incomodou um pequeno segmento de acupunturistas médicos que se acha o dono da verdade. O curioso é que alguns deles foram alunos do próprio Dr. Sohaku.

Os médicos estrangeiros ou formados em medicina oriental deveriam ser mais respeitados em nosso País, pois estudaram esse sistema na fonte e não de segunda ou terceira mão, e são eles, as autoridades no assunto. Dr. Sohaku teve que se afastar do Brasil e de sua família durante muitos anos para estudar em países de línguas estrangeiras, quando alguns críticos ainda estavam nos bancos da escola.

Uma pergunta fica o ar: como ainda há no Brasil segmentos profissionais que se esquecem que estamos vivendo no estado de direito de um sistema democrático? A reposta pode estar nas palavras do saudoso Tom Jobim "sucesso no Brasil é ofensa pessoal", ou mesmo como dizia o jornalista Ibrahim Sued "enquanto os cães ladram, a caravana passa..."

Clarissa Hashimoto Taguchi

Editora de Ecologia da Revista Consciência.Net

Saiba mais em "Biografia Oficial Dr. Sohaku Bastos"

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

OMS aponta as principais causas de morte


Sandra Pereira
Em todas as regiões do planeta, os homens de 15 a 60 anos correm maior risco de morte do que as mulheres na mesma faixa etária, apontou a OMS (Organização Mundial da Saúde), no relatório 'O estado da saúde mundial', lançado no dia 4 de outubro. As razões para a diferença na mortalidade entre os sexos estariam nos problemas cardíacos, de que os homens são as maiores vítimas, e na violência e conflitos sociais, sobretudo na América Latina, Oriente Médio e Europa oriental. O relatório, divulgado a cada cinco anos, traz informações sobre os 193 países-membros da OMS.

De acordo com a organização, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo, superando aids e tuberculose. No entanto, as infecções respiratórias matam mais nos países pobres, onde a malária também aparece com 3,3% do total de mortes. No bloco das nações mais ricas, a aterosclerose coronariana e o AVC são as principais causas de óbitos, seguidas de diferentes formas de câncer. Na África, a Aids continua ocupando o primeiro lugar no ranking das causas de mortes entre os adultos. Já os europeus dessa faixa etária morrem mais de doenças cardiovasculares e ferimentos.

O documento calcula que anualmente 10,4 milhões de crianças morrem no mundo, metade delas na África. Mas os dados variam muito quando analisados por região e escala de desigualdade. Na África, metade da população morre antes de completar 16 anos. Já nos países ricos, apenas 1% das mortes envolve jovens, porque a maior mortalidade é entre pessoas com mais de 60 anos.

A OMS informa ainda que, em 2004, ano de referência do relatório, 2 milhões de pessoas morreram de aids. O número deve atingir 2,4 milhões em 2012, mas, segundo a organização, as campanhas, o acesso a medicamentos e os programas de ajuda podem mudar essa tendência. No momento atual, a aids já não aparece entre as dez maiores causas de morte nos países ricos. Nos países mais pobres, o HIV ainda é a quarta maior causa de óbitos. No entanto, a organização revela que as mortes vinculadas à aids cairão para décimo lugar até 2030. Em contrapartida, as mortes por acidentes de automóveis com vítimas fatais vão aumentar de 1,3 milhão para 2,4 milhões e passarão a ser o quinto maior responsável por mortes no mundo.

Outro fator importante será o envelhecimento das populações, resultante do desenvolvimento econômico, afirma o estudo. O número de mortes por câncer vai aumentar e as doenças não-transmissíveis serão responsáveis por 75% das mortes no mundo. O câncer passará de 7,4 milhões de vítimas em 2004 para 11,8 milhões em 2030.

A violência também é identificada pelo relatório como fator que afeta a saúde da população, em especial na América Latina, em função do crescimento das mortes e traumas decorrentes dos conflitos sociais.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Exposição a produtos químicos torna machos mais femininos, diz estudo

Época
Uma compilação de pesquisas a ser apresentada amanhã pela ONG britânica ChemTrust sugere que uma de série de produtos químicos está interferindo na produção hormonal e nos órgãos genitais dos machos de várias espécies, chegando a gerar animais hermafroditas, como ursos polares.
Redação Época

A exposição de seres humanos e animais a mais de 100 mil tipos de produtos químicos é apontada como uma das principais causas de feminilização dos machos de várias espécies, segundo uma compilação de mais de 250 pesquisas feita pela ONG britância ChemTrust e a ser apresentada amanhã.

O levantamento diz que a contaminação por substâncias que alteram a produção de hormônios masculinos e interferem na formação dos órgão genitais está gerando animais hermafroditas, como algumas espécies de peixes e ursos polares, e bebês com pênis menores que o normal. A informação é do jornal inglês The Independent.

 Divulgação
FEMININOS: o urso polar é uma das espécies mais atingidas pela exposição a produtos químicos; há muitos animais hermafroditas

Muitos desses compostos químicos apontados como uma ameaça ao aparelho reprodutor masculino estão presentes no dia-a-dia das pessoas: os ftalatos, por exemplo, são usados em embalagens de alimentos e na produção de cosméticos e talcos para bebês; diversos tipos de pesticidas também alteram o nível de testosterona.

Uma das pesquisas compiladas, da Universidade de Rochester, no estado de Nova York, sugere que bebês do sexo masculino nascidos de mães com grande exposição a ftalatos têm mais propensão a possuir pênis menores e testículos indiferenciados. Outro estudo, da Universidade de Roterdã, na Holanda, chegou à conclusão de que garotos cujas mães foram expostas à substância PCB, também considerada desreguladora de hormônios, crescem com uma vontade maior de brincar com bonecas e utensílios de cozinha do que com outros brinquedos tipicamente masculinos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Entre riscos e benefícios

Mente e Cérebro
O uso continuado de antidepressivos por crianças e adolescentes pode levar a alterações imprevisíveis na química e na estrutura cerebral. O tema preocupa autoridades de saúde e divide a opinião dos médicos
por Paul Raeburn

Em fevereiro de 2004, o corpo da universitária Traci Johnson, de 19 anos, foi encontrado no banheiro de uma clínica, preso por uma echarpe ao cano do chuveiro. O motivo pelo qual a jovem acabara com a própria vida era um mistério; a família e os amigos disseram que ela não apresentava sinais de depressão ou descontentamento. Semanas depois, porém, tornou-se suspeito o fato de Traci ter sido voluntária em um ensaio clínico de uma droga antidepressiva. Os pesquisadores da empresa Eli Lilly notaram, então, que outros quatro pacientes, que haviam recebido o mesmo medicamento em estudos clínicos semelhantes, também haviam se suicidado. Em outubro do mesmo ano, o FDA, departamento americano de controle de alimentos e medicamentos, determinou que as embalagens dos antidepressivos tivessem advertências, em tarja preta, sobre o risco de suicídio entre crianças e jovens tratados com esses fármacos.

A morte de Traci e a advertência do FDA chamaram atenção da opinião pública para a dificuldade de tratar a depressão em populações mais jovens tema sobre o qual muitos médicos ainda divergem. O psiquiatra Graham Emslie, do Centro Médico da Universidade do Texas em Dallas, foi um dos primeiros a usar, na década de 80, esse tipo de droga em crianças e adolescentes gravemente deprimidos que, segundo ele, corriam risco de vida. Na época, o Prozac havia acabado de ser lançado e estava se mostrando muito eficaz no tratamento de adultos. Apesar disso, ninguém sabia dos seus efeitos no cérebro em desenvolvimento.

Frustrados com a falta de alternativas, no entanto, Emslie e mais alguns psiquiatras começaram a prescrevê-los para uso pediátrico, na esperança de que os benefícios fossem maiores que os riscos, ainda que não existisse evidência alguma a favor dessa hipótese. Apesar das incógnitas, o uso de antidepressivos em crianças e adolescentes explodiu durante os anos 90. Segundo a farmacêutica Julie M. Zito, da Universidade de Maryland, cerca de 1,5 milhão de indivíduos menores de 18 anos estão sendo tratados com essas drogas nos Estados Unidos (ver quadro na pág. ao lado).

ALÍVIO INSTANTÂNEO
Pesquisas recentes sugerem, entretanto, que o suicídio é apenas um dos riscos potenciais do tratamento farmacológico da depressão. Há evidências de que o Prozac e outras drogas semelhantes podem interferir no processo de desenvolvimento e maturação do cérebro infantil. Embora os estudos não sejam conclusivos, alguns especialistas acreditam que nesses casos seja não propriamente um tratamento, mas a troca de um diagnóstico por outro. Muitas crianças que tomam esses medicamentos conseguem alívio de curto prazo para, mais tarde, desenvolverem outros problemas psíquicos.

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Paul Raeburn é jornalista e autor de Acquainted with the night (Broadway, 2004), sobre depressão e transtorno bipolar em crianças. - Tradução de Frances Jones

Parto normal reforça vínculo entre mãe e bebê

31 de outubro de 2008
Ligação é facilitada pela liberação do hormônio oxitocina, que altera circuitos neuronais

Áreas cerebrais de mulheres que passaram pela cesariana são menos sensíveis ao choro do recém-nascido

Diferentemente da cesariana, o parto normal modifica o cérebro das mães e as deixa mais sensíveis ao choro de seus bebês. Pelo menos é o que mostra um estudo realizado na Universidade Yale e publicado no The Journal of Child Psychology and Psychiatry. Os pesquisadores compararam seis mulheres que deram à luz por meio do parto vaginal com seis submetidas ao cesáreo.

Durante as quatros semanas seguintes ao nascimento das crianças, o cérebro das mulheres foi examinado por ressonância magnética funcional ao mesmo tempo que ouviam uma gravação do choro de seus bebês. Os resultados mostraram que o estímulo ativou fortemente diversas áreas cerebrais das mães do grupo do parto normal, o que não aconteceu, ou aconteceu com muito menos intensidade, nas voluntárias que passaram pela cesariana.

A explicação para essa diferença parece estar na grande liberação do hormônio oxitocina, fundamental para as contrações do parto e que, no cérebro, está relacionado ao vínculo emocional da mãe em relação ao filho. De alguma forma a oxitocina altera circuitos neuronais de áreas como o hipotálamo, a amígdala, lobo parietal superior, entre outras, todas ligadas à emoção, empatia e recompensa. Esse efeito é minimizado na cesariana, razão pela qual o número de casos de depressão pós-parto também é maior nestes casos, argumentam os autores.

A conclusão do estudo é mais um motivo para que as mulheres, sempre que possível, optem pelo parto normal. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o risco de complicações pós-parto, tanto para a mãe como para o bebê, é duas vezes maior nas cesarianas. O recado é particularmente importante no Brasil, campeão mundial nesse tipo de cirurgia, na maioria das vezes feita de forma desnecessária.

Defesas Celulares e a vitamina do Sol

Scientific American, Dez 2007
Cientistas reconhecem que a vitamina D faz mais que contribuir para o fortalecimento dos ossos. Mas a maioria das pessoas não a obtém em quantidades satisfatórias. Essa deficiência estaria contribuindo para o avanço de doenças mais graves?
por Luz E. Tavera-Mendoza e John H. White

A cura pelo Sol, como era chamada no começo do século 20, era o único tratamento eficaz conhecido contra a tuberculose antes do advento dos antibióticos. Embora não se soubesse ao certo o porquê, geralmente os pacientes tuberculosos enviados para tratamentos em localidades ensolaradas conseguiam recuperar a saúde. A helioterapia foi descoberta em 1822, por causa de outra epidemia histórica, a do raquitismo – doença infantil deformadora, caracterizada pela falta de resistência óssea. O auge do raquitismo ocorreu nos séculos 18 e 19, na Europa, coincidindo com a industrialização e o aumento da migração do campo para cidades com ar poluído. Nessa época, um médico da Varsóvia observou que eram raros os casos dessa doença no interior da Polônia. Ele começou a conduzir experiências com crianças urbanas e constatou ser possível curar o raquitismo com simples banhos de sol.

Em 1827, um cientista francês descobriu que também o óleo de fígado de bacalhau possuía excelentes propriedades para combater o raquitismo, mas o tratamento não se popularizou; em parte, porque a noção de micronutrientes invisíveis e vitais para a saúde, contidos nos alimentos, ainda não era bem compreendida. E quase um século se passaria antes que os cientistas estabelecessem a ligação entre a cura do raquitismo pela alimentação e os efeitos benéficos do sol. No início do século 20, depois de incluir pele irradiada na alimentação de ratos com raquitismo induzido artificialmente, pesquisadores constataram que ela apresentava as mesmas propriedades curativas que o óleo de fígado de bacalhau. O elemento crítico comum à pele e ao óleo de bacalhau foi finalmente identificado em 1922. Na verdade, ele imitava a vitamina D. Àquela altura, o conceito das “aminas vitais” (ou “vitalamines”, em inglês) já tinha se tornado popular e as pesquisas posteriores sobre as funções da vitamina D no organismo foram responsáveis por definir sua imagem como um dos micronutrientes indispensáveis que as pessoas podem obter a partir dos alimentos.

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Luz E. Tavera-Mendoza e John H. White trabalham juntos no laboratório de White na McGill University, nos Estados Unidos, pesquisando as atividades moleculares da vitamina D nas células humanas. Eles desvendaram aspectos de seu papel na prevenção do câncer e, junto com seus colaboradores, descobriram que a vitamina D regula certos genes envolvidos nas respostas da célula a micróbios invasores. Tavera-Mendoza atualmente é pós-doutoranda da Harvard Medical School, e pesquisa a vitamina D e câncer de mama. Após testemunharem a ação protetora da saúde da vitamina D em laboratório, os dois autores passaram a tomar suplementos durante períodos do ano, quando os raios solares são muito fracos nas cidades ao norte, onde moram, a fim de produzir a quantidade adequada na pele. White toma 4.000 UI de D3 diariamente durante os meses “invernais de vitamina D”, e Tavera-Mendoza toma 1.000 UI.

Um cérebro maior graças ao cozimento dos alimentos

Scientific American Fev 2008

Nossa inteligência nos permitiu conquistar o mundo. O segredo para um cérebro maior, afirma o antropólogo biológico Richard Wrangham, é o cozimento dos alimentos, que tornou a digestão mais fácil e liberou mais calorias
por Rachel Moeller Gorman

Por volta de alguns milhões de anos atrás, nossos ancestrais hominídeos começaram a trocar sua aparência rústica por uma testa proeminente. O que desencadeou o desenvolvimento de um cérebro grande e ávido por calorias como o nosso foi o cozimento dos alimentos, afirma Richard W. Wrangham, professor da Cátedra Ruth B. Moore de Antropologia Biológica no Peabody Museum of Archaeology and Ethnology da Harvard University. Ele defende sua teoria depois de décadas de estudo sobre nosso primo mais próximo, o chimpanzé.

No artigo "Cozinhando cérebros maiores," da edição de fevereiro de 2008 da Scientific American Brasil, Rachel Moeller Gorman conversou com Wrangham sobre chimpanzés, alimentos, fogo, evolução humana e as evidências para sua teoria polêmica. Aqui você pode conferir a entrevista completa.

Você é diretor do Kibale Chimpanzee Project na Uganda ocidental desde 1987. Sempre teve grande interesse por chimpanzés?
Sempre me interessei pela natureza. Comecei como observador de pássaros e depois quis me aventurar em lugares selvagens. Houve um intervalo entre o colegial e a faculdade em que morei na Zâmbia, e isso despertou em mim um interesse pela ecologia comportamental – era assistente de um biólogo que trabalhava para o departamento de animais selvagens. Era um lugar incrível, com quilômetros e mais quilômetros de florestas com todos os tipos de animais.

Teve a oportunidade de estudar chimpanzés nessa época?
Não. Não estava concentrado nos primatas naquele momento. Mas então fui estudar na University of Oxford e no meu primeiro dia entrei para o clube de expedições, para ver se surgiria alguma oportunidade de trabalhar na África novamente. Quando saí da faculdade, já tinha bastante experiência no continente africano. Fiquei realmente interessado em estudar os animais como uma forma de entender a evolução dos sistemas sociais humanos: se há similaridades entre humanos e animais, então vamos descobrir de onde elas vêm. Escrevi uma carta para Jane Goodall em julho de 1970 [para pedir trabalho] e em novembro fui para Gombe.

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Como uma alimentação realmente saudável pode mudar a sua vida?

Por Clarissa Hashimoto Taguchi*

Quando se fala em mudar o estilo de vida para obtenção de uma vida mais saudável, a primeira questão que nos vem à mente é mudar os hábitos alimentares. Uma mudança nos hábitos alimentares realmente é primordial tanto para o restabelecimento da saúde quanto da manutenção da mesma. Mas o que é uma alimentação realmente saudável e como ela pode nos ajudar? Isto é uma outra questão...

· Alimentos saudáveis são aqueles que contêm nutrientes. Tanto os essenciais na manutenção do funcionamento de nosso organismo, como carboidratos, vitaminas e sais minerais e/ou, funcionais, como licopeno e selênio, antioxidantes que desaceleram o envelhecimento das células, colaborando na recuperação de tecidos saudáveis.

· Alimentos saudáveis não contêm substâncias que possam prejudicar nosso organismo. A maioria dos alimentos industrializados contém conservantes, emulsificantes, estabilizantes, corantes etc. Estas substâncias, sozinhas ou combinadas, são prejudiciais ao nosso organismo, pois se tratam de substâncias químicas que não são alimentos e que, portanto, não são devidamente metabolizadas pelo organismo humano, tornando-se xenotoxinas que se acumulam no organismo e se tornam até cancerígenas. O uso de agrotóxicos também é uma sobrecarga tóxica para o organismo, depositando resíduos químicos tanto na seiva das plantas quanto na superfície dos alimentos, além de contaminar rios e lençóis d’água.

· Alimentos saudáveis são elaborados de forma a promover nossa saúde. O preparo dos alimentos influencia tanto a capacidade de absorção dos nutrientes pelo organismo quanto às condições físico-químicas dos alimentos e seus nutrientes. Vegetais crus possuem suas propriedades físico-químicas intactas, enquanto que alguns alimentos cozidos são melhores absorvidos pelo organismo. Grãos germinados, a comida viva, possuem capacidades desintoxicantes e a água mineral de boa qualidade possui ph neutro que colabora na absorção de nutrientes, além de conter sais minerais essenciais.

Os Sinais do Corpo
Nosso sistema digestivo é aquele que assimila os nutrientes dos alimentos ingeridos e que repõe a energia gasta ao longo do dia. Ele é acionado ao nascer e passa por adaptações no decorrer da vida que são, na verdade, as necessidades que o organismo tem em cada fase da existência.
Quando bebês, estamos adaptados a digerir a proteína do leite; quando crianças, estamos ávidos por crescer; quando adolescentes, enfrentamos as mudanças hormonais; quando adultos, estamos nos preparando para o estágio seguinte de pleno envelhecimento das células. Da mesma forma que o corpo se adapta às fases da vida, o sistema digestivo precisa fornecer os nutrientes e a energia necessários a cada fase e, também, colaborar na cura e restabelecimento do organismo.

Devido à importância que o sistema digestivo tem para o funcionamento do corpo é que uma simples mudança nos hábitos alimentares proporciona resultados tão claros. Porém, uma alimentação saudável não se resume à ingestão de nutrientes. Uma alimentação saudável deve repor a energia, colaborar na manutenção da saúde e, também, permitir que o organismo efetue suas funções de combate às doenças.

Uma alimentação saudável nada tem a ver com restrições exageradas, tampouco com excessos. Tanto o corpo quanto a mente tendem a buscar o equilíbrio, procurando os alimentos certos para cada fase da vida. O ato de se alimentar se expressa na vontade do corpo e da mente. Para uma alimentação saudável é preciso saber ouvir os sinais do organismo, fazendo com que o processo digestivo permaneça em bom funcionamento e, também, saber escolher os alimentos para obter uma plena absorção dos nutrientes necessários ao dia-a-dia.

* Clarissa Taguchi ministra aulas de culinária de Alta Vitalidade, informações clarissataguchi@gmail.com
http://www.honno.com.br/index.html

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Química de cosméticos pode afetar sexo de bebês

Qua, 08/10/08
por alexmansur |
categoria poluição

bebe4.jpgUm novo estudo indica que grávidas expostas a uma substância chamada ftalato, aditivo comum em plásticos e em cosméticos, têm maior probabilidade de dar à luz meninos com pênis menores ou malformação nos testículos. Algumas anomalias também podem fazer a aparência dos genitais desses bebês ficar mais feminina.

Os ftalatos são um grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico, como o cloro ftalato, um aditivo para deixar o plástico mais maleável. O grupo de compostos é tido como cancerígeno. Pode causar danos ao fígado, rins e pulmão, além de anormalidade no sistema reprodutivo. Os ftalatos estão presentes em alguns tipos de plástico e vários produtos de higiene pessoal, como fragrâncias, sprays de cabelo e verniz extra-brilho para unha.

A pesquisa foi feita com crianças de três diferentes regiões dos Estados Unidos. Os pesquisadores encontraram uma correlação forte entre as grávidas com níveis acima do normal da substância na urina e os efeitos nos bebês. “Os ftalatos são toxinas reprodutivas e deveriam ser eliminados dos produtos porque nós não precisamos deles”, diz Shanna Swan, diretora do Centro de Epidemiologia Reprodutiva da Universidade Rochester, que coordenou a pesquisa. O estudo foi publicado na revista científica Environmental Research.

O Conselho Americano de Química, que representa as empresas que fazem a substância (Exxon Móbil, Basf, Ferro Corporation e Eastman Chemical) divulgaram uma nota sugerindo cautela contra uma “interpretação exagerada de qualquer estudo individual”.

No entanto, os ftalatos são investigados há alguns anos. E já há outras pesquisas relacionando a substância a deformações no sistema reprodutivo.

(Alexandre Mansur)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Comida viva (Globo Repórter)

Reportagem: Ismar Madeira (Campos do Jordão, São Paulo)

Prato do dia: verduras, legumes, frutas e sementes germinadas. É a comida viva!

"Eu tomava remédio para pressão e não tomo mais. Emagreci dez quilos com uma alimentação natural que qualquer um pode fazer em casa", conta o aposentado Orlando Asse dos Santos.

Não é milagre. É o resultado da orientação médica, que seu Orlando recebeu em um posto de saúde de Campos do Jordão, em São Paulo. Tudo de graça, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi com o médico Alberto Gonzalez, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que ele e muitos outros pacientes começaram a aprender que comida é remédio.

"Há influências bastante claras na obesidade, na constipação, na inflamação crônica, na dislipidemia – que é o desequilíbrio do colesterol –, nas doenças gastrointestinais e respiratórias e no diabetes", aponta Alberto Gonzalez.

Mas, afinal, o que é comida viva? A receita é simples: nada pode ser cozido, frito ou assado. Os alimentos são de origem vegetal. E para começar bem o dia, um suco poderoso.

Se uma pessoa que não tem uma doença diagnosticada nem se sente mal resolver experimentar esse alimento vivo, que resultados vai sentir?

"É muito importante que eu, me apresentando como médico, diga que alimento vivo é bom para quem está doente, mas o alimento vivo é uma alimentação para quem está sadio e quer se manter sadio", esclarece Alberto Gonzalez.

Decidi experimentar. Em dez dias, que resultados eu veria?

"Em dez dias, vai haver uma grande liberação de água do seu corpo. Muita água retida vai ser eliminada. Você também vai notar mudanças no âmbito da digestão e da disposição, principalmente após as refeições, Você vai se sentir muito bem disposto", adiantou Alberto Gonzalez.

Doutor Alberto troca o jaleco pelo avental. Hora de arregaçar as mangas e mostrar como se prepara o suco. "O grande equipamento é um liquidificador. Depois de tudo lavado, você começa a fazer o suco. Primeiro, picota o pepino. O pepino vai para perto da hélice, porque ele é um grande gerador de água. Aí vem a maçã. Vamos extrair a água do pepino, da maçã e das verduras orgânicas disponíveis com uma cenoura. E, finalmente, as sementes de girassol germinadas. Você pode usar só trigo, girassol, quinoa, gergelim, amêndoa. O ideal é a semente germinada”, ensina Alberto Gonzalez.

Este é o grande segredo da comida viva: grãos germinados. E se você já está se perguntando como vai fazer para conseguir essas sementes, não se preocupe.

"Em seguida, coamos. Fica uma massa consistente. É um coador de voal, que qualquer um pode ter. As pessoas com mais recursos usam uma centrífuga. É o café da manhã. É bom que seja um copo grande. Tem pão, manteiga, café e leite, só que em forma natural, viva e repleta de nutrientes vivos", ressalta Alberto Gonzalez.

Não é um suco ralinho, parece um leite ou algo muito cremoso. É em um casarão que doutor Alberto Gonzalez ensina receitas de alimentos vivos. Alguns pacientes são encaminhados para o local e aprendem que, além do suco, podem fazer pratos coloridos e saudáveis, como a caldeirada de frutos do mato.

Legumes ralados, picadinhos. Basta prensar os alimentos, uma técnica feita com as mãos, para controlar a temperatura da panela. Afinal, nos chamados alimentos vivos, legumes e verduras não podem ser cozidos.

"Se começar a queimar as mãos, tem que desligar. Se não queimar a mão, não vai queimar os alimentos também", explica uma funcionária do hospital.

“A carne é uma questão de herança cultural. Eu não vou chegar em uma aldeia de pescadores e dizer: parem de comer peixe. Comam o peixe, mas incluam na sua vida os alimentos que vêm da mãe terra. Porque eles vêm com a informação que você precisa", diz Alberto Gonzalez.

"Não posso dizer que sou vegetariano. Uma vez por mês eu não recuso um churrasquinho, mas também não sou escravo da alimentação. Como tudo que eu gosto, com uma certa regra", conta seu Orlando.

"Sempre digo que tudo que é verde faz bem para o que é vermelho. Quem está com doença cardiovascular volte-se para o reino vegetal. Alimente-se de tudo que é verde possível que a recuperação cardiovascular vem a reboque", aconselha Alberto Gonzalez.

Em casa, seu Orlando segue a orientação diariamente e faz questão de plantar suas verduras: "Eu aproveito qualquer cantinho. Uma jardineirinha da loja de R$ 1,99, um pouquinho de terra e brota um trigo bonito".

A grama de trigo usada no suco nasce de sementes comuns compradas no supermercado e simplesmente jogadas por seu Orlando na terra. "Todos os espaços, o quintal do vizinho, por exemplo, eu coloquei trigo há 15 dias e já está nascendo. Temos couve e outras hortaliças espalhadas no meio da vegetação. Uso de sete a oito qualidades para fazer o suco por dia", conta.

Será que é mesmo tão fácil assim? Nos dez dias em que testamos o suco também experimentamos a preparação dele, até em cozinhas de hotel. Se eu consegui, qualquer um consegue.

Mas, antes, é bom lembrar: estávamos no restaurante de um hotel na cidade turística de Campos do Jordão, e as tentações estavam servidas. Eram 9h. Eu jantei no dia anterior, às 20h30. Ou seja, havia mais de 12 horas. O estômago já estava reclamando. A mesa do café da manhã era farta. Em vez de optar por tudo o que eu normalmente comeria, fiquei só com as frutas e o suco verde.

Logo pegamos a estrada. Acompanhamos doutor Alberto Gonzalez até a casa de um paciente. A viola dá o tom. O lavrador Benedito Vicente da Rosa leva uma vida simples. Mora com a mulher no alto de uma colina, em um lugar onde não tem luz elétrica. Mas sobram ar puro e produtos tirados da terra sem agrotóxicos. Faltava saber como aproveitar todos os seus nutrientes. Foi o que seu Benedito aprendeu nas consultas pelo SUS. Visitas periódicas fazem parte do Programa de Saúde da Família.

Há um ano, o lavrador mal conseguia ir ao posto de saúde, por causa de uma trombose na perna esquerda, uma ferida enorme não cicatrizava.

"Estava muito machucado, era uma ferida só. Tinha um roxo que parecia uma lesão só. Tomei o suco e fechou tudinho, foi uma beleza. Eu já estava até desenganado", comemora o lavrador.

Doutor Alberto Gonzalez explica: "Os vasos da perna dele não chegavam até a intimidade do tecido, por conta do problema vascular. O suco promoveu o fenômeno denominado neovascularização, de crescer novos capilares onde não tinha".

Mas o médico alerta: "Se você está usando remédios e quer mudar para o suco, consulte um profissional médico. A pessoa que tem um problema grave de pressão arterial ou problema grave de perfusão sanguínea do próprio coração não pode parar de tomar o remédio. Eu trabalho usando remédios e o suco. Os remédios vão sendo tirados à medida que os resultados com o suco vão aparecendo. E isso depende da adesão do paciente".

Seu Benedito se empenhou de verdade para ver o resultado. Afinal, o que já seria difícil na cidade grande poderia até ser impossível para quem vive sem energia elétrica – sem um liquidificador.

"Tentei socar no pilão, mas espirrou muito. Tive que inventar outro modo. Daí, foi no ralador. Achei que foi importante", diz seu Benedito, que colhe os ingredientes, rala e espreme tudo com as mãos. "É um verdadeiro remédio. A perna sarou que é uma beleza! Não tem mais nada, está forte. Já estou imaginando até jogar bola. Eu gostava muito de jogar bola. Fazer isso todo dia é difícil, mas sem esforço ninguém consegue nada".

A germinação dos grãos é que dá força ao alimento, potencializa os nutrientes. É o que garante a mais antiga pesquisadora da comida viva no Brasil, a designer e professora Ana Branco, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). A primeira semente foi ela que plantou. Há 15 anos, Ana Branco reúne conhecimentos que ela passa adiante.

Preste atenção: é o passo-a-passo para você também aprender a germinar as sementes na sua casa.

"Colocamos a semente de girassol de molho na água. Vamos dormir e a semente vai acordar. São oito horas de molho na água. É o tempo de dormirmos e ela acordar. Na manhã do dia seguinte, jogamos a água fora e deixamos escorrendo em algum apoio por mais oito horas. Depois de oito horas de molho na água e oito horas no ar, é só darmos uma lavadinha antes de consumirmos. Podemos olhar o que aconteceu com a semente germinada. Dá para ver o narizinho que está nascendo. Nesse ponto, podemos consumir. Assim, comemos a energia vital contida nela. E ficamos forte que nem ela", diz Ana Branco.

Para ela, uma filosofia de vida que germinou e deu frutos. Muitos já aprenderam os segredos da alimentação viva em cursos e em uma feira na PUC-RJ.

"Nós começamos com o suco quando eu estava grávida da minha terceira filha. Meu marido faz o suco, fazemos para a família toda. Isso já acontece há três anos", conta a professora Rosana Cunha Pinto. "O grande barato é chamar as crianças para fazerem junto com você. Pede para uma pegar uma maçã, pede para outra segurar uma hortelã. E assim a gente vai cortando e preparando o alimento junto".

Eu bebi suco durante dez dias. E não foi difícil, mesmo fora de casa, dormindo em hotéis, comendo em restaurantes. Logo no primeiro dia, eu fiz exames de sangue que mostraram que a minha saúde vai muito bem. Taxas como colesterol e glicose, por exemplo, estão ótimas. E, por causa disso, eu resolvi não mudar mais nada na minha alimentação. No almoço e no jantar, continuei comendo o que estou acostumado e gosto: arroz, feijão, carne.

Mesmo assim, substituindo só café da manhã, o suco fez efeito. Perdi 2,1 quilos. Eu também senti outras mudanças que não podem ser medidas. A primeira: comecei a sentir menos fome nos últimos dias. E a segunda: mudança no apetite. Já não tenho tido mais tanta vontade de comidas pesadas. Pode ser resultado do suco.

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Notícias, Reportagens e Eventos relacionados ao Sistema Honnō de Saúde e às técnicas e terapias da antiga Medicina Oriental

Participe do I Congresso Internacional Brasil-Japão de Acupuntura e Eletroacupuntura Científica que acontecerá nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2008 na cidade do Rio de Janeiro.

Participação de renomados conferencistas internacionais com o objetivo de incentivar o intercâmbio técnico-científico e a troca de experiências entre profissionais de saúde do Brasil e do Japão, como também observar a evolução do uso da Acupuntura, Eletroacupuntura e outras técnicas e terapias da Medicina Oriental, no tratamento de doenças específicas e sua eficácia na prevenção de diversas enfermidades.

Eventos paralelos, workshops e mini-cursos diversos com emissão de certificados das instituições organizadoras.

Lançamento de livros como “Revolução Imunológica” do prestigiado Dr. Toru Abo da Universidade de Medicina de Niigata, Japão.

Apresentação e explanação de técnicas e exercícios do Sistema Honnō de Saúde e os “8 Caminhos de Saúde e Cura”, pelo Dr. Sohaku Bastos.

Mais informações Aqui.

Especialistas explicam os desejos das mulheres grávidas

Vontades têm a ver com falta de nutrientes e estado emocional.

De repente, no meio da madrugada, lá vem aquele desejo incontrolável. E aí surgem as vontades mais esdrúxulas e, digamos, impossíveis. Será que alguém pode explicar os desejos que uma mulher grávida tem?

“Eu acordei num sábado de manhã, chamei o meu marido e falei estou com vontade de comer cimento!”, conta Erika Arruda. Um desejo incontrolável, que ultrapassava os limites da razão. Érica até tinha medo que o cimento fizesse mal ao bebê, mas quem disse que isso era suficiente para diminuir a vontade?

“Insisti, insisti, até que o convenci. Ele subiu num muro, pegou, lavou, coloquei na boca, mas ainda tinha medo de engolir, para não prejudicar o bebê. Então, fiquei mastigando aquilo um tempão e depois joguei fora e lavei a boca”, diz Erika. “Para mim, aquilo foi iguaria dos deuses naquele momento”.

Que vontade é essa que leva uma mulher a provar coisas tão estranhas? Nos consultórios médicos, o cardápio bizarro escolhido por algumas grávidas é definido como uma compulsão e em alguns casos, pode até ter explicação cientifica.

Cenoura todo dia, a toda hora. Até aí, um desejo do tipo convencional. Mas a grávida queria mais. “Uma vez comi uma cenoura da horta, nem quis lavar, tinha um torrão de terra junto, que foi deliciosa. Eu tinha vontade até de comer a terra mesmo”, relembra a empresária Andréa Fishmann.

Os exames pedidos pela obstetra confirmaram uma teoria do tempo da vovó: Andréa precisava de ferro, tinha anemia. “Os nutricionistas tentam associar esse desejo à deficiência de, por exemplo, ferro, zinco, cálcio, selênio, que são micros nutrientes que você tem no solo. Outros estudiosos da ciência da nutrição e da ciência do solo acham que a pessoa está comendo terra para um sentido de proteção”, explica Flávio Garcia de Oliveira, médico ginecologista.

Uma pesquisa britânica feita pela internet com 2,2 mil grávidas mostrou que 75% das entrevistadas tinham desejos por comida e um terço delas tinha vontade mesmo é de comer coisas tão esquisitas quanto carvão, pasta de dentes e sabão.

“O desejo normal é por carboidratos, por manga, por jaca. Mas esse é um desejo que passa, lá pelas 3h. O desejo compulsivo, esdrúxulo, pervertido, não passa. Ele só passa a partir do momento que a grávida consome a substância”, revela Oliveira. “Não tem como você parar, a pessoa vai consumir. Já tivemos pacientes que pegavam barro e assavam em formas para comer o torrão e comiam. Elas sabiam que não podiam, mas comiam. Isso faz parte da compulsão”, complementa o médico.

Desejos à parte, a grávida precisa seguir uma boa dieta para que o bebê se desenvolva bem. Receitas simples, com ingredientes baratinhos, ajudam as grávidas a ter uma alimentação saudável, como o frango com caju e a fritada de batata doce.

"Essas duas receitas, tanto a batata doce quanto o frango com caju, são muito ricas em vitaminas A, C e do complexo B. Com certeza, para esses desejos normais, esse tipo de alimentação vai arrefecer um pouco, porque a gente sabe que a grávida gosta muito do carboidrato. Então, fazendo esse tipo de nutrição, ela vai ter um pouco menos dos desejos normais”, aconselha Flávio.

Só que nem sempre as vontades das grávidas têm a ver com a falta de nutrientes. Muitas vezes têm fundo emocional. “A paciente realmente sente o desejo eventual por alguma coisa em especial, por uma goiaba, melancia, kiwi, e não tem explicação para aquilo que está acontecendo. Inconscientemente, muitas vezes é direcionado a uma forma de ela vincular o interesse do marido a uma participação durante o desenvolvimento da gravidez”, explica Sérgio Peixoto, médico ginecologista e professor da USP.

“Ela realmente está com vontade. Mas por que resolveu ter vontade exatamente daquilo? É uma maneira estranha da paciente buscar colaboração, buscar a cumplicidade, mas não tem nada de simulação”.

A psicóloga Geise de Almeida Silva, grávida de cinco meses, queria mesmo sentir o sabor da infância quando fez os pais saírem da grande São Paulo e fazer uma viagem de 500 quilômetros atrás de um desejo. “Queria um cheese salada do sul de Minas, da cidade de Andrelandia. Eu sentia o cheiro daquele lanche e a minha boca salivava. Tentei comer um outro cheese salada, fui em alguns lugares da cidade, mas não era o gosto”, conta. “Valeu a pena buscar este lanche. Afinal, o que a gente não faz por um filho, né?”, justifica Fátima de Almeida, mãe de Geise. O marido, Douglas Felipe da Silva, reclama mas acaba cedendo. “Eu tenho uma prima, que tem um sinal em forma de moranguinho vermelhinho. Durante a gravidez, a Fernanda, que é a mãe dela, ficou com vontade de comer morango e ela nasceu com esse sinal. Mas acho que é mais superstição, né?”, diz o marido de Geise.

Superstição ou não, ninguém quer arriscar. “Na dúvida, é melhor comer o sanduíche para não ter nada de errado!”, conclui a mãe de Geise.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Paradoxo nutricional

25/8/2008

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – O Brasil vive uma transição nutricional paradoxal. Um estudo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública revela a prevalência crescente tanto de anemias como de obesidade no país. A pesquisa, que analisou trabalhos realizados nas últimas três décadas, aponta que essa tendência estaria associada a mudanças no consumo alimentar.

A pesquisa analisou 28 trabalhos publicados sobre anemia em crianças e mulheres em idade reprodutiva, considerando a representatividade estatística, padronização de técnicas laboratoriais e critérios recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para o estudo do sobrepeso e obesidade, o trabalho avaliou o Índice de Massa Corporal (IMC).

Participaram do trabalho pesquisadores do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (Imip) e do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, unidade da Fundação Oswaldo Cruz em Recife.

De acordo com Malaquias Batista Filho, do Imip, o estudo procurou se afastar do paradigma usado na maior parte das pesquisas, cuja referência é o enfoque isolado dos diagnósticos, particularmente no caso das doenças nutricionais, que são analisadas como “entidades próprias e autônomas”.

“A idéia foi juntar os dados em uma série cronológica desde 1974 para verificar se eles apontavam alguma tendência. Há três estudos que foram feitos com a mesma população em momentos diferentes, por isso são mais adequados a análise de tendências temporais. Os resultados revelam que, a cada década em que o exame foi feito, a desnutrição regrediu e a obesidade evoluiu”, disse Batista Filho à Agência FAPESP.

Embora o país venha superando o problema da fome, a nova pesquisa aponta as anemias como um problema em ascensão. Um dos estudos anteriores feito no município de São Paulo, cujos dados foram utilizados, foi o caso mais representativo: a prevalência do problema das anemias aumentou de 22% para 46,9% nas duas últimas décadas, entre as crianças menores de 5 anos.

Os outros dois trabalhos se referem aos estados da Paraíba e de Pernambuco, cuja tendência é de aumento das anemias em 10% a cada dez anos.

Batista Filho, que também é professor aposentado do Departamento de Nutrição da UFPE, ressalta que o problema da anemia não é exclusivo dos países subdesenvolvidos. A Europa tinha, segundo ressaltou, 20 milhões de pessoas anêmicas há uma década.

“Trata-se de um problema que foi progredindo na surdina, sem muitas denúncias. Hoje existem estimativas de que dois terços da população mundial podem ter anemia. Houve redução nas formas mais graves, mas houve ampliação em relação às formas leves e moderadas de anemia”, acrescentou.

Leite demais

Segundo Batista Filho, uma certa mitificação do leite na alimentação humana tem relação com o avanço da anemia. “O leite é muito importante na alimentação, mas ainda assim não pode ser considerado um alimento que necessariamente deve fazer parte da dieta para que exista condição para saúde normal. Ele não é rico em ferro e inibe o aproveitamento de ferro de outros alimentos. No estudo feito em São Paulo, verifica-se que, em grande parte, o leite está sendo co-responsável pela ocorrência de anemia em crianças”, disse.

As grandes mudanças na situação nutricional da população adulta resultaram, segundo a nova pesquisa, em um aumento do sobrepeso e obesidade. Em relação à evolução do estado nutricional, segundo o IMC, foi identificado um declínio no baixo peso e uma estabilização em níveis aceitáveis a partir de 1989, enquanto a obesidade triplicou em homens, elevando-se de 2,8% para 8,8%.

Entre as mulheres, a ocorrência de obesidade, que, inicialmente, era três vezes maior do que em homens, manteve-se praticamente estável em torno de 13% nas avaliações efetuadas em 1989 e 2003. No mesmo período, a prevalência de normalidade antropométrica, que era de 71,4% entre os homens em 1974, caiu para 47,4% na última avaliação. Entre as mulheres, a prevalência da normalidade antropométrica, segundo o IMC, declinou de 53,4% para 42,7%.

De acordo com Batista Filho, o novo paradigma nutricional gera a necessidade de se avançar para além dos problemas relacionados à fome. “Agora temos que pensar nos aspectos qualitativos da alimentação e não simplesmente compensá-la com calorias. Alimentação saudável não se reduz ao problema da fome, mas tem relação com vários outros aspectos nutricionais e de saúde.”

“Temos de retirar um pouco do centro da discussão a questão da fome em si, e colocar agora um tema bem mais amplo, que seria o da alimentação saudável para todos os ciclos de vida. Hoje, inclusive, se percebe que quando estamos cuidando da alimentação da criança estamos cuidando do escolar, da gestante, do trabalhador e das populações idosas do futuro”, reforçou.

Para ler o artigo Anemia e obesidade: um paradoxo da transição nutricional brasileira, de Malaquias Batista Filho e outros, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Dieta inadequada na infância pode influenciar desenvolvimento escolar

13/08/2008 - 10h38

da Efe, em Londres

Uma dieta inadequada nos primeiros anos da infância pode afetar o posterior desenvolvimento escolar das crianças, segundo indica um estudo publicado hoje no Reino Unido.

A pesquisa, realizada por especialistas das universidades inglesas de Londres e Bristol, assinala que as crianças que aos 3 anos consumiram muita comida de baixa qualidade nutricional --como alimentos muito processados ou com alto conteúdo de sal e açúcar-- progrediam menos no colégio.

Os especialistas descobriram que, em comparação com outras crianças, as que se alimentaram pior tinham 10% menos probabilidades de alcançar os níveis de desenvolvimento esperados entre os 6 e os 10 anos.

Também comprovaram que o regime alimentar em anos posteriores não tinha tanta influência sobre o desempenho na escola.

O trabalho apresentado hoje se baseou nos dados fornecidos por um estudo da Universidade de Bristol, que acompanha o desenvolvimento de 14 mil crianças desde seu nascimento, em 1991 e 1992.

Para chegar a suas conclusões, os pesquisadores levaram em conta outros fatores que podem afetar o desenvolvimento escolar infantil, como baixa renda dos pais e más condições familiares.

Segundo a especialista em nutrição Pauline Emmett, da universidade de Bristol, o estudo mostra uma sólida associação entre hábitos alimentícios nos primeiros anos de vida e o posterior desenvolvimento escolar, e indica que as primeiras alimentações têm efeitos duráveis, à margem de mudanças posteriores na dieta.

"É muito importante que as crianças tenham uma dieta equilibrada desde a primeira infância, caso queiram tirar o máximo proveito da educação", ressaltou Emmett.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Cresce o número de diagnósticos de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos

Via Minha Vida

Jovens pacientes dispensam os exames preventivos de rotina e ficam mais sujeitas à doença
Linha pontilhada

Pesquisa realizada pelo Hospital do Câncer de São Paulo revela que o número de mulheres afetadas com o câncer de mama cresceu 11% e, hoje em dia, afeta 16% das mulheres com menos de 40 anos. As estatísticas também revelam que uma em cada 20 mulheres desenvolverá esse tipo de doença no decorrer da vida e, pior, em 60% a 70% dos casos, o diagnóstico é feito tardiamente, com o tumor já em fase adiantada.

A doença é a principal causa mundial de morte por câncer da população feminina entre 39 e 58 anos de idade e, no Brasil, estima-se que mais de 40 mil novos casos sejam diagnosticados neste ano. Embora não substitua as visitas ao médico, o maior aliado das mulheres é o auto-exame, responsável por detectar cerca de 75% dos casos. As chances de cura são de 90% quando a doença é detectada no início (tumores de 2 cm, em média). A inspeção visual e a palpação de cada mama pela própria mulher devem ser realizadas geralmente do 7º ao 10º dia após o início da menstruação.

A especialista em Radiologia do Lavoisier Medicina Diagnóstica/ DASA Maria Helena Louveira, lembra que, no caso de jovens, não é indicada a mamografia sem recomendação profissional. Temos que lembrar que este exame inclui a emissão de radiação ionizante. Quando aplicada de forma excessiva, ela pode ser nociva à saúde. Por isso, não devemos antecipar a inclusão da mamografia caso a paciente não tenha histórico familiar ou alterações genéticas que o justifiquem , ressalta.

A mamografia deve ser realizada entre 35 e 40 anos de idade e se submeter e ser repetida anualmente a partir dos 40 anos. Os principais sinais do tumor são o aparecimento de nódulo palpável nos seios ou de ínguas nas axilas, modificações na forma e tamanho das mamas, saída de secreção escura ou com sangue pelo mamilo e modificações na pele, na aréola mamária ou no mamilo. Nem todos os nódulos palpáveis na mama representam um tumor maligno. Também existem as alterações benignas, como os cistos e os fibroadenomas, que podem ser percebidos ao toque e têm evolução favorável , finaliza Maria Helena Loureira.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Resistência à insulina

11/8/2008

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Um estudo realizado com adolescentes obesos demonstrou a relação entre distribuição da gordura corporal e resistência à insulina, distúrbio que foi verificado em 57,1% dos participantes.

A resistência à insulina é uma desordem metabólica que pode aumentar o risco de doenças crônicas. Segundo os pesquisadores, a gordura do tronco foi significativamente associada com o problema, demonstrando a importância clínica da obesidade abdominal durante a adolescência. O trabalho encontrou também valores elevados de insulina em 40,2% dos adolescentes pós-púberes.

"Os resultados obtidos reforçam a importância do controle de peso para a saúde dos adolescentes tendo em vista as complicações metabólicas apresentadas e o aumento no risco de doenças e agravos não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares", disse a primeira autora do estudo, Luana Caroline dos Santos, professora adjunta de Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), à Agência FAPESP.

O trabalho foi publicado na revista São Paulo Medical Journal, tendo como outros autores os professores Isa de Pádua Cintra e Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo, e Lígia Araújo Martini, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP).

Participaram da pesquisa, resultado da tese de doutorado defendida por Luana na FSP-USP, 49 adolescentes obesos – 12 meninos e 37 meninas – com média de idade de 16,6 anos e média de índice de massa corpórea (IMC) de 35 kg/m². Ficaram de fora jovens com doenças crônicas, que tomassem medicamentos alteradores de peso, glicose e do metabolismo lipídico ou que apresentassem peso acima de 120 quilos.

Segundo o estudo, os resultados permitem relacionar o acúmulo de gordura, sobretudo aquele localizado na região central, com a resistência à insulina.

"Identificamos que a obesidade, mesmo em idades precoces, altera o controle metabólico do organismo e aumenta a possibilidade de desordens como a resistência à insulina", disse Luana, ao destacar que a população de estudo se constituía de adolescentes clinicamente saudáveis e que apresentava excesso de peso ainda sem tratamento.

Mudanças alimentares

De acordo com Lígia Martini, orientadora da pesquisa, a resistência à insulina que acomete os adolescentes é similar à verificada em adultos, inclusive com elevação do risco de ocorrência de diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares.

"O problema é mais fácil de ser tratado quanto mais precocemente for verificado e envolve mudança de modos de vida, incluindo a prática de atividade física, e a adoção de uma dieta equilibrada para redução e controle do peso. Em alguns casos, pode ser necessária a inserção concomitante de terapia medicamentosa", disse a professora do Departamento de Nutrição da FSP-USP.

Segundo ela, o aumento da ocorrência da resistência à insulina verificado nas últimas décadas se deve à chamada transição epidemiológica, caracterizada pelo aumento nas taxas de mortalidade específica por doenças transmissíveis e pela redução das não transmissíveis, por mudanças de hábitos alimentares e pelo aumento da obesidade. Além disso, pesou também o acelerado envelhecimento da população e a rápida difusão de hábitos e comportamentos, atribuída ao processo de globalização.

"A mudança dos hábitos alimentares verificada na população brasileira certamente representa o fator de maior impacto nesse quadro, associado ao aumento da inatividade física. Os fatores genéticos também são importantes, mas são responsáveis por menos de 10% dos casos de resistência à insulina", afirmou.

Gorduras localizadas

O estudo avaliou a composição corporal de gordura e músculos. Para medir o consumo de alimentos, os participantes anotaram por três dias não consecutivos os alimentos consumidos, incluindo líquidos e suplementos alimentares. A resistência à insulina foi calculada pelo índice Homa-IR (Homeostasis Model Assessment of Insulin Resistance).

"Essa metodologia foi escolhida considerando os objetivos propostos para o estudo. As limitações eram pequenas, como incapacidade de avaliação de indivíduos com peso superior a 120 quilos ou o esquecimento da anotação de algum alimento no registro alimentar para avaliação do consumo alimentar", explicou Luana.

O maior número de meninas se deveu a maior resposta aos anúncios de divulgação do trabalho. "A obesidade no sexo feminino se caracteriza freqüentemente pela maior deposição de gordura na região glúteo-femural (gordura ginóide), enquanto no sexo masculino a deposição ocorre comumente na região abdominal (gordura andróide). A localização da obesidade na região abdominal está mais relacionada à ocorrência de desordens lipídicas, hipertensão, diabetes e aumento do risco cardiovascular", disse.

Segundo a autora, o estudo prosseguiu com o atendimento interdisciplinar dos adolescentes no Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Unifesp por dez meses, quando se verificou redução significativa da resistência à insulina. Mas os novos dados ainda não foram publicados.

Para ler o artigo Body trunk fat and insulin resistance in post-pubertal obese adolescents, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

segunda-feira, 28 de julho de 2008