quarta-feira, 30 de abril de 2008
Gastronomia Molecular em favor da saúde
O encontro da ciência com a arte favorece a saúde e o paladar.
A física e a química dos alimentos podem ser utilizados de maneira benéfica à saúde, priorizando qualidades e substituindo técnicas e ingredientes menos adequados. Este é o propósito da gastronomia molecular, que ganha adeptos no mundo inteiro. No Brasil, a nutricionista Andréa Esquivel é uma especialista na área e fala ao Nutritotal um pouco mais sobre o assunto.
Como a física e a química dos alimentos podem beneficiar a saúde?
Por meio de pequenas alterações em ingredientes ou até mesmo no preparo de um prato é possível obter inúmeros benefícios à saúde. Sabendo como utilizá-las, disponibilizamos os nutrientes da maneira mais adequada possível enriquecendo a comida.
Isso é feito por meio da substituição de alimentos por outros semelhantes, porém mais saudáveis?
A idéia de que para uma culinária saudável basta substituir ingredientes calóricos por outros mais light é equivocada. A maneira de prepará-los muitas vezes é muito mais importante. Além do que, os valores de minerais e vitaminas nas tabelas nutricionais devem servir apenas para orientação. Como as condições de plantio mudaram muito da época em que as tabelas foram elaboradas, muitos valores também mudaram de lá pra cá.
Qual deve ser o principal objetivo ao elaborar uma receita?
Um aspecto muito importante, sempre, é aguçar os cinco sentidos à mesa. Aroma, paladar, textura, aparência, quanto mais sentidos forem despertos, melhor a digestibilidade e a absorção. Assim, se deixamos de estimular um dos sentidos, também deixamos de lado uma grande chance de proporcionar prazer a quem está comendo.
E para as dietas de emagrecimento, quais as dicas?
Despertar os cinco sentidos de quem está comendo é também uma ótima maneira de reduzir a ingestão de calorias. Quanto mais sentidos estiverem despertos, maior a saciedade e menor o volume que será ingerido.
Um prato elaborado somente com ingredientes tidos com saudáveis, não será necessariamente um prato saudável?
Não basta preparar um prato bonito, saboroso e utilizar apenas ingredientes saudáveis. Sem a correta orientação, um pequeno detalhe no preparo pode colocar em risco as propriedades nutricionais daqueles ingredientes.
Poderia citar um exemplo?
Um bom exemplo disso é o licopeno. Embora pesquisas atestem que a substância, presente no tomate previna o câncer de próstata, não adianta comer um monte de tomates, pois o licopeno tem pouca disponibilidade na fruta in natura. A maneira de tirar proveito destes benefícios do licopeno é na forma de molho que, sem grande parte da água presente no tomate, o licopeno fica muito mais concentrado e disponível. E é possível potencializar ainda mais acrescentando azeite ao molho.
5 Steps to Get Ready for a Healthy Pregnancy
Fonte: http://www.cdc.gov/ncbddd/pregnancy_gateway/before.htm
- Take 400 micrograms (mcg) of folic acid every
day for at least 3 months before getting
pregnant to help prevent birth defects. - Stop smoking and drinking alcohol.
- If you have a medical condition, be sure it is under control. Some conditions include asthma, diabetes, oral health, obesity, or epilepsy. Also be sure that your vaccinations are up to date.
- Talk to a health care professional about any over-the-counter and prescription medicines you are taking. These include dietary or herbal supplements.
- Avoid contact with toxic substances or materials that could cause infection at work and at home. Stay away from chemicals and cat or rodent feces.
terça-feira, 29 de abril de 2008
5 armadilhas destroem a alimentação saudável,
Do Minha Vida.
Para fugir dos erros comumente cometidos pelos iniciantes no método, a responsável pela equipe nutricional do Minha Vida, Roberta Stella, montou uma lista com os erros mais comuns. Veja se as dúvidas a seguir já rondaram sua cabeça na hora de montar seu prato guiado pela pirâmide e saiba como escapar dessas armadilhas, da melhor maneira.
Armadilha: Ficou difícil resistir à macarronada do almoço e você não pensou duas vezes na hora de encher o prato de carboidratos. Como não quer extrapolar as porções que tinha programado para o dia todo, resolve banir o nutriente do restante das refeições.
Dica: Faça um planejamento antecipado para não restar dúvidas sobre o número e a quantidade das porções que você precisa ingerir durante o dia. A princípio, parece um pouco trabalhoso. Mas basta fazer os cálculos no primeiro dia e seguir essa organização nos outros, usando atabela de substituições como guia , ensina a
| nutricionista. Se você escorregar em alguma refeição, nada de ficar rearranjando os grupos alimentares. O conselho da especialista é manter o planejamento como se o deslize não tivesse acontecido. Tentar consertar o erro pode gerar confusão e fazer com que nutrientes importantes para o organismo não sejam ingeridos na quantidade adequada , ressalta Roberta. Armadilha: Seu objetivo é contar com os princípios da pirâmide alimentar para emagrecer. Por isso, você toma muito cuidado com o grupo dos cereais, pães, tubérculos e raízes, rico em carboidratos. Você dispensa algumas porções e garante o baixo valor calórico do seu cardápio. Dica: A pirâmide nada mais é do que a representação global de um cardápio balanceado. O maior cuidado ao segui-la deve ser para que todos os grupos alimentares estejam presentes na alimentação na quantidade mínima , alerta Roberta. Ou seja, se a quantidade indicada |
Armadilha: Seu objetivo é contar com os princípios da pirâmide alimentar para emagrecer. Por isso, você toma muito cuidado com o grupo dos cereais, pães, tubérculos e raízes, rico em carboidratos. Você dispensa algumas porções e garante o baixo valor calórico do seu cardápio.
Dica: A pirâmide nada mais é do que a representação global de um cardápio balanceado. O maior cuidado ao segui-la deve ser para que todos os grupos alimentares estejam presentes na alimentação na quantidade mínima , alerta Roberta. Ou seja, se a quantidade indicada de determinado grupo é de três porções, estipular somente duas ao longo do dia é um erro. Para estar de acordo com a sua meta, a única variação da pirâmide está relacionada à quantidade de cada porção. Quem pratica exercícios, quer emagrecer, manter ou ganhar peso, segue a mesma pirâmide. O que muda é a quantidade das porções, já que ela está atrelada ao número de calorias diárias da dieta . Isso, além de fornecer todos os nutrientes necessários ao organismo, garante que as refeições sejam feitas a cada quatro horas, com pequenos lanches entre os pratos principais (veja um exemplo de cardápio). Isso diminui a possibilidade de excessos na alimentação, já que você não chega faminto à próxima refeição.
Armadilha: Como você não tem o costume de comer à noite, prefere agrupar as porções que deveriam compor o jantar com as do almoço. Afinal, o que vale é a soma final das porções dos grupos alimentares indicadas pela pirâmide. Dica: A pirâmide alimentar estimula o bom hábito à mesa. Portanto, não é recomendado concentrar os grupos alimentares em poucas refeições , explica Roberta. O conselho da nutricionista do Minha Vida é optar por alimentos de fácil digestão e que façam parte da sua rotina alimentar. Se você não está acostumado a jantar, substitua os alimentos típicos dessa refeição por outros que podem montar um lanche. Troque o arroz por pão, a carne por um embutido e assim por diante. Mas é importante seguir as porções de cada grupo , diz. |
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Dica: Deixar algum grupo alimentar de lado, segundo Roberta, não prejudica o andamento da pirâmide. Mas o propósito de criação dela é justamente oferecer uma alimentação rica em todos os nutrientes. Excluir os legumes, por exemplo, terá como conseqüência a carência de minerais e vitaminas, fundamentais para o corpo . Também é importante lembrar que nenhum grupo substitui outro. A conclusão é que deixar de ingerir legumes para aumentar a quantidade de porções das frutas não é atitude acertada. Uma alimentação adequada requer variedade alimentar decorrente da ingestão de alimentos pertencentes a todos os grupos alimentares .
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Canadá proíbe mamadeiras de plástico por preocupações com a saúde
Ottawa, Canadá - O governo canadense iniciou na quinta-feira, dia 17 de abril, o processo de proibição de mamadeiras de policarbonato - um plástico duro e moldável - ao declarar oficialmente que um de seus componentes químicos é tóxico, o bisfenol-a.
A decisão, dos serviços de saúde e do meio ambiente do Canadá, é a primeira medida tomada por qualquer governo contra o bisfenol-a, ou ABP, um produto químico contido no material das mamadeiras e garrafas plásticas que imita um hormônio humano e que tem induzido, a longo prazo, mudanças em animais expostos a ele através de testes.
"Não vamos esperar os efeitos a longo prazo do bisfenol-a para tomar medidas de proteção ao nosso povo e nosso ambiente”, disse o ministro do Meio Ambiente, John Baird, em entrevista à imprensa.
O impacto mais imediato da classificação como produto tóxico será a proibição da importação e da venda de mamadeiras para bebês feitas com garrafas de policarbonato transparente e rígido. No entanto, essa medida só terá efeito após um período de 60 dias de discussão.
O ministro da Saúde, Tony Clement, disse aos jornalistas que, após revisar 150 trabalhos de investigação sobre o ABP e realizar seus próprios estudos, seu departamento concluiu que esse produto químico representa um risco elevado para recém-nascidos e crianças com até 18 meses.
O ministro disse ainda que estudos com animais sugerem que "haverá sintomas comportamentais e neurológicos numa fase posterior de suas vidas".
Além disso, o ministro Clement afirmou que lavar as mamadeiras plásticas com água fervente provoca a liberação do produto químico no conteúdo das garrafas. Ele sugeriu que o governo teria examinado a possibilidade de banir também o uso de epoxies feitos com ABP, e pulverizados na maioria dos recipientes de alimentos infantis como revestimento. Mas acrescentou que não existe qualquer alternativa prática no momento.
Ambos os ministros, no entanto, insistiram em que a pesquisa atual mostrou que adultos que utilizam recipientes para comida e bebida feitos com plásticos relacionados com o ABP não estariam correndo riscos. "Não existe risco atual para o canadense médio consumir qualquer coisa contida nesses recipientes", disse Clement.
Apesar disso, o governo canadense vai começar a monitorar a exposição de um grupo de 5.000 pessoas ao ABP até 2009. Se a investigação indicar perigo para adultos, o governo tomará medidas adicionais, disseram os funcionários.
Além das preocupações com relação a crianças e jovens, o governo afirmou que sua análise do ABP constatou que mesmo níveis reduzidos do produto químico podem prejudicar peixes e outras formas de vida aquática ao longo do tempo.
Se a proibição da mamadeira para bebê entrar em vigor apenas em 19 de Junho, algo que só poderá ser modificado diante de novas evidências significativas (em contrário), o efeito prático da medida será pequeno.
Notícias veiculadas no início da semana passada, de que o governo iria declarar o ABP tóxico, provocaram uma corrida da maior parte dos grandes varejistas do Canadá para remover de suas lojas produtos de ABP relacionados à alimentação. A empresa Shoppers Drug Mart, a maior do setor, tomou a medida na sexta-feira, em suas 1.080 lojas pouco antes do anúncio do governo.
A Nalgene, empresa que transformou o policarbonato de uma peça de equipamento de laboratórios em um popular recipiente para bebidas, decidiu deixar de utilizar esse plástico e optar por outros materiais que não contêm ABP.
Em Washington, na sexta-feira, Charles E. Schumer, senador democrata por Nova York, anunciou que pretende apresentar um projeto de lei para a proibição total do uso de plásticos relacionados com o ABP em produtos infantis e também em qualquer recipiente para comida ou bebida para adultos.
Texto de Ian Austen, publicado no New York Times. Tradução da EcoAgência. Reprodução autorizada, citando-se a fonte.
Foto apenas ilustrativa.
Leia mais:
Substituir moléculas naturais pelas artificiais provoca danos gravíssimos à saúde e ao ambiente
quarta-feira, 23 de abril de 2008
A compreensão do gesto
Por Roberta De Lucca
Revista Bons Fluidos - 10/2007
Preste atenção em sua respiração. Você inspira pelo peito ou pelo abdômen? Como solta o ar? Rápida ou lentamente? É isso mesmo. As pessoas quase nunca observam como inspiram e expiram.
Essa análise do corpo humano é um dos pilares da bioenergética, uma linha de psicoterapia criada pelo médico americano Alexander Lowen entre as décadas de 1940 e 50. Para ele, ter o corpo vibrante e saudável é a chave de uma vida feliz. E isso nada tem a ver com malhação ou condicionamento físico orientado por caminhadas e exercícios aeróbicos e anaeróbicos.
O que Lowen descobriu é que toda musculatura contraída tem uma emoção guardada. E por isso, quando o corpo é exercitado e relaxado, ele consegue liberar emoções reprimidas, minimizando também os medos, as inseguranças e até a dor física.
O resumo deste trabalho, que revê a importância do corpo, acabou de sair em livro no Brasil: é a autobiografia de Lowen, Uma Vida para o Corpo (ed. Summus). A obra foi concluída em 2004, antes de o médico sofrer o derrame cerebral que tirou boa parte de sua fala e mobilidade aos 96 anos.
O QUE O CORPO ENSINA À MENTE, E VICE-VERSA
Antes da bioenergética propriamente dita, nasceu a terapia corporal pelas mãos do psicanalista húngaro Wilhelm Reich, ex-discípulo de Freud (o pai da psicanálise), que resgatou a importância do corpo para a compreensão das emoções e dos sentimentos.
"Freud se preocupava com o que o paciente falava e Reich observava como ele falava, analisando sua respiração e expressão corporal", diz o médico e psicoterapeuta Ricardo Amaral Rego, diretor do Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica.
Reich rompeu com a separação entre corpo e mente, tão comum nas terapias de então. Ele compreendeu que o que afeta o corpo repercute na mente, e vice-versa. Também passou a estudar como o corpo é regido e conduzido por uma energia que ele batizou de orgônio- conhecida por ch'i na medicina tradicional chinesa e por prana pelos hindus.
O trabalho de Reich era inovador para a psicanálise e para a sociedade ocidental, pois defendia que a vitalidade dessa energia contribui para o bem-estar do ser humano. Empolgado, ele mergulhou em pesquisas para descobrir a origem dessa energia e deixou aberto o campo para estudos da correlação mente/corpo.
"Nesse vácuo, Lowen, ex-paciente e aluno de Reich, encontrou espaço para sistematizar o trabalho do mestre", explica o psicoterapeuta Rubens Kignel, de São Paulo.
ENERGIA VIBRANTE
Lowen partiu do princípio de que a boa relação entre corpo, mente e energia é a base para uma vida plena. Na prática, se a pessoa está triste devido a uma perda, ela se sente enfraquecida para reagir porque o organismo não produz a energia de que ela precisa para se animar.
Por isso, o terapeuta acredita ser difícil alguém deprimido ficar bem e pensar positivamente se seu nível de energia estiver baixo. Aí entra a análise bioenergética: para resolver o descompasso. A fórmula conta com um equilíbrio na equação mente/corpo/energia, com base no estudo dos estados emocionais e energéticos do corpo.
Numa sessão de bioenergética, além de conversar como em qualquer outro tipo de psicoterapia, o terapeuta pede que o paciente faça alguns exercícios físicos. O objetivo é destravar tensões musculares- geradas por estresse, tristeza, ansiedade e problemas psicológicos- e levar a pessoa a respirar livremente, já que a emoção interfere no fluxo respiratório.
"Por conta dos seus problemas emocionais, um paciente pode aprisionar a respiração, isto é, entrar num padrão de inspirações e expirações curtas e apressadas, que tensionam os músculos e distanciam o indivíduo do contato com o seu corpo", afirma Liane Zink, diretora do Instituto Brasileiro de Análise Bioenergética, ex-aluna de Lowen. Os exercícios da bioenergética colaboram para a respiração fluir novamente.
PRESENTE NA VIDA
O resultado da terapia é um ser humano mais integrado consigo mesmo, seus desejos, sua verdade e, conseqüentemente, mais presente em tudo o que acontece na vida. "Diminui aquela sensação de estar sendo levado pelos acontecimentos, de viver no piloto automático", considera Rubens Kignel.
Essa consciência é trabalhada por meio do conceito de grounding (o fundamento mais importante da bioenergética), que significa "estar enraizado". Para sentir o corpo enraizado, Lowen desenvolveu exercícios (clique e veja quadro) que mesclam respiração e posturas.
"Após esses exercícios, a pessoa percebe que está inteira numa relação- seja ela amorosa, de trabalho, com os filhos ou com seus valores. O grounding pode mostrar os medos do paciente, fazendo-o enfrentá-los", explica Liane.
Estar cheio de vida e energia é a idéia loweniana de saúde física e mental. Manter essa ligação dá ao ser humano a possibilidade de se expressar livremente e alcançar a graciosidade. Afinal, como o pai da bioenergética diz: "Na ausência do sentir, o movimento se torna mecânico e as idéias se tornam abstrações".
Se é verdade que alguns distúrbios diminuem a graça do corpo e debilitam sua saúde, também é fato que o resgate dessa graça recupera o bem-estar. "O paciente aprende a estar com o melhor de si e a aceitar que existem incompletudes, mas que é possível viver em harmonia assim", afirma Kignel.
OUTRAS LEITURAS DOS MOVIMENTOS
Além de Alexander Lowen, outros psicoterapeutas neo-reichianos desenvolveram trabalhos importantes no campo da terapia corporal, como a biodinâmica e a biossíntese.
Biodinâmica
Foi criada no fim da década de 1960 pela psicóloga e fisioterapeuta norueguesa Gerda Boyesen. "Ela desenvolveu uma terapia mais suave e maternal que a bioenergética. As sessões misturam fala e exercícios, mas a parte física é menos incisiva que na terapia de Alexander Lowen. A técnica trabalha as questões do paciente com mais leveza e resgata a criança interior", explica Ricardo Amaral Rego, diretor do Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica.
Dado o vasto conhecimento de Gerda sobre as características da musculatura, ela desenvolveu um método de massagem que visa desbloquear músculos e tecidos do corpo.
Biossíntese
Com base no estudo do desenvolvimento do feto na década de 1970, o pedagogo e psicoterapeuta inglês David Boadella entendeu a influência que o feto recebe da mãe e do meio ambiente e concebeu dois conceitos fundamentais da biossíntese- o útero receptivo e o útero rejeitador ao bebê.
Dependendo de como foi a relação mãe/feto, o bebê pode se tornar um adulto receptivo ou rejeitador a pessoas, situações e desafios da vida. "Boadella também desenvolveu conceitos de movimento e postura. Cada uma delas está ligada a situações de abrir-se e fechar-se a si e ao mundo", explica o psicoterapeuta Rubens Kignel.
Independentemente da linha, o fato é que as terapias corporais se mostram muito úteis para levar o homem a olhar mais para seu corpo e compreender que o bem-estar físico e mental são unos e uma valiosa ferramenta para o entendimento de si próprio.
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quinta-feira, 17 de abril de 2008
Drama mortal
Por Carlos Fioravanti
Pesquisa FAPESP – No mês passado ganharam o mundo dois estudos que mostram quão dramático é o quadro de uma das doenças mais temidas da humanidade, a tuberculose. Um deles descreve uma nova linhagem da principal espécie de bactéria causadora de tuberculose, o bacilo Mycobacterium tuberculosis, que apresenta uma perda do genoma uma vez e meia maior que a maior perda já encontrada em qualquer outra das seis espécies do gênero Mycobacterium que causam tuberculose.
Mesmo assim sobreviveu, reforçou a capacidade de escapar das células de defesa do organismo e se tornou a responsável por um em cada três casos de tuberculose registrados no Rio de Janeiro. A infecção por essa linhagem, chamada de RD-Rio por ter sido descoberta lá, está associada com emagrecimento mais intenso, mais escarro de sangue e mais perfurações no pulmão.
O outro trabalho, com laboratórios de nove países, mostra que essa linhagem predomina sobre centenas de outras nos Estados Unidos, na América Central e na África. Este mês deve sair um terceiro artigo mostrando que essa mesma variedade causa um terço da tuberculose registrada também em Belo Horizonte.
“Nossa hipótese é que essa linhagem pode passar despercebida e se espalhar mais facilmente por ter perdido parte dos genes que levam à produção de proteínas que a denunciariam ao organismo hospedeiro, mas aparentemente não apresenta mais resistência do que as outras ao tratamento com antibióticos”, diz Luiz Cláudio Lazzarini de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que voltou ao Brasil no mês passado após três anos na Universidade Cornell, Estados Unidos.
Esses estudos, de que ele participou, exibem não só um dos mecanismos pelos quais a bactéria da tuberculose sobrevive e ganha vigor, mas também o desamparo diante de uma doença que, quando não mata logo, torna a vida uma sucessão de angústias e dores regidas pela sombra da morte, como o poeta pernambucano Manuel Bandeira retratou nas cartas e nos poemas que ilustram esta reportagem. O Mycobacterium tuberculosis instala-se nos pulmões de 9 milhões de pessoas a cada ano no mundo e mata um indivíduo a cada 15 segundos.
Clique aqui para ler o texto completo na edição de março de Pesquisa FAPESP.
Substância presente no xampu aumenta risco de esclerose lateral amiotrófica
Doença fatal e sem cura é a mesma que atinge o físico Stephen Hawking.
Exposição ao produto em laboratório aumentaria risco da doença em 34%.
Uma substância química comum (tão comum que é encontrada em produtos inofensivos como o xampu) pode estar ligada a um aumento no risco de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença cruel e sem cura, que paralisa o corpo aos poucos até matar, sem afetar a cognição ou a consciência.
A doença é a mesma que afeta o famoso físico britânico Stephen Hawking. O caso dele, que já convive com a doença há mais de 40 anos, no entanto, é raríssimo. Normalmente, a ELA mata em menos de cinco anos. A enfermidade também acometeu o jogador de baseball Lou Gehrig, famoso nos Estados Unidos – por isso, no país, ela é conhecida como “mal de Lou Gehrig”.
Leia mais notícias de Ciência e Saúde
A pesquisa, feita pela Sociedade Americana do Câncer, envolveu nada menos que um milhão de pessoas, que, ao longo de 15 anos, relataram sua exposição a produtos químicos de diversos tipos. O objetivo inicial era, é claro, descobrir se havia algum produto que estivesse ligado a um aumento no risco de desenvolvimento de tumores. Mas os cientistas analisaram também outras doenças.
Do grupo total, 617 homens e 539 mulheres morreram de esclerose lateral amiotrófica no período. Ao comparar a exposição química, eles descobriram que as pessoas expostas ao formaldeído tinham 34% mais chances de ter a doença. Entre aquelas expostas por mais de 10 anos, as chances eram quatro vezes maiores do que de uma pessoa comum.
O formaldeído, também conhecido como metanal, é uma substância química largamente utlizada na indústria, presente não apenas em xampus, mas também em outros produtos cosméticos e em materiais fotográficos. O problema, no entanto, só atinge quem lida com o produto em laboratório, como químicos, farmacêuticos e médicos. “Não existe risco nenhum no formaldeído do xampu. Eu garanto que não vou deixar de lavar minha cabeça”, afirmou o cientista responsável pelo estudo, Marc Weisskopf, de Harvard, que apresentou seus resultados na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, em Chicago, nos Estados Unidos.
O pesquisador afirma que a descoberta pode ser apenas um acaso, mas diz que o problema precisa ser estudado mais a fundo. “Foi surpreendente, porque esse elo nunca foi visto. Vamos ter que investigar mais”, disse ele.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Valor Nutricional de Orgânicos
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Um estudo de 10 anos comparando tomates orgânicos versus convencionais sugere que os orgânicos têm quase o dobro de antioxidantes chamados flavonóides que protegem o coração. De acordo com o estudo, níveis aumentados de quercetina e campeferol foram encontrados numa média de 79% e 97% , respectivamente, nos tomates orgânicos. O artigo foi publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry.
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Pesquisa feita com framboesas, morangos e milho de origem orgânica, pesquisadores encontraram um acréscimo de 20 a 58% de flavonóides nesses alimentos.
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Em Março de 2007, três projetos de pesquisa europeus revelaram que tomates, pêssegos e maçãs processadas orgânicos têm melhor valor nutricional que os convencionais.
Os tomates orgânicos têm maior teor de material seca total, açúcares totais, vitamina C , B- caroteno e flavonóides. Os pesquisadores recomendam tomates orgânicos como parte de uma dieta saudável capaz de prevenir câncer.
O estudo francês encontrou que pêssegos orgânicos têm maior conteúdo de polifenol no momento da colheita e conclui que o manejo orgânico apresenta efeitos positivos no sabor dos pêssegos.
O estudo polonês encontrou maior quantidade de substâncias bioativas - fenóis, flavonóides e vitamina C - em purê de maçã orgânico comparado com as conservas convencionais.
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Kiwis orgânicos têm maior nível de vitamina C e polifenóis e, conseqüentemente, maior atividade antioxidante. Além disso, pesquisadores da University of California Davis que fizeram a pesquisa afirmam que todos s constituintes minerais são mais concentrados no kiwi orgânico comparado ao convencional.
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Estudo apresentado no encontro da American Chemical Society mostra que laranjas de origem orgânica contêm até mais de 30% de vitamina C que as de origem convencional.
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Leite de origem orgânica contém 68% mais ácido graxo essencial ômega-3 de acordo com pesquisadores da University of Liverpool. A pesquisa foi publicada no Journal of Dairy Science também mostrou a superioridade do leite orgânico com relação a quantidade de vitamina E e de antioxidante B-caroteno.
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Carne de animais criados a pasto (manejo orgânico) tem maior quantidade de ácidos graxos essenciais polinsaturados ômega -3 e menor taxa de ácidos graxos saturados do que animais criados com grãos e rações. Resultados similares foram encontrados para frangos criados organicamente (38% mais ômega-3 que em frangos convencionais). Além disso, a carne dos frangos foi considerada mais saborosa e uma melhor alternativa de produção devido às condições de bem- estar animal e qualidade do produto. Os estudos foram publicados no Meat Science Journal.
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Outro estudo feito com frangos orgânicos mostram que esses apresentam 25% menos gordura total do que os frangos criados de forma intensiva em granjas. A pesquisa foi realizada no Institute of Brain Chemistry and Human Nutrition na London Metropolitan University.
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Frutas e verduras avaliadas nos EUA contém menor teor de vitaminas e minerais do que há 50 - 60 anos atrás segundo pesquisa da University of Texas. Os pesquisadores foram unânimes em afirmar que ao optar por vegetais orgânicos o consumidor ingere maior quantidade de micronutrients e de antioxidants.
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Uma revisão de 41 estudos apresentado no The Journal of Alternative and Complementary Medicine comparando alimentos orgânicos e convencionais encontrou entre os orgânicos um aumento na taxa de 21 nutrientes analisados. Entre os nutrientes pesquisados estão o ferro, o magnésio, o fósforo e a vitamina C .
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Fontes: SOIL ASSIOCIATION : http://www.soilassociation.org/
Traduzidos e revisados por Dra Elaine de Azevedo
AZEVEDO, Elaine de. Alimentos Orgânicos: ampliando conceitos de saúde humana, socioal e ambiental. Tubarão: Editora Unisul, 2006.
Fonte: Fontes: SOIL ASSIOCIATION : http://www.soilassociation.org/ Traduzidos e revisados por Dra Elaine de Azevedo
domingo, 6 de abril de 2008
Como se deve avaliar a deficiência de vitamina B12?
Autor(a): Camila Garcia Marques
A deficiência de vitamina B12 (cobalamina ou cianocobalamina) pode ocorrer devido a baixa ingestão dessa vitamina ou devido absorção deficiente. A vitamina está presente em alimentos de origem animal (como carnes, leite e ovos). Portanto, vegetarianos estritos (veganos, que não ingerem nem leite ou laticínios, nem ovos, nem carne) não obtêm B12 da dieta.
A deficiência de B12 ocasiona prejuízo na divisão celular, especialmente nas células de rápida divisão, como as da medula óssea e da mucosa intestinal, interrompendo a síntese de DNA (ácido desoxirribonucléico), dentre outros. A diminuição da taxa mitótica resulta em células anormalmente grandes, levando a uma anemia característica, a anemia megaloblástica. As manifestações clínicas são alterações neurológicas, hematológicas, epidérmicas, fraqueza, e outras. Por isso, o diagnóstico precoce da deficiência de vitamina B12 é fundamental para evitar danos patológicos irreversíveis. Entretanto, a deficiência de ácido fólico também resulta na anemia megaloblástica, dificultando o diagnóstico de qual deficiência vitamínica seria a responsável por essa anemia.
Uma das maneiras mais comuns de examinar a deficiência de vitamina B12, além da avaliação de sintomas, é a medida da concentração dessa vitamina no plasma ou no soro, refletindo os níveis de ingestão e estoque. A deficiência fica evidente quando os níveis estão abaixo de 200 pg/ml ou 148 pmol/l para adultos, mas podem variar de acordo com a metodologia de análise utilizada nos laboratórios. Porém, esse não é um teste seguro, pois sofre influência direta das concentrações de proteínas que estão ligadas à vitamina B12, não fornecendo a concentração real da vitamina disponível para a célula. Por isso, os níveis de B12 podem ser normais mesmo em pacientes com deficiência desta vitamina.
Outros métodos que facilitam a identificação da deficiência da B12 são as dosagens de ácido metilmalônico (MMA) e homocisteína. O ácido metilmalônico apresenta sua concentração aumentada (0,4 micromol/l no soro) na presença da deficiência de vitamina B12. A dosagem é feita na urina, soro ou plasma. É necessário atentar para algumas situações clínicas que também favorecem a elevação do MMA, como é o caso de pacientes com insuficiência renal, gestantes, doenças da tireóide e o aumento intestinal de bactérias produtoras de ácido propiônico (precursor do MMA). Apesar de exigir equipamento específico para sua análise, tornando sua aplicação na prática clínica de alto custo, esse exame tem a vantagem de ser um diferencial para a detecção da deficiência da vitamina B12, já que a deficiência de folato não altera essa dosagem.
A concentração sérica total de homocisteína está elevada tanto na deficiência de vitamina B12 quanto na de folato. Também é um método de alto custo. A insuficiência renal, a deficiência de cistationina sintase e os erros inatos do metabolismo também aumentam sua dosagem. Por isso, esse método tem baixa especificidade.
Portanto, não há um método padrão-ouro para detectar a deficiência de vitamina B12. É necessária cautela na aplicação das diferentes dosagens e uma associação entre elas.
Bibliografia (s)
Paniz C, Grotto D, Schmitt GC, Valentini J, Schott KL, Pomblum VJ, et al. Fisiopatologia da deficiência de vitamina B12 e seu diagnóstico laboratorial. J Bras Patol Med Lab 2005;41(5):323-34. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v41n5/a07v41n5.pdf. Acessado em 20/07/07.
The National Avademy Press. Dietary Reference Intakes for Thiamin, Riboflavin, Niacin, Vitamin B6, Folate, Vitamin B12, Pantothenic Acid, Biotin, and Choline (1998). Institute of Medicine (IOM). Disponível em:
http://fermat.nap.edu/books/0309065542/html/312.html. Acessado em 20/07/07.
Ácido metilmalônico é o mais sensível marcador de deficiência de vitamina B12. Disponível em: http://www.fleury.com.br/site/calandra.nsf/0/6BB731D57B8E3A5903256FA4005E25E7?opendocument&pub=T&proj=site_fleury&gen=dg_fleurycom. Acessado em 20/07/07.
Carmel R, Green R, Rosenblatt DS, Watkins D. Update on cobalamin, folate, and homocysteine. Hematology (Am Soc Hematol Educ Program). 2003;:62-81. Disponível em: http://www.asheducationbook.org/cgi/reprint/2003/1/62. Acessado em 20/07/07.
Laura YCG, Augusto CAM, Vicente OF, Flávio ACV. Anemias carenciais na infância. Pediatria (São Paulo). 1998;20(2):112-125. Disponível em: http://pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/364.pdf. Acessado em 20/07/07.
Klee GG. Cobalamin and folate evaluation: measurement of methylmalonic acid and
homocysteine vs vitamin B(12) and folate. Clin Chem. 2000;46(8 Pt 2):1277-83. Disponível em: http://www.clinchem.org/cgi/reprint/46/8/1277. Acessado em 20/07/07.
Guia Vegano. Quais são os exames laboratoriais que podemos utilizar? Disponível em:
http://www.guiavegano.com/nutricao/b12/b1234.html. Acessado em 20/07/07.