quinta-feira, 21 de junho de 2007

FIBRAS NA SUA ALIMENTAÇÃO da NTC

As fibras podem ser usadas na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, constipação intestinal e câncer de cólon. Auxiliam no combate ao mau hálito, facilitam a digestão e proporcionam a sensação de que o estômago está cheio. Podem ser usadas em todas as idades, sem contra indicações.


São classificadas como fibras solúveis e insolúveis.

As fibras solúveis agem, principalmente, no estômago e no intestino delgado, proporcionando uma digestão mais lenta e eficaz. Elas são encontradas na aveia, na cevada, no bagaço de frutas cítricas, na maçã e na goiaba. As insolúveis atuam no intestino grosso (cólon) absorvendo água e, assim, aumentam de tamanho, deixando as fezes mais amolecidas para a evacuação. Essa massa de fezes pressiona a parede do intestino, estimulando-o a trabalhar mais para evacuar, evitando a prisão de ventre. As insolúveis são encontradas em cereais (farelos), hortaliças (alface), na casca das frutas, na couve e no aipo (legumes).

Recomendações (FDA - Food and Drug Administration)

adultos = 25 a 35 g/dia de

crianças e adolescentes até 20 anos = idade + 5

Assim, se a criança tiver 10 anos (10 + 5 = 15), ela deverá ingerir 15 gramas de fibras por dia.

Quantidade de fibras existente em alguns alimentos:

Cereais e derivados

Quantidade

Fibras

Arroz branco cozido

4 colheres de sopa cheias

0,90 g

Arroz integral cozido

4 colheres de sopa cheias

1,50 g

Pão de centeio em forma

2 fatias

2,41 g

Pão de glúten em forma

2 fatias

1,37 g

Pão integral em forma

2 fatias

2,51 g

Pão preto em forma

2 fatias

2,41 g

Pão francês

1 unidades

1,60 g

Farelo de trigo

3 colheres de sopa cheias

20,14 g

Flocos de aveia

3 colheres de sopa cheias

2,74 g



Vegetais

Quantidade

Fibras

Alface lisa (picada)

2 pratos de sobremesa

0,60 g

Batata cozida

1,5 pequena

1,90 g

Brócolis cozido

4 colheres de sopa

1,43 g

Beterraba cozida

1 média

2,24 g

Cenoura crua

1 média

1,54 g

Espinafre cozido

2 colheres de sopa cheias

0,80 g

Feijão preto cozido

1 concha média

6,00 g

Lentilha cozida

1 concha rasa

5,02 g

Mandioca cozida

1 pedaço médio

1,80 g



Frutas

Quantidade

Fibras

Banana-nanica

1 unidade

1,80 g

Laranja-pêra

1 unidade pequena

2,20 g

Maçã

1 unidade média

2,20 g

Manga

2 unidades pequenas

3,28 g


O que são Gorduras Trans?

As gorduras TRANS tem como origem produtos animais como a carne, manteiga e alimentos processados.

São formad as no processo de hidrogenação parcial de óleos vegetais (no qual óleos vegetais líquidos são transformados em gorduras mais consistentes).

As gorduras TRANS aumentam o risco de doenças cardíacas.

Alimentos que contêm maiores quantidades de ácidos graxos / gorduras TRANS:

  • Batata frita
  • Hambúrgueres fritos
  • Doces
  • Queijo na Chapa
  • Batata palha
  • Petiscos de queijo fritos
  • Salgadinhos em pacote
  • Biscoitos recheados
  • Frango frito
  • Balas
  • Maioneses
  • Manteigas
  • Banha
  • Temperos para saladas industrializados


Melhores escolhas:

• Batatas assadas

• Molhos com azeite de oliva

• Carnes assadas

• Óleos acondicionados em garrafas escuras e fechadas

• Óleos não refinados

Kellogg’s Advertising Diet

Published on Tuesday, June 19, 2007 by Truthdig.com
by Marie Cocco

WASHINGTON—Arrivederci, Apple Jacks. Hello, reconstituted Rice Krispies.

“What are we going to do about Pop-Tarts?” wonders David Mackay, chief executive of the Kellogg Company, when I ask about those wretched rectangles of sugar that my kid brother used to scarf down for breakfast. “That’s probably the most challenging within the portfolio.”

If we’re talking Pop-Tarts, we’re making progress.

For years it’s been obvious that the food industry—more specifically, those companies that push a supersized lineup of ads for nutritional junk on television shows aimed at kids—has played some role in the rise in childhood obesity and the early onset of diseases such as diabetes that can result from kids’ growing girth. Consumer and medical groups have long complained that the ads, which constitute about half the commercials on children’s shows, are hooking kids on sugary cereal and soda, on greasy burgers instead of, say, whole grains. Last year, the Institute of Medicine concluded that television advertising not only influences the “food preferences” of kids under 12, but is also helping to make them fat.

The food industry is at last responding by doing something the tobacco industry did not: acknowledging its role in the health threat, confronting the possibility of lawsuits and regulatory crackdowns, and voluntarily changing its ways.

Kellogg, the largest purveyor of cereal in the world, has just agreed to stop advertising products to kids under 12 if the foods exceed new dietary guidelines for sugar, fat and sodium content. If a product the company now advertises to kids doesn’t meet the new criteria, it is to be reformulated so that it does, or the ads will cease—at least on those shows for which half the viewers are under 12. “Rice Krispies is a good case—its sodium level will need to come down,” Mackay told me in a phone interview. “When we’re looking at sugar, cereal is really probably the area where we’re going to have to do the most work.”

It’s not easy to please a young palate that’s been trained to think that breakfast is supposed to taste like dessert, or to re-educate a kid who has come to believe that the “fruit” in Fruit Loops satisfies a tier on the government’s food pyramid. Fruit Loops, Apple Jacks and Cocoa Krispies won’t make the sugar cut, which requires cereals to have 12 grams of sugar or less per serving if they are to be advertised to kids. Frosted Flakes will.

“The sugar limit is on the generous side,” says Michael F. Jacobson, executive director of the Center for Science in the Public Interest. “Twelve grams is three teaspoons of sugar.” Well, that’s better than four. And ads for Pop-Tarts, unless the pastries undergo a dramatic nutritional makeover, are effectively “banned from children’s TV,” Jacobson says.

The science group, along with the Campaign for a Commercial-Free Childhood and two Massachusetts parents, had threatened to sue Kellogg and Viacom, parent company of the Nickelodeon children’s television network, over food advertising to children. Kellogg entered into talks with the groups last year, then made its own announcement of advertising policy and nutrition-content changes ahead of the rest of the industry. Ten of the largest food and beverage companies are expected later this summer to come up with individual plans to address nutritionally suspect foods pitched to children. “I hope that it triggers some real competition to have even stronger standards for marketing to children both with regard to the nutrients and also where they’re going to market,” Jacobson said of the Kellogg initiative.

The Internet has become a playground for food companies, which use Web sites to offer kids games and contests galore while pushing their products. Tie-ins with popular media characters and toys (Kellogg’s “Shrek” cereal doesn’t come close to meeting the company’s reduced sugar requirements) continue to be the rage. Even now, the Kellogg site pushes a new product—Cinna-Mach I Brown Sugar Cinnamon Pop-Tarts—that fails to meet the new sugar standard and simultaneously appeals to kids by promoting Mattel Hot Wheels cars. Mackay says products already linked with cross-promotion contracts will continue to be governed by them until the contracts expire.

So change will come slowly but inevitably—and beneficially. No protracted lawsuits. No contentious fight over regulation.

And the crucial part of the Kellogg initiative is that it won’t just change the ads kids will see—it’s going to change, for the better, the foods they eat. That really is the best to you each morning.

Marie Cocco’s e-mail address is mariecocco(at symbol)washpost.com.

© 2007, Washington Post Writers Group

segunda-feira, 18 de junho de 2007

A Droga Mais Mortal do Futuro?

Nossa comida está doente?

A culpa não é só da fast-food: nem mesmo os orgânicos estão 100% livres dos problemas encontrados nos produtos que chegam à mesa

Reportagem: Fernanda Colavitti para Galileu

Que o peixe morre pela boca todo o mundo sabe. O que novos estudos mostram é que agora ele mata também. Considerados ingredientes fundamentais na alimentação balanceada, os frutos do mar podem conter substâncias que, em vez da longevidade prometida pela dieta mediterrânea, podem acelerar o fim. E os peixes não estão sozinhos. Dependendo da preparação, um tomate tem poder deletério similar ao da fast-food. Carne vermelha, frutas, verduras e até o pãozinho nosso de cada dia compõem o cardápio que alimentará as doenças que, em 2020, vão matar mais do que o consumo de drogas. Assim, fica a pergunta: o que comer? A resposta não é simples.

Pouca coisa escapa à fúria informativa dos defensores do bem-estar. E os "vilões" culinários vão desde os mais óbvios - como a comida industrializada, principal responsável pela epidemia de obesidade que atinge mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo - aos mais, digamos, inocentes. Estudos ligam o consumo de carne vermelha ao câncer. Isso no longo prazo. No curto, há a ameaça de contaminação dessa mesma carne pela chamada doença da vaca louca. Procurar refúgio na carne branca? Pode ser, mas e a gripe aviária? Então o negócio é correr para os vegetais. Ah, tá, esqueceu os agrotóxicos?

Para sair dessa sinuca de bico, Galileu foi atrás de nutricionistas, médicos, engenheiros de alimentos e outros especialistas no tema. Além de saber o que colocar na nossa bandeja no restaurante aqui da editora, fomos mais fundo para saber se, de fato, a comida é o maior vilão do século 21.

"Eu acho que não podemos ser radicais e apontar culpados quando falamos em alimentação. A comida não é o único vilão. A modernidade e o estilo de vida associados a uma alimentação do século 21, sim, podem ser os vilões", diz a nutricionista Priscila Maximino, da USP. Apesar de concordar que se trata de um problema multifatorial, o endocrinologista Márcio Mancini, do grupo de obesidade e síndrome metabólica do Hospital das Clínicas de São Paulo, não desassocia a vilania daquilo que colocamos no prato. "Ainda que se leve em consideração a diminuição da atividade física por conta das facilidades do transporte e eletrodomésticos, a grande mudança foi na alimentação. Temos cada vez mais coisas prontas e ricas em calorias acrescentadas na nossa dieta. Na minha opinião, a maior parcela de culpa pela obesidade é a alimentação inadequada."
E é justamente aí que mora a maior dificuldade dos comensais do século 21. Como definir com precisão a palavra "inadequada" .


Fast-food e obesidade

Antes de pedir mais um "Número 1", saiba que, em 2020, 75% das mortes no mundo serão causadas por doenças crônicas como diabetes, câncer e complicações cardíacas. Esse dado está no estudo "Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases" (Dieta, Nutrição e Prevenção de Doenças Crônicas), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO). E o que os dois hambúrgueres, a alface, o queijo e o molho especial no pão com gergelim têm a ver com isso?

A comida, sobretudo a industrializada, tem sido apontada como uma das principais causas dessas enfermidades, sobretudo nos Estados Unidos. Ali está a maior quantidade de obesos do mundo. Para se ter uma idéia, dois terços dos adultos e 9 milhões de crianças estão acima do peso considerado normal. O problema custa US$ 75 bilhões anuais ao sistema de saúde norte-americano e deve passar o fumo em número de mortes relacionadas.

O que tem dentro de um milk shake de morango?
A fruta em questão não passa nem perto da bebida oferecida pelo Burger King, nos Estados Unidos, conforme apurou o jornalista Eric Schlosser, para o livro "País Fast-Food"

96% Aromatizantes 4%Conservantes e fixador

O resultado disso é que hoje o país assiste a uma cruzada contra a comida industrializada e, sobretudo, contra as cadeias de fast-food. Em relação ao passado, a diferença é que agora, em vez dos médicos com seus moderadores de apetite, estão entrando em cena as canetas dos legisladores. Os processos judiciais condenando esse tipo de restaurante viraram moda no país.

E não é só a Justiça que quer condenar essas lanchonetes. A briga dos norte-americanos contra as veias entupidas responde pelo sucesso de filmes que dissecam os bastidores das grandes redes de fast-food, como "Super Size Me", de 2004, que arrecadou mais de US$ 10 milhões nos EUA. Há ainda livros como "País Fast-Food", sobre o mesmo tema. A obra ganhou uma versão para o cinema em 2006 e tem estréia programada para este ano.

Praticamente todas as semanas é divulgado um novo estudo ligando o consumo de carne vermelha a algum tipo de câncer. O maior deles, que investigou os hábitos alimentares de 500 mil pessoas na Europa durante cinco anos e foi divulgado no ano passado, mostrou que pessoas que comem carne vermelha e seus derivados têm mais chances de desenvolver câncer de intestino.

Mas o preço para sair desse grupo de risco pode ser elevado. A nutricionista Luana Caroline dos Santos, da Faculdade de Saúde Pública da USP, diz que a carne bovina apresenta um grande valor nutricional, pois é rica em proteínas de excelente qualidade, é fonte de minerais como ferro (que previne a anemia) e zinco (importante para o sistema imunológico, cicatrização e crescimento) , fornece ácidos graxos essenciais e vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12, essenciais para o funcionamento do organismo. "Deste modo, esta carne não deve ser excluída da alimentação."

Como resolver esse dilema? Os especialistas dizem que o consumo moderado de carne vermelha não acarreta prejuízos à saúde. Segundo Luana, é possível consumir até 170 gramas por dia, o equivalente a um bife grande, preferencialmente de carne magra, sem riscos.
Praticamente todas as semanas é divulgado um novo estudo ligando o consumo de carne vermelha a algum tipo de câncer. O maior deles, que investigou os hábitos alimentares de 500 mil pessoas na Europa durante cinco anos e foi divulgado no ano passado, mostrou que pessoas que comem carne vermelha e seus derivados têm mais chances de desenvolver câncer de intestino.

Mas o preço para sair desse grupo de risco pode ser elevado. A nutricionista Luana Caroline dos Santos, da Faculdade de Saúde Pública da USP, diz que a carne bovina apresenta um grande valor nutricional, pois é rica em proteínas de excelente qualidade, é fonte de minerais como ferro (que previne a anemia) e zinco (importante para o sistema imunológico, cicatrização e crescimento) , fornece ácidos graxos essenciais e vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12, essenciais para o funcionamento do organismo. "Deste modo, esta carne não deve ser excluída da alimentação."

Como resolver esse dilema? Os especialistas dizem que o consumo moderado de carne vermelha não acarreta prejuízos à saúde. Segundo Luana, é possível consumir até 170 gramas por dia, o equivalente a um bife grande, preferencialmente de carne magra, sem riscos.

Legumes, frutas e verduras
Para tranqüilizar, saiba que algumas verdades a respeito da comida são imutáveis. As saladas continuam ótimas para a cintura. Pelo menos para o lado de fora dela. Para o de dentro, nem tanto. Apontados como os principais componentes de >> >> uma dieta saudável, legumes, frutas e verduras estão sob suspeita nos últimos tempos devido à presença de agrotóxicos. E a coisa piora na mesa brasileira. Um relatório da FAO classifica o Brasil como o terceiro maior consumidor de agrotóxicos do mundo, despejando anualmente 1,5 kg de ingrediente ativo por hectare cultivado.

Em algumas lavouras, o uso de agrotóxicos é assustador: na cultura do tomate, a média é de 40 quilos por hectare em cada safra. "Outros campeões de agrotóxicos são a batata, o morango e a uva", diz o engenheiro de alimentos Francisco Maugeri Filho, da Unicamp. Ele acrescenta que é justamente por isso que as aclamadas propriedades funcionais do tomate só entram em campo quando ele é cozido. "Só assim os agrotóxicos são desnaturados" , diz.

Muitos destes agrotóxicos são comprovadamente cancerígenos e podem causar problemas de fertilidade em homens e mulheres. Além disso, quando mal utilizados, podem provocar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e crônica. Esta última, a mais letal delas, pode levar a paralisias e doenças severas, como o câncer. "Uma pessoa de 30 anos que ingira agrotóxicos por meio de alimentos, todos os dias, pode vir a sentir esse efeitos aos 60", afirma Gwendal Bellocq, gerente de certificação do Instituto Biodinâmico (IBD), que atesta produtos orgânicos. Mas nem tudo o que sempre ouvimos sobre o benefício da ingestão de frutas, verduras e legumes está errado. Quando avaliamos a relação risco-benefício entre os agrotóxicos e o consumo de frutas e verduras, os benefícios são muito maiores e já comprovados. A balança tem de pesar para que esses alimentos sejam, sim, consumidos", diz a nutricionista Priscila Maximino, da USP.

Comida industrializada
Bom, aqui há pouca controvérsia. A comida industrializada é uma fábrica de doenças. Isso por conta dos aditivos, corantes, açúcares e gorduras adicionadas no processo. Fica fácil se certificar disso ao ler rótulos de margarinas. Mas até comidas consideradas inofensivas carregam os mesmos males. Um exemplo é o pão francês, segundo o engenheiro de alimentos Francisco Maugeri, da Unicamp. "Esse alimento é cheio de aditivos e, além disso, o trigo é um cereal de clima frio, que está sendo plantado no cerrado, que é quente. Para que cresça e não tenha problemas com pragas, é lotado de agrotóxicos."

Primos próximos dos pães, os biscoitos escondem em sua receita o atual campeão de vilania: a gordura trans. Seu efeito no organismo é semelhante ao da gordura saturada, portanto, favorece a diminuição do HDL (o colesterol do bem) e o aumento do LDL (o do mal). O consumo excessivo de gordura trans pode mandar o seu colesterol às alturas.

Dizer para que as pessoas nunca mais consumam produtos industrializados, por conta desses problemas, seria uma recomendação fora da realidade. Mas dá para maneirar. "Privilegiar o consumo de alimentos frescos e produzidos sob manejo orgânico ou processados sem o uso de aditivos sintéticos é uma alternativa" , diz Luana. O conselho é perfeito, mas, como está muito longe de ser realidade para a maioria dos mortais, alguns especialistas consideram a comida, se não a maior, uma das grandes drogas do século 21. Os números sustentam esse raciocínio.
Todos os anos, 200 mil pessoas morrem devido a problemas ligados ao consumo de drogas, segundo a OMS. Parece muita gente, mas, se compararmos à quantidade de gente que morre em decorrência de danos causados pela má alimentação, não é nada. Dados mais recentes da mesma organização, de 2001, dizem que mais de 33 milhões de pessoas morreram naquele ano por doenças crônicas ligadas à comida. Nada que é inalado ou aspirado é um matador mais eficaz do que aquilo que é mastigado.

O vai-e-vem das recomendações
Durante décadas os consumidores foram alertados por médicos e nutricionistas sobre os perigos de ingerir café. Atualmente, a bebida está quase entrando para o rol dos alimentos funcionais. A ingestão de fibras sempre foi apontada como um importante fator de prevenção ao câncer de cólon. No ano passado, um grande estudo desmentiu a afirmação. Há alguns meses, os benefícios de seguir uma dieta baixa em gordura também foram questionados.

Uma das principais causas da confusão é o fato de as pesquisas nutricionais focalizarem um único componente - nutriente isolado da comida ou a comida fora do contexto da dieta e hábitos de vida dos voluntários. Isso é ampliado pelo fato de que humanos são objetos de pesquisa muito complicados, pois nem sempre seguem as recomendações ou reportam fielmente seus hábitos alimentares, segundo a nutricionista Marion Nestle, especialista em saúde pública da Universidade de Nova York.

Existem três tipos de pesquisas desse gênero. Os mais rigorosos são os estudos metabólicos, nos quais os pesquisadores mantêm controle total sobre a dieta dos voluntários por dias ou semanas. Eles são úteis para determinar se um certo nutriente, comida ou dieta afeta os biomarcadores, como níveis de colesterol. O problema é que eles não imitam a vida real e geralmente não duram tempo suficiente para provar a relação entre saúde e dieta.

Há os estudos observacionais, nos quais se recruta um grande grupo de pessoas saudáveis, registra-se sua alimentação por meses ou anos, enquanto monitora-se sua saúde. Este é o tipo mais comum, mas é atrapalhado por fatores como fumo, exercício e álcool. Por fim, o melhor dos métodos, que são os experimentos randomizados. Os voluntários são separados em dois grupos. Enquanto a um é solicitado que mude algum aspecto de sua alimentação por meses ou anos, o outro é aconselhado a comer normalmente. No final, comparam-se as diferenças na saúde entre um e outro.

Saiba o que você deve checar na hora de comprar um alimento

Porção - É a quantidade média do produto que, de acordo com as recomendações do fabricante, deve ser usualmente consumida por pessoas sadias.

Medida Caseira - Indica a unidade de medida normalmente utilizada pelo consumidor para quantificar alimentos. Por exemplo: fatias, potes, xícaras, copos, colheres de sopa. A apresentação dessa informação é obrigatória, pois vai ajudar o consumidor a entender melhor os dados nutricionais.

% VD - Porcentual de valores diários (%VD) é um número em porcentual que indica o quanto o produto em questão apresenta de energia e nutrientes em relação a uma dieta de 2.000 calorias.

Cada nutriente apresenta um valor diferente para se calcular o VD
Valores diários recomendados
Valor energético - 2.000 kcal/8.400 Kj
Carboidratos - 300 g
Proteínas - 75 g
Gorduras totais - 55 g
Gorduras saturadas - 22 g
Fibra alimentar - 25 g
Sódio - 2.400 mg
Não há valor diário para gorduras trans

Você sabe o que tem dentro do que está comendo?

Valor energético
É a quantidade de energia total fornecida pelo alimento, proveniente das gorduras, carboidratos e proteínas. É representada em quilocalorias ou quilojoules.

Carboidratos
São os nutrientes que têm como principal função fornecer energia ao organismo. São encontrados em maior quantidade no açúcar, massas, farinhas e tubérculos.

Proteínas
Nutrientes necessários para construção e manutenção dos órgãos, tecidos e células. Estão presentes, sobretudo, em carnes, ovos, leite e derivados e legumes.

Gorduras totais
Representam a soma das gorduras presentes nos alimentos (origem vegetal e animal). São as principais fontes de energia e ajudam na absorção das vitaminas A, D, E e K.

Gorduras saturadas
São as gorduras de origem animal, presentes nas carnes, leite integral, manteiga, pele de frango etc. Devem ser consumidas moderadamente, pois aumentam o risco de doenças do coração.

Fibra alimentar
Um tipo de carboidrato presente nos alimentos de origem vegetal.

Sódio
Mineral útil para a manutenção do metabolismo, mas o consumo excessivo pode levar à hipertensão. Alimentos com grande quantidade de sal são ricos em sódio.

Gorduras trans
Formada no processo tecnológico que transforma óleos vegetais em gorduras sólidas (hidrogenação) . É usada na fabricação de sorvetes, biscoitos, snacks e produtos de panificação. Dá mais consistência e aumenta o prazo de validade. As gorduras de animais ruminantes (como vaca, cabra, ovelha) contêm pequenas quantidades de gorduras trans. O consumo deve ser reduzido, pois aumenta o risco de doenças do coração.

Anatomia de uma salsicha

Ela não é feita com jornal, como muitos imaginam, mas contém outros ingredientes de revirar o estômago

Retalhos de carne
De suíno e bovino, que contêm de 20% a 30% de gordura, por isso são misturadas a outras mais magras, como acém e pescoço de boi. A cada boi abatido, sobram de 6 a 8 quilos de carne industrial, tiradas da cabeça, bochecha, nuca e diafragma.
Carne de Frango
Retirada do osso, torso, pescoço e o que restou depois da desossa. Essa é uma das matérias-primas mais importantes da salsicha e nos embutidos em geral, correspondendo entre 20% e 40% dos ingredientes
Carne de sangria
O local por onde passa a faca, por onde o boi sangra
29% Amido de mandioca (fécula)
Também existe a possibilidade de conter fécula de soja
Aditivos
2,2% de sal;
0,3% de fosfato de sódio,
150 a 200 ppm (partes por milhão) de nitrato de sódio
500 ppm de ascorbato de sódio (que acelera processo de fabricação e responsável pela cor rosada do produto final)


Cérebro faminto

As sensações de fome e saciedade têm início no cérebro. Se não fosse por isso, comeríamos muito mais, pois as outras alterações fisiológicas que sinalizam a saciedade demoram mais para ocorrer
1 - Córtex Cingulado
Recebe o sinal de fome do hipotálamo e cuida do comportamento motivado, nesse caso, buscar alimento
2 - Hipotálamo
Região responsável pela sensação de fome e controle da ingestão de alimentos
3 - Órbito Frontal
À medida que o alimento entra pela boca, os neurônios dessa região do córtex respondem menos à comida. Esse é um dos fatores que contribuem para a sensação de saciedade e acontece antes das alterações nos níveis de açúcar e insulina no sangue

Sem motivos para preocupações

As criações de carne no Brasil estão entre as mais seguras do mundo

Problemas como a doença da vaca louca ou a gripe do frango, principais preocupações relativas à carne no mundo, atualmente, dificilmente chegarão ao Brasil. Segundo especialistas em saúde e criação desses animais, o modo como o gado e o frango são criados no País garante uma carne saudável aos consumidores. "Aquelas imagens de filme de horror, nas quais os bois são confinados e dezenas de frangos são acumulados em gaiolas sem higiene, são criação da mídia. Pelo menos no que se refere ao Brasil", diz o veterinário Pedro de Felício, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e especialista em qualidade de carne.
Ele diz que toda a criação de boi no Brasil é feita em regime de pasto, o que exclui o perigo da contaminação pela encefalopatia espongiforme bovina, a chamada doença da vaca louca. O problema se dá por meio da ingestão de ração com carcaça de outros animais. "Nosso gado é abatido com três anos, e poderia ser chamado de orgânico, mas por questões legais, chama-se de natural", afirma. O gado orgânico é criado de maneira especial, com uma série de normas e regras: recebem tratamentos veterinários à base de homeopatia, só comem rações orgânicas e o tipo de manejo e o transporte evitam qualquer tipo de estresse no animal. "Assim como acontece com os outros alimentos orgânicos, também não há nenhum estudo que comprove que comer esse tipo de carne traz mais benefícios à saúde do que comer a convencional" , diz Gwendal Bellocq, do IBD.

Segundo o engenheiro de alimentos Francisco Maugeri Filho, da Unicamp, o único problema com a carne bovina e leite no Brasil é a deficiência de inspeção. "É claro que existem muitas regiões no País onde a criação desses animais é feita de maneira arcaica, mas, de modo geral, a indústria vem batalhando para acabar com as doenças."

O mesmo pode ser dito em relação ao frango, segundo o veterinário Vicente José Maria Savino, do laboratório de melhoramento de aves da Esalq. Ao contrário do que se imagina, as aves não recebem hormônios para promover seu crescimento. "Essa crença provavelmente surgiu em decorrência dos avanços genéticos e ambientais, sobretudo a alimentação melhorada, que fizeram com que o animal crescesse mais rápido. Há 30 anos, o abate demorava de 100 a 120 dias; hoje são 40 dias."

Até existem hormônios para frango, mas o que se usa, quando necessário, são antibióticos como promotores de crescimento. "Mas em dosagens muito baixas, para favorecer a absorção da alimentação." Ele explica que, nessas dosagens baixas, os antibióticos usados nas aves não trazem nenhum prejuízo à saúde humana. "Mas se forem usados de forma inadequada, sem controle, podem causar resistência do organismo humano a antibióticos, o que é bem difícil de acontecer." Em relação aos hormônios, não só sua utilização, como seus possíveis efeitos no homem, não passam de especulação. "Alguns médicos dizem que eles podem adiantar a puberdade, trazer problemas de crescimento, mas não há nenhum embasamento científico", completa. Mas de onde surgiu tanto boato? Para o veterinário, trata-se de uma questão comercial. "Nos Estados Unidos existe uma briga acirrada entre produtores de carne vermelha e de frango, em que vale tudo para defender seu mercado."

O confinamento de aves na mesma gaiola, passando doenças umas para as outras, comum nos mercados de aves da Ásia (não por acaso, onde surgiu a gripe do frango), não existe no Brasil, segundo Savino. "A sanidade da avicultura brasileira é uma das melhores do mundo. Somos o segundo exportador de frango e nossa carne é criada com tecnologia e sem problemas", diz o veterinário.

A dieta ideal

Mais atividade física, quantidades diferentes de gorduras saudáveis e não-saudáveis, menos laticínios e bastante vegetais e legumes

100% seguros? Nem os orgânicos estão livres de críticas

Nem mesmo os orgânicos ficam de fora da desconfiança que cerca os alimentos em geral. Há alguns meses, um lote de espinafres orgânicos contaminados por uma variação da bactéria E. coli foi responsável pela intoxicação de diversos norte-americanos. O episódio colocou em dúvida a segurança dos alimentos cultivados sem agrotóxicos. Alguns especialistas dizem que esse tipo de cultura estaria mais exposto à contaminação por microorganismos. Os produtores rebatem. "Os agrotóxicos, não necessariamente, são bactericidas. A contaminação por bactérias pode acontecer em qualquer cultura", diz Alexandre Harkaly, presidente do IBD, que certifica alimentos orgânicos.

Polêmicas à parte, nutricionistas e outros especialistas em alimentação advertem que os alimentos orgânicos não apresentam nenhum benefício adicional, em termos nutricionais, do que os convencionais. "Não existe nada na literatura científica que sustente isso", diz Gwendal Bellocq, do IBD. Uma alimentação com produtos orgânicos, muito mais caros do que os convencionais, pode ser uma boa alternativa para fugir dos agrotóxicos. Mas apenas isso. As escolhas alimentares ao longo do dia continuam sendo a chave para uma dieta saudável. "Não adianta comer alface orgânica e frituras todos os dias", diz a nutricionista Priscila Maximino, da USP.

RETIRADO DO SITE http://revistagalil eu.globo. com/

O Que Você Faria Com Alguns Quilos a Menos?
Você Na Sua Melhor Forma!
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segunda-feira, 11 de junho de 2007

Para entender o sistema agrícola causador de muitas doenças modernas

Não deixe de acessar o link do título para entender um pouco mais os mecanismos acerca da produção de alimentos do mundo. Questionar e rever os processos inerentes a nossa alimentação diária pode talvez, responder muitas de nossas dúvidas sobre as doenças que enfrentamos hoje.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

FDA quer chamar alimento irradiado de “pasteurizado”

27/04/2007

Por: Patricia Logullo para Nutritotal.

Atualmente, nos Estados Unidos, qualquer alimento ou ingrediente irradiado tem de trazer os dizeres “tratado com irradiação” no rótulo. Mas uma nova proposta da FDA (a Food and Drug Administration, órgão que regula o uso de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos) é de que apenas os alimentos que tenham sofrido modificações em suas propriedades físicas, nutricionais, funcionais ou organolépticas por causa da radiação, e não-perceptíveis pelo consumidor, tragam essa denominação — enquanto outros alimentos irradiados, porém que não sofreram alterações, sejam chamados apenas de “pasteurizados” somente, ou por um outro nome alternativo à irradiação, conforme pedido da indústria. As empresas que optarem pelo termo alternativo deverão notificar o FDA sobre o processo de irradiação utilizado. A FDA coletará manifestações a respeito, em consulta pública, até julho deste ano.

A irradiação de alimentos pode matar insetos (como moscas e outras pestes), mofo e bactérias, como E. coli e a Salmonella. Também pode ser usada para barrar o desenvolvimento de certas plantas, como por exemplo impedir o alho de brotar. Trata-se de uma tecnologia que pode eliminar 99% dos patógenos, de acordo com a agência de notícias Food Navigator USA. O FDA já tem aprovado, desde 1963, o uso da irradiação para diversos tipos de alimentos, como frutas, vegetais e para alguns (mas não todos) os frutos do mar. Há pedidos de aprovação para seu uso pendentes para refeições prontas, crustáceos, moluscos e alguns tipos de carne.

Mundialmente, discute-se a respeito dessa tecnologia para tratamento dos alimentos industrializados: há correntes defendendo seu uso, baseadas na segurança comprovada por estudos científicos e também no fato de que muitas doenças veiculadas por alimentos poderiam ser prevenidas dessa maneira, como por exemplo os grandes surtos de diarréia por salmonelose.

Por outro lado, outras instituições, como a organização não-governamental Food and Water Watch, reclamam que a irradiação poderia, teoricamente, provocar câncer, e que seria apenas um interesse das grandes indústrias em eliminar os problemas causados pela produção descuidada de alimentos e para permitir grandes exportações, já que a tecnologia torna os produtos alimentícios mais duráveis em prateleira e transporte.

De acordo com a Food and Water Watch, diversos tipos de radiação são usados para tratar alimentos: raios gama, raios X, eletricidade e outros. Isso é verdade também no Brasil. O sabor do alimento pode mudar com a irradiação, mas não necessariamente para pior. A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou consenso, em 1997, dizendo que “alimentos irradiados são, do ponto de vista nutricional, equivalentes ou superiores aos alimentos tratados termicamente”. O trabalho também avaliou a segurança dos processos de irradiação de alimentos, e chegou à conclusão de que “esses alimentos, irradiados por várias fontes, são toxicologicamente seguros para consumo humano”. A OMS concluiu que nenhuma dose máxima de radiação (tal como a de 10 Gy, freqüentemente citada) precisaria ser estabelecida. Estudos científicos continuam a ser produzidos no mundo todo a respeito das propriedades nutricionais, organolépticas e físicas de alimentos irradiados.

Cerca de 50 países já aprovaram o uso da irradiação para tratar de aproximadamente 60 produtos, e não há harmonia sobre as regulações internacionais sobre o assunto. No Brasil, decreto presidencial datado de 1973 estabelece que apenas os estabelecimentos licenciados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear podem operar equipamentos para irradiar alimentos; que a irradiação só será autorizada mediante a prova da inocuidade para consumo do alimento irradiado; que só será autorizada se provar sua eficácia para o que se propõe e se mostrar quais são (se há) danos às propriedades nutritivas essenciais do alimento. O Ministério da Saúde deve indicar numa tabela quais os alimentos com irradiação permitida, de que maneira e com que dose.

Os alimentos irradiados, no Brasil, devem trazer os dizeres “Alimento Tratado por Processo de Irradiação” no rótulo ou em cartazes nos locais de venda. Regulamento mais recente, de 2001, mantém essa determinação (dizendo, inclusive, o tamanho em que se deve apresentar a frase) e afirma que “A irradiação, assim como qualquer outro processo de tratamento de alimentos, não deve ser utilizada em substituição as boas práticas de fabricação e ou agrícolas”. Essa resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece que, no Brasil, a dose mínima de radiação absorvida pelo alimento deve ser suficiente para alcançar a finalidade pretendida e que a dose máxima deve ser inferior àquela que comprometeria as propriedades funcionais e ou os atributos sensoriais do alimento. Além disso, estabelece que as embalagens desses produtos devem ser apropriadas para o procedimento de irradiação.

O Nutritotal perguntou a seus leitores qual sua opinião sobre o assunto. A enquete ainda está no ar: veja o que pensam os colegas e vote!

Referência(s)Department of Health and Human Services — Food and Drug Administration. Irradiation in the production, processing and handling of food. 21 CFR Part 179 [Docket No. 2005N-0272] RIN 0910-ZA29. Disponível em: http://a257.g.akamaitech.net/7/257/2422/01jan20071800/edocket.access.gpo.gov/2007/07-1636.htm. Acessado em 27/04/2007.

Heller L. FDA proposes to relax labeling for irradiated foods. Disponível em: http://www.foodnavigator-usa.com/news/ng.asp?n=75522&m=1FNU405&c=oqiyqtbpiaphnad. Acessado em 27/04/2007.

Food and Water Watch. International food irradiation. Disponível em: http://www.foodandwaterwatch.org/food/foodirradiation/intlfoodirradiation/?searchterm=irradiation. Acessado em 27/04/2007.

Food and Water Watch. Food irradiation around the world. Disponível em: http://www.foodandwaterwatch.org/food/foodirradiation/intlfoodirradiation/food-irradiation-status-2006/?searchterm=irradiation. Acessado em 27/04/2007.

Food and Water Watch. Which foods can be irradiated? Disponível em: http://www.foodandwaterwatch.org/food/foodirradiation/food-irradiation-faq/?searchterm=irradiation. Acessado em 27/04/2007.

Irradiation regulation remains inconsistent worldwide. Disponível em: http://www.foodnavigator-usa.com/news/ng.asp?id=65836. Acessado em 27/04/2007.

Reynolds G. Irradiation kills pathogens not taste, according to study. Disponível em: http://www.foodnavigator-usa.com/news/ng.asp?id=72963. Acessado em 27/04/2007.

World Health Organization. High-dose irradiation: wholesomeness of food irradiated with doses above 10 KGy, a joint FAO/IAEA/WHO study group. Geneva, Switzerland, 15-20 September 1997. Disponível em: http://www.who.int/foodsafety/publications/fs_management/irradiation/en/. Acessado em: 27/04/2007.

Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Decreto nº 72.718, de 29 de agosto de 1973. http://www.anvisa.gov.br/legis/decretos/72718_73.htm. Acessado em 27/04/2007.

Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 21, De 26 de janeiro de 2001 http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/21_01rdc.htm. Acessado em 27/04/2007.

Campanha tem atividade pró-homeopatia no SUS neste domingo (10) no Rio

Gustavo Barreto, para o Consciência.Net

Neste domingo, 10 de junho, o grupo “Homeopatia Ação Pelo Semelhante”, entidade fundada em 1999 por um grupo de médicos homeopatas, realiza atividade de coleta de assinaturas em favor do Direito de Opção Terapêutica no SUS. O evento ocorrerá na Praia de Copacabana, na altura da rua Siqueira Campos, a partir das 9h. Além da coleta, haverá uma caminhada cívica e a distribuição de 10 mil panfletos sobre o tema.

Segundo informa o abaixo-assinado utilizado na campanha, o Ministério da Saúde publicou no dia 3 de maio de 2006 a Portaria 971, instituindo a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS). O texto argumenta que esta iniciativa é um marco na democratização da saúde, pois faculta à população o direito de optar pela terapêutica (Homeopatia, Acupuntura e Fitoterapia). Apesar disso, a portaria carece de apoio em aspectos fundamentais. “Até agora a Portaria 971 não saiu do papel. Esta atividade de domingo é mais uma ação para tentar mobilizar a população em torno do tema”, registra Lúcia de Oliveira, coordenadora da Ação Pelo Semelhante.

O texto avalia quais ações devem ser desenvolvidas para que a portaria ministerial seja efetivada: (i) divulgação e reconhecimento da opção como um direito da população; (ii) defesa de críticas claramente dirigidas a revogar esta conquista; (iii) cobrança da regulamentação na especificação das fontes de recurso; (iv) por fim, cobrança da definição de parâmetros que permitam monitorar a sua implementação.

Lúcia lembra que há um grande déficit no setor de saúde com relação à homeopatia. “Enquanto há 15 mil profissionais homeopatas nas clínicas privadas, o SUS possui apenas 514. Isto significa que só a população que depende de assistência pública não tem acesso à homeopatia”, lamenta.

Programa apóia universalização do acesso à homeopatia


A Ação Pelo Semelhante também mantém, a partir de sua sede no Rio de Janeiro, a Campanha de Universalização do Acesso à Homeopatia. Visando ampliar os limites de alcance da homeopatia, que deve ir além dos consultórios particulares, a Campanha de Universalização foi criada como uma alternativa para a população de menor poder aquisitivo e que deseja se tratar com a homeopatia.



Com o custo de R$ 50, as consultas duram cerca de uma hora e se baseiam no relacionamento entre médico e paciente, considerado fundamental para um tratamento de qualidade. O valor da consulta contribui para a manutenção da instituição e de seus trabalhos sociais. Os profissionais que atuam no ambulatório da ONG possuem uma longa história com a homeopatia e são reconhecidos por seu profissionalismo e dedicação.

Periodicamente, os médicos se reúnem para debater e trocar experiências, com a finalidade de enriquecer seus conhecimentos e impulsionar o aprendizado constante, fortalecendo a prática da medicina. O ambulatório funciona de segunda à sexta-feira, de 08 às 17h. Para agendar sua consulta, ligue para (21) 2255-9190 / 2255-9189 ou pelo e-mail semelhante@semelhante.org.br.

Se você é médico homeopata e deseja integrar a equipe, ou se simpatiza com as atividades e deseja conhecer outras ações, basta entrar em contato pelo www.semelhante.org.br.

domingo, 3 de junho de 2007

What are some ways I can calm down quickly when I'm feeling overwhelmed?

From Elizabeth Scott, M.S., Your Guide to Stress Management.

"Sometimes I don't realize how much stress is building up until I suddenly feel overwhelmed. Other times, several stressful or attention-demanding events will happen at once, and I suddenly go from calm to completely overwhelmed really quickly. However it happens, how can I quickly calm down when I'm feeling overwhelmed by stress?"

There are many ways to calm down quickly when you suddenly get blindsided by stress and feel overwhelmed. The following are five quick and easy ways to regain your calm so you can deal with whatever situations are at hand:

Take a Walk: Exercise can be a great stress reliever in itself, as it helps you blow off steam and releases endorphins. Taking a walk when stressed provides the bonus of getting you out of the stressful situation and providing some perspective so you can return in a new frame of mind. (Learn more about the benefits of exercise here.)

Take a Breath: If you're not in a position to leave, you can feel better right away by practicing breathing exercises.

Take a Mental Break: If you can steal away a few minutes of peace, visualizations and guided imagery are a wonderful way to restore peace of mind. They're easy to do, and can relax you physically as well as mentally. (Learn more about visualizations and guided imagery here.)

Reframe Your Situation: Sometimes we intensify our experience of stressful situations by the way we look at them. If you can look at your situation differently, you may be able to put it into a different perspective--one that causes you less stress! Read more about mental and emotional stress that can be caused by pessimism, type A traits, and other self-sabotaging thought patterns, and learn how you can change the way you look at things. It'll come in handy when you're stressed. (Learn more about mental stress and self sabotage here.)

Try Progressive Muscle Relaxation: Progressive Muscle Relaxation (PMR) is a technique where you tense and release all of your muscle groups, leaving your body feel more relaxed afterward. PMR is one of my favorite techniques, as it can be done by just about anyone, and with practice you can fully release virtually all the tension you're feeling in your body in a matter of seconds! This can help you feel more calm and better able to handle the situations at hand. (Learn how to practice PMR here.)Once you've been able to calm down, you should be in a better position to address whatever stressful situations you're expriencing. It's also a good idea to adopt a few regular stress relievers and healthy lifestyle habits so that you can reduce your overall stress level so that you experience less stress and are less bothered by the stressful situations you do encounter.

sábado, 2 de junho de 2007

Consumers Flood FDA With Over 130,000 Comments Opposing Food From Cloned Animals

Americans urge agency to adopt a mandatory ban on untested, cloned food
http://truefood.blogspot.com/

(May 3, 2007) A coalition of consumer, environmental and animal welfare organizations today announced the submission of more than 130,000 comments to the Food and Drug Administration from consumers who oppose the Agency's proposed plan to introduce food from cloned animals into the U.S. food supply.

The Center for Food Safety, Consumers Union, Food and Water Watch, The Humane Society of the United States, the American Anti-Vivisection Society, the Consumer Federation of America and the Organic Consumers Association joined together to send a strong, unified message to the FDA that the public opposes the introduction of cloned animals in food. Today is the last day of a public comment period that began in January in response to FDA's proposal to allow products from cloned animals in the food supply unlabeled. Members of the meat and dairy industries, and several nonprofit organizations urged the Agency to take time to consider comments from the widest possible sample of Americans in consideration of the untested nature of cloning technology.

Recent public opinion polls show the majority of the American public does not want milk or meat from cloned animals in their food. A December 2006 poll by the Pew Initiative on Food and Biotechnology found that nearly two-thirds of U.S. consumers were uncomfortable with animal cloning. The comments submitted today strongly reinforce this national sentiment.

"Food from cloned animals has no place on our supermarket shelves or on our dinner tables," said Andrew Kimbrell, Executive Director of the Center for Food Safety. "FDA needs to heed consumer concerns and ban animal clones in food."

Another controversial aspect of FDA's plan is that labeling of any kind on meat or milk products from clones or their offspring would not be required. This would rob Americans of their right to choose what they eat and feed their families.

"More than 130,000 people have said 'No' to unlabeled food from clones," said Ronnie Cummins of the Organic Consumers Association. "People are tired of the biotech industry meddling in the food system, tired of government rubber-stamping approvals, and tired of not having the right to choose what they eat and feed to their families."

"This flood of public comments should send a strong signal to FDA that the public is not ready for food from animal clones, and if such food is put on the market they want it labeled" said Michael Hanson of Consumers Union, the nonprofit publisher of Consumer Reports, and author of CU's scientific critique of FDA's risk assessment. "We hope the agency will listen and rethink their proposal in light of public sentiment and the many unanswered questions about the science of animal cloning."

Citing animal welfare concerns, The Humane Society of the United States (HSUS) and the American Anti-Vivisection Society (AAVS) have also asked the FDA to block sales of products from cloned farm animals and their offspring.

"Animals who go through the cloning process suffer terribly. Death and deformities in cloned animals is the norm, not the exception" said Tracie Letterman, Executive Director of AAVS. "Just because we can clone animals for food, doesn't mean we should."

"American consumers are increasingly concerned about the treatment of animals raised and slaughtered for food," said Wayne Pacelle, President and CEO of The Humane Society of the United States. "Considering the numerous studies that have shown that animals in cloning research can and do suffer, the FDA must disallow cloned animals and their progeny and surrogate mothers in food production industries."

In its risk assessment of cloned food, the FDA claims to have evaluated extensive peer reviewed studies on the safety of food from clones to support its conclusion, yet a recent report issued by the Center for Food Safety, Not Ready for Prime Time, shows the assessment only references three peer-reviewed food safety studies, all of which focus on the narrow issue of milk from cloned cows. What is even more disturbing is that these studies were partially funded by the same biotech firms that produce clones for profit. None of the studies focus on the safety of meat from cloned cows or pigs, or milk or meat from the offspring of cloned animals, and there was absolutely no data on milk or meat from cloned goats - all major issues critical to determining the safety of the proposal.

"FDA's willingness to allow the sale of meat and milk from cloned animals is yet another example of the Agency's disregard for safety in the face of industry pressure," said Wenonah Hauter, Executive Director of Food & Water Watch. "The FDA should not be allowed to use a skimpy body of evidence to allow this controversial product onto consumers' dinner tables."

Proponents of animal cloning have asserted that the technology will lead to better and less expensive dairy and meat products, but Chris Waldrop, Director of the Food Policy Institute at the Consumer Federation of America says this simply isn't true, "Consumers don't want or need cloned animals for food. Cloning will not produce safer or cheaper milk and meat. Having cloned cows produce more milk won't reduce milk prices. U.S. farmers already produce more milk than we drink and the government is required to buy the surplus. Since 1999, dairy support programs have cost taxpayers over $5 billion."

The FDA has said it will review all the public comments, and will likely make a decision on food from cloned animals by the end of the year.

Soja, Pediatría, ¿Esquizofrenia?

Por Luis E. Sabini Fernández publicado no Ecoportal


Los dictámenes de unos trescientos pediatras y nutricionistas establecieron que la ingestión de soja no era aconsejable para niños y absolutamente desechable para menores de dos años, por la abundancia de estrógenos que en organismos muy jóvenes pueden alterar los sistemas endócrinos

En setiembre, la Sociedad Argentina de Pediatría albergó a dos expertos en nutrición infantil, James Anderson y Ekhard Ziegler, estadounidenses (aunque presentados como "internacionales") que desmintieron -sin señalarlo expresamente- las conclusiones a que arribara el "Plan Nacional de Alimentación y Nutrición" convocado a mediados de 2002 por el gobierno de Duhalde y presidido por su cónyuge, cuando la crisis de diciembre de 2001 estaba aún fresca, el hambre también y una serie de organizaciones del complejo sojero habían inundado el país con el plan "Soja solidaria".

Los dictámenes de unos trescientos pediatras y nutricionistas establecieron que no se debía designar leche al jugo extraído mediante cocción de la soja por carecer de calcio, que la ingestión de soja no era aconsejable para niños y absolutamente desechable para menores de dos años, por la abundancia de estrógenos que en organismos muy jóvenes pueden alterar los sistemas endócrinos y, más en general porque los déficit alimentarios ahora presentes en el país no se "arreglan" con soja sino con alimentos conocidos, "tradicionales".

Los especialistas visitantes, a su vez, presentaron resultados de investigaciones que no sólo permiten sino aconsejan la presencia de soja en la alimentación infantil y particularmente en la de bebes, por las "excelentes propiedades nutricionales" de la soja.

¿Qué tenemos que hacer los habitantes del país? ¿Aceptar la esquizofrenia? Porque a "títulos", nadie parece ceder la derecha a nadie. Tanto es así, que Clarín Rural hizo la crónica de la presentación de los doctores norteamericanos con la consigna "Porotos para grandes y chicos" (6/9/03).

Hay dos elementos claves para "entender" el aparente pandemonium, que no es tal.

1. Los apuradísimos representantes norteamericanos, que se despidieron, casi sin responder preguntas porque literalmente perdían el avión, fueron contactados y auspiciados por una organización cuyo nombre no apareció en "los créditos", al menos directamente: provienen de las universidades de Kentucky y Iowa respectivamente, los auspicia la Fundación Bioquímica Argentina, los alberga la S. A. de Pediatría pero el verdadero eje de esta aparición fue Monsanto.

El consorcio que ostenta ese nombre debe sufrir arrebatos de modestia para preferir lucir diversos rótulos en sus frentes de actuación. En este caso, el anfitrión fue el International Life Sciences Institute, que con ese mismo nombre, sin traducirlo siquiera, tiene una oficina en Argentina. Y el Instituto de Ciencias de la Vida es un órgano de RR.PP. de Monsanto.

Con lo cual, el tratamiento de la soja ya no resulta hecho desde la investigación objetiva, sino desde una determinada finalidad extracientífica, ya sea filantrópica (afianzar la "soja solidaria"), geopolítica o empresarial.

2. El apuro de Anderson y Ziegler tal vez no les permitió observar el marco en el cual presentaron sus consejos elaborados a lo largo de una actividad suponemos que seria en EE.UU.: insistieron una y otra vez que la soja es perfectamente compatible con otros alimentos; que es altamente recomendable junto a otros alimentos. Que "utilizada dentro de una dieta balanceada, lo más variada posible" es absolutamente recomendable con sus mejoras en colesterol, etcétera.

Pero para mejorar el colesterol hay que ingerirlo primero. En carne, por ejemplo. Y el problema en Argentina, con el hambre, es que la gente no come, o no come lo suficiente. Y que la "soja solidaria" ha sido presentada como el sustituto de otros alimentos y no como su complemento.

Se ha generado una falsa oposición. Ziegler y Anderson han golpeado en puertas abiertas.

Una jugada maestra. Porque estos profesionales vienen con un mensaje, tal vez válido en EE.UU., absolutamente improcedente en Argentina, y mediante una prestidigitación mediática, aparecen aquí avalando la sojitis criolla con una realidad ajena.

Luis E. Sabini Fernández
Periodista, editor de Futuros, coordinador del seminario de Ecología y DD.HH. de la cátedra de DD.HH. de la Fac. de Filosofía y Letras de la UBA.

Por uma medicina ecológica

A versão francesa da revista inglesa The Ecologist vém com um puxão de orelha contra os agrotóxicos, comemora o centésimo aniversário da lendária ecologista Rachel Carson (que por ironia morreu de câncer) e coloca a alimentação como base da saúde humana. Pena que é só para quem entende francês....



L'Ecologiste n°22 est paru, en kiosque jusqu'à fin juillet.

Et tout d'abord, un anniversaire : le centième anniversaire de la naissance de Rachel Carson, née en 1907. Un article de L'Ecologiste n°22 rappelle les grands moments de la vie de cette figure mythique de la lutte contre les pesticides.

Le dossier de ce numéro est consacré à la santé. Comment agir pour l'améliorer ? Pour le nouveau président de la République, les problèmes et donc les solutions sont principalement d'ordre génétique. "Prenez les fumeurs dit Nicolas Sarkozy. Certains développent un cancer, d'autres non. Les premiers ont une faiblesse physiologique héréditaire. Les circonstances ne font pas tout, la part de l'inné est immense." (Philosophie magazine n°8, mars 2007). Le dossier de L'Ecologiste montre au contraire que la part de l'environnement est immense : l'hérédité ne fait pas tout. Ainsi, l'influence de l'alimentation non seulement sur notre santé physique mais aussi sur notre santé mentale et notre comportement est spectaculaire. Le dossier de l'Ecologiste présente des études anglosaxonnes inédites en France sur ce sujet. Et insiste sur les découvertes du professeur Séralini sur les dangers des OGM sur la santé. La pollution doit être combattue par des mesures concrètes, dont un panel est présenté. Loin des rêves du tout génétique de la "biologie de synthèse" que l'on découvre avec stupeur, les médecines douces, alternatives ou traditionnelles devraient être soutenues: L'Ecologiste publie un Manifeste pour une médecine écologique rédigé par les principaux acteurs du secteur. Et montre par l'exemple que les médecines alternatives peuvent être efficaces. A découvrir aussi dans ce dossier, l'automédication... animale ! Hors dossier, on lira notamment des articles passionnants sur les biocarburants. Non seulement leur culture commence à affamer le monde dès aujourd"hui, mais les industriels espèrent faire accepter les OGM via l'argument massue: si vous voulez rouler, acceptez la culture de biocarburants productifs... génétiquement modifiés ! A lire également dans ce numéro, des articles sur la victoire des Bushmen au kalahari, sur le fournisseur d'électricité écologique Enercoop, sur les dangers sociaux des nouvelles techniques de communication comme Internet ou le téléphone portable... ... et une savoureuse bande dessinée de l'association Survival international sur le "développement durable". Sommaire complet sur http://ems6.net/r/?E=XTC-DI5-9W5NY-GG-8SMVG-XWE

A Medicina Abraça a Fitoterapia...

Já se fala hoje em fitomedicina, uma tendência para resgatar o conhecimento das plantas, herdado de nossas avós, e validá-lo com o olhar da ciência.

Texto: Kátia Stringueto para Bons Fluidos
Ilustração: Luiza Ruberti

Vai chegar um tempo em que, na consulta, iremos discutir com tranqüilidade com o médico sobre a possibilidade de tomar ginseng e gingko biloba ou chá de espinheira-santa para atenuar diferentes males. E talvez saiamos do encontro com uma pomada de unha-de-gato com a mesma sensação de segurança de quando um medicamento alopático é prescrito para as inflamações tópicas. Pois observa-se um olhar mais respeitoso para a fitoterapia.

Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), por exemplo, terá início em agosto a segunda turma de médicos com o propósito de estudar as virtudes das plantas. É uma parceria com a Sociedade Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito). A primeira turma aconteceu em 2006 e reuniu 30 especialistas – clínicos gerais, ginecologistas, homeopatas, otorrinolaringologistas, cardiologistas, pediatras, pneumologistas e neurologistas. Todos convencidos de que essa é uma opção de tratamento que precisa ser resgatada e integrada ao que já fazem.

Por que agora? O clínico geral João Bosco, professor adjunto da Faculdade de Medicina de Rio Preto, enumera três motivos: "As pessoas estão mais preocupadas com uma vida saudável e isso inclui a escolha por medicamentos menos agressivos. Os gastos com a produção de remédios sintéticos estão altos. E a indústria farmacêutica percebeu que comunidades como a de índios e caiçaras têm muito contato com a natureza e detêm um grande conhecimento sobre plantas".

Custa bem menos pesquisar quando há indícios de que a substância pode funcionar. Segundo o homeopata Luiz Sérgio Passos Alves, professor da Faculdade de Medicina de Santos, "as plantas escolhidas aleatoriamente tem 0,013% de chance de se tornar um fitoterápico comercializável, e as selecionadas com base no conhecimento popular aumentam a chance para 4,8%, 380 vezes mais".

Novo Manual
A mentalidade do médico brasileiro também está mudando, como registra o otorrinolaringologista Marcos Roberto Nogueira, de São Paulo. Ele integrou o primeiro curso de pós-graduação em fitomedicina Unifesp e está envolvido em um projeto que pretende aprontar, até o início de 2008, um manual de prescrição de fotomedicamentos. O livro terá a chancela da universidade e fornecerá informações sobre cerca de 80 plantas – além do princípio ativo, constarão o nome do remédio fitoterápico, a dose recomendada, os prováveis efeitos colaterais e os estudos clínicos comprovando a ação terapêutica. Será a garantia de que os especialistas precisam. Uma pesquisa recente perguntou aos médicos se eles prescreveriam fitomedicamentos e 80% deles responderam que sim desde que tivessem garantias.

Talvez essa seja a maior diferença entre a fitoterapia, como a conhecemos, e a fitomedicina, como os médicos preferem chamar: o conhecimento empírico e o científico. Para substituir um remédio eficaz por um fitoterápico, é preciso a certeza de que esse último funciona.

O lançamento de uma pomada à base de erva-baleeira ilustra a situação. "É um antiinflamatório mais eficaz que seu similar sintético e, em pouco tempo, se tornou um líder de vendas", informa Nogueira.

Para o consumidor, a questão ganha relevância quanto mais séria é a doença. "Se você tem má digestão, não importa se vai usar uma xícara ou meia de chá de camomila. Agora, se o problema for úlcera e o médico receitar espinheira-santa, precisará ter a segurança sobre uma dose eficaz", diz Bosco.

E compara: "Imagine um antibiótico fitoterápico. A dosagem deve ser obedecida com o mesmo rigor das substâncias alopáticas".

Diálogo Aberto
O fitomedicamento pode ser mais barato, acessível e apresentar menos efeitos colaterais. Os estudos pretendem ainda afinar outra história: "A pessoa continuará a tomar seu chá, mas de forma mais respaldada", acredita Nogueira.

A fitoterapia moderna tenta recuperar o diálogo entre paciente e médico, incorporar saberes de cada cultura e disseminar o conhecimento adquirido para outras regiões. Bosco continua: "Investir na fitoterapia significa ainda ajudar o desenvolvimento da biodiversidade de diversos países – pobres, inclusive. É uma possibilidade de renda poder exportar esse know-how, em vez de importar". Em síntese, o que os especialistas demonstram é que não existe uma fitoterapia – existem várias. A fitoterapia de autocuidado (a chamada de "atenção primária", como acontece nos programas de saúde municipais e estaduais) e a fitoterapia de ponta, que pode se tornar um grande produto brasileiro de exportação. É quando todos ganham.

Experiência bem-sucedida
Há cerca de dez anos, o médico Luiz Sérgio Passos Alves, de Santos, foi convidado para ser voluntário no abrigo Vovó Benedita, uma instituição que reúne crianças para a adoção. Num sobrado de 6 x 25 m, vivem 56 crianças e adolescentes pesando entre 1,5 e 70 kg.

"Por falta de espaço, cada berço comporta três bebês na vertical e o resto é quadriliche. Imagine como uma doença se dissemina nesse meio", diz.

Homeopatas, ele e a mulher ficaram incumbidos de reduzir o número de internações, o uso indiscriminado de antibióticos e o custo com medicamento. "Achamos que só a homeopatia não daria conta e começamos a estudar fito", diz.

"Com a ajuda de Deus, da homeopatia, muita fitoterapia (xaropes à base de guaco, chá de cebola para o ouvido, chá-mate ou verde para reverter a diarréia) e uma enorme consciência solidária, o abrigo se tornou uma referência em saúde pelos baixos índices de internação (duas ao ano) e pelo uso coerente de medicamentos."

No momento, os médicos concluem uma parceria com a Universidade Santa Cecília, que produzirá gratuitamente os medicamentos utilizados no abrigo – pomada de calêndula para ferimentos, de camomila para assaduras e outros.