Vontades têm a ver com falta de nutrientes e estado emocional.
De repente, no meio da madrugada, lá vem aquele desejo incontrolável. E aí surgem as vontades mais esdrúxulas e, digamos, impossíveis. Será que alguém pode explicar os desejos que uma mulher grávida tem?
“Eu acordei num sábado de manhã, chamei o meu marido e falei estou com vontade de comer cimento!”, conta Erika Arruda. Um desejo incontrolável, que ultrapassava os limites da razão. Érica até tinha medo que o cimento fizesse mal ao bebê, mas quem disse que isso era suficiente para diminuir a vontade?
“Insisti, insisti, até que o convenci. Ele subiu num muro, pegou, lavou, coloquei na boca, mas ainda tinha medo de engolir, para não prejudicar o bebê. Então, fiquei mastigando aquilo um tempão e depois joguei fora e lavei a boca”, diz Erika. “Para mim, aquilo foi iguaria dos deuses naquele momento”.
Que vontade é essa que leva uma mulher a provar coisas tão estranhas? Nos consultórios médicos, o cardápio bizarro escolhido por algumas grávidas é definido como uma compulsão e em alguns casos, pode até ter explicação cientifica.
Cenoura todo dia, a toda hora. Até aí, um desejo do tipo convencional. Mas a grávida queria mais. “Uma vez comi uma cenoura da horta, nem quis lavar, tinha um torrão de terra junto, que foi deliciosa. Eu tinha vontade até de comer a terra mesmo”, relembra a empresária Andréa Fishmann.
Os exames pedidos pela obstetra confirmaram uma teoria do tempo da vovó: Andréa precisava de ferro, tinha anemia. “Os nutricionistas tentam associar esse desejo à deficiência de, por exemplo, ferro, zinco, cálcio, selênio, que são micros nutrientes que você tem no solo. Outros estudiosos da ciência da nutrição e da ciência do solo acham que a pessoa está comendo terra para um sentido de proteção”, explica Flávio Garcia de Oliveira, médico ginecologista.
Uma pesquisa britânica feita pela internet com 2,2 mil grávidas mostrou que 75% das entrevistadas tinham desejos por comida e um terço delas tinha vontade mesmo é de comer coisas tão esquisitas quanto carvão, pasta de dentes e sabão.
“O desejo normal é por carboidratos, por manga, por jaca. Mas esse é um desejo que passa, lá pelas 3h. O desejo compulsivo, esdrúxulo, pervertido, não passa. Ele só passa a partir do momento que a grávida consome a substância”, revela Oliveira. “Não tem como você parar, a pessoa vai consumir. Já tivemos pacientes que pegavam barro e assavam em formas para comer o torrão e comiam. Elas sabiam que não podiam, mas comiam. Isso faz parte da compulsão”, complementa o médico.
Desejos à parte, a grávida precisa seguir uma boa dieta para que o bebê se desenvolva bem. Receitas simples, com ingredientes baratinhos, ajudam as grávidas a ter uma alimentação saudável, como o frango com caju e a fritada de batata doce.
"Essas duas receitas, tanto a batata doce quanto o frango com caju, são muito ricas em vitaminas A, C e do complexo B. Com certeza, para esses desejos normais, esse tipo de alimentação vai arrefecer um pouco, porque a gente sabe que a grávida gosta muito do carboidrato. Então, fazendo esse tipo de nutrição, ela vai ter um pouco menos dos desejos normais”, aconselha Flávio.
Só que nem sempre as vontades das grávidas têm a ver com a falta de nutrientes. Muitas vezes têm fundo emocional. “A paciente realmente sente o desejo eventual por alguma coisa em especial, por uma goiaba, melancia, kiwi, e não tem explicação para aquilo que está acontecendo. Inconscientemente, muitas vezes é direcionado a uma forma de ela vincular o interesse do marido a uma participação durante o desenvolvimento da gravidez”, explica Sérgio Peixoto, médico ginecologista e professor da USP.
“Ela realmente está com vontade. Mas por que resolveu ter vontade exatamente daquilo? É uma maneira estranha da paciente buscar colaboração, buscar a cumplicidade, mas não tem nada de simulação”.
A psicóloga Geise de Almeida Silva, grávida de cinco meses, queria mesmo sentir o sabor da infância quando fez os pais saírem da grande São Paulo e fazer uma viagem de 500 quilômetros atrás de um desejo. “Queria um cheese salada do sul de Minas, da cidade de Andrelandia. Eu sentia o cheiro daquele lanche e a minha boca salivava. Tentei comer um outro cheese salada, fui em alguns lugares da cidade, mas não era o gosto”, conta. “Valeu a pena buscar este lanche. Afinal, o que a gente não faz por um filho, né?”, justifica Fátima de Almeida, mãe de Geise. O marido, Douglas Felipe da Silva, reclama mas acaba cedendo. “Eu tenho uma prima, que tem um sinal em forma de moranguinho vermelhinho. Durante a gravidez, a Fernanda, que é a mãe dela, ficou com vontade de comer morango e ela nasceu com esse sinal. Mas acho que é mais superstição, né?”, diz o marido de Geise.
Superstição ou não, ninguém quer arriscar. “Na dúvida, é melhor comer o sanduíche para não ter nada de errado!”, conclui a mãe de Geise.
De repente, no meio da madrugada, lá vem aquele desejo incontrolável. E aí surgem as vontades mais esdrúxulas e, digamos, impossíveis. Será que alguém pode explicar os desejos que uma mulher grávida tem?
“Eu acordei num sábado de manhã, chamei o meu marido e falei estou com vontade de comer cimento!”, conta Erika Arruda. Um desejo incontrolável, que ultrapassava os limites da razão. Érica até tinha medo que o cimento fizesse mal ao bebê, mas quem disse que isso era suficiente para diminuir a vontade?
“Insisti, insisti, até que o convenci. Ele subiu num muro, pegou, lavou, coloquei na boca, mas ainda tinha medo de engolir, para não prejudicar o bebê. Então, fiquei mastigando aquilo um tempão e depois joguei fora e lavei a boca”, diz Erika. “Para mim, aquilo foi iguaria dos deuses naquele momento”.
Que vontade é essa que leva uma mulher a provar coisas tão estranhas? Nos consultórios médicos, o cardápio bizarro escolhido por algumas grávidas é definido como uma compulsão e em alguns casos, pode até ter explicação cientifica.
Cenoura todo dia, a toda hora. Até aí, um desejo do tipo convencional. Mas a grávida queria mais. “Uma vez comi uma cenoura da horta, nem quis lavar, tinha um torrão de terra junto, que foi deliciosa. Eu tinha vontade até de comer a terra mesmo”, relembra a empresária Andréa Fishmann.
Os exames pedidos pela obstetra confirmaram uma teoria do tempo da vovó: Andréa precisava de ferro, tinha anemia. “Os nutricionistas tentam associar esse desejo à deficiência de, por exemplo, ferro, zinco, cálcio, selênio, que são micros nutrientes que você tem no solo. Outros estudiosos da ciência da nutrição e da ciência do solo acham que a pessoa está comendo terra para um sentido de proteção”, explica Flávio Garcia de Oliveira, médico ginecologista.
Uma pesquisa britânica feita pela internet com 2,2 mil grávidas mostrou que 75% das entrevistadas tinham desejos por comida e um terço delas tinha vontade mesmo é de comer coisas tão esquisitas quanto carvão, pasta de dentes e sabão.
“O desejo normal é por carboidratos, por manga, por jaca. Mas esse é um desejo que passa, lá pelas 3h. O desejo compulsivo, esdrúxulo, pervertido, não passa. Ele só passa a partir do momento que a grávida consome a substância”, revela Oliveira. “Não tem como você parar, a pessoa vai consumir. Já tivemos pacientes que pegavam barro e assavam em formas para comer o torrão e comiam. Elas sabiam que não podiam, mas comiam. Isso faz parte da compulsão”, complementa o médico.
Desejos à parte, a grávida precisa seguir uma boa dieta para que o bebê se desenvolva bem. Receitas simples, com ingredientes baratinhos, ajudam as grávidas a ter uma alimentação saudável, como o frango com caju e a fritada de batata doce.
"Essas duas receitas, tanto a batata doce quanto o frango com caju, são muito ricas em vitaminas A, C e do complexo B. Com certeza, para esses desejos normais, esse tipo de alimentação vai arrefecer um pouco, porque a gente sabe que a grávida gosta muito do carboidrato. Então, fazendo esse tipo de nutrição, ela vai ter um pouco menos dos desejos normais”, aconselha Flávio.
Só que nem sempre as vontades das grávidas têm a ver com a falta de nutrientes. Muitas vezes têm fundo emocional. “A paciente realmente sente o desejo eventual por alguma coisa em especial, por uma goiaba, melancia, kiwi, e não tem explicação para aquilo que está acontecendo. Inconscientemente, muitas vezes é direcionado a uma forma de ela vincular o interesse do marido a uma participação durante o desenvolvimento da gravidez”, explica Sérgio Peixoto, médico ginecologista e professor da USP.
“Ela realmente está com vontade. Mas por que resolveu ter vontade exatamente daquilo? É uma maneira estranha da paciente buscar colaboração, buscar a cumplicidade, mas não tem nada de simulação”.
A psicóloga Geise de Almeida Silva, grávida de cinco meses, queria mesmo sentir o sabor da infância quando fez os pais saírem da grande São Paulo e fazer uma viagem de 500 quilômetros atrás de um desejo. “Queria um cheese salada do sul de Minas, da cidade de Andrelandia. Eu sentia o cheiro daquele lanche e a minha boca salivava. Tentei comer um outro cheese salada, fui em alguns lugares da cidade, mas não era o gosto”, conta. “Valeu a pena buscar este lanche. Afinal, o que a gente não faz por um filho, né?”, justifica Fátima de Almeida, mãe de Geise. O marido, Douglas Felipe da Silva, reclama mas acaba cedendo. “Eu tenho uma prima, que tem um sinal em forma de moranguinho vermelhinho. Durante a gravidez, a Fernanda, que é a mãe dela, ficou com vontade de comer morango e ela nasceu com esse sinal. Mas acho que é mais superstição, né?”, diz o marido de Geise.
Superstição ou não, ninguém quer arriscar. “Na dúvida, é melhor comer o sanduíche para não ter nada de errado!”, conclui a mãe de Geise.
Um comentário:
Eu acho que é muito importante o estado emocional do paciente ao fazer tratamento. Estado emocional, muitas vezes afeta a saúde. Médico da minha família que se especializa em densitometria ossea sempre insiste sobre o estado emocional.
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