quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Medicina ecológica: a medicina que valoriza muito a alimentação e a digestão
"A medicina ecológica valoriza muito a alimentação e a digestão. Afinal a alimentação é uma das principais interações entre o organismo e o meio ambiente"
Ecomedicina ou medicina ecológica é um movimento que vem surgindo nos Estados Unidos e Europa desde a década de 90. Entretanto, é possível encontrar suas raízes desde 1965, quando foi fundada a Academia Americana de Medicina Ambiental, justamente para entender melhor o impacto do meio ambiente na saúde.
Situada em Wichita no estado do Kansas, ela oferece até hoje cursos de especialização nessa área. Entretanto segundo o médico norte-americano Andrew Weil, esse movimento cresceu mesmo a partir da década de 90, quando a consciência ambiental começou a aumentar em todo o mundo.
Medicina ecológica
A medicina ecológica parte do princípio que a saúde humana só pode ser entendida a partir da sua avaliação de um contexto que considere o ambiente onde o ser humano vive. Após o controle de muitas doenças endêmicas com medidas sanitárias e com a urbanização, os setores conservadores da medicina consideraram que as questões da saúde ligadas ao meio ambiente estavam resolvidas. Entretanto, o novo ambiente urbano trouxe novos riscos e fontes de doença aos seres humanos. Questões como a poluição, a contaminação de alimentos por resíduos químicos, e o próprio estresse gerado pela vida em grandes cidades, se tornaram sérios problemas de saúde pública.
E pior, alguns vetores e microorganismos estão se adaptando aos ambientes urbanos trazendo de volta as ameaças de epidemia, como o caso da infestação por Aedes aegypti que observamos nas cidades brasileiras.
Relação entre câncer e meio ambiente
A medicina ecológica sustenta, por exemplo, que há um aumento da incidência de câncer, em especial de mama e próstata, devido ao aumento de resíduos tóxicos no meio ambiente, tese que não é aceita pela maioria dos oncologistas. Muitos poluentes ambientais possuem capacidade de se ligar a receptores hormonais, e com isso estimular o crescimento de células cancerosas. Outros resíduos causam uma redução da eficiência do sistema imunológico em identificar e reduzir células cancerosas.
Possuindo princípios relativamente simples a medicina ecológica re-introduz conceitos importantes para melhorar a qualidade da medicina e mudar seus paradigmas. O primeiro desses conceitos é o da indivisibilidade (tanto do ser humano em partes como do individuo e meio onde ele vive), sustentando que a tendência reducionista da medicina precisa ser revista. Não é possível estudar as doenças a partir de uma ótica limitada. A medicina ecológica preconiza que a doença precisa ser entendida sob todos seus aspectos, inclusive os ambientais e os psicoemocionais. Assim os médicos deveriam ampliar sua visão e seu interesse para estar de acordo com as novas tendências da ciência mundial.
Interferência mínima com dano mínimo
Outros conceitos interessantes trazidos pela medicina ecológica que são carentes na medicina convencional é o princípio da interferência mínima com dano mínimo (“soft health care with no harm”). Hipócrates pai da medicina já frisava a importância de evitar o máximo os danos feitos ao paciente: “Primo no nocere” (em primeiro lugar não causar dano ao paciente) é um dos seus ensinamentos básicos.
Assim a medicina ecológica, apesar de não defender especificamente nenhuma linha de pensamento médico, sustenta que as medicinas complementares, que são menos invasivas, e passíveis de causar dano, devem ser as primeiras estratégias a serem implementadas. Caso não sejam eficientes, ou na dependência da gravidade e necessidade do doente, caberia então uma medida mais invasiva, como as da medicina convencional. Por isso é recomendado que o sistema primário de saúde ofereça preferencialmente medicinas complementares como acupuntura, homeopatia, osteopatia e fitoterapia.
Medicina ecológica valoriza muito alimentação e digestão
A medicina ecológica valoriza muito a alimentação e a digestão. Afinal a alimentação é uma das principais interações entre o organismo e o meio ambiente. Por isso preocupa-se muito mais com a qualidade dos alimentos, e em ofertar uma alimentação mais rica e farta em nutrientes essenciais. Assim a proposta é cuidar muito da alimentação mesmo no indivíduo saudável.
Nesse contexto a medicina ecológica valoriza muito um tema constantemente desprezado pela medicina convencional, que é a eficiência do funcionamento do fígado. O fígado possui um sistema de enzimas que detoxifica as substâncias tóxicas que entram no organismo. Existem novos estudos que mostram que vários extratos de plantas e vitaminas podem melhorar a eficiência desse sistema, com isso protegendo mais o organismo contra as toxinas do meio ambiente.
Quem estuda na Medicna Ecológica como eu, acredita que as mudanças do clima e no meio ambiente que ocorrerão nos próximos anos vão ser marcantes e trazer muito a atenção da sociedade para esse tipo de pensamento médico.
Atenção!
Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Você é o que você come
Seguindo a linha da filosofia "você é o que você come", a Abrapreci e a Quimioral lançaram, em parceria com dez chefs renomados, o livro Alta Gastronomia na prevenção do câncer de intestino. A obra, disponível para quem realizar doações à ONG no valor mínimo de R$ 100, reúne receitas criativas e saborosas para prevenir a doença, mantendo o hábito da boa mesa. A intenção é mostrar que o câncer de intestino pode ser evitável e, quando isso não for possível, pode ser diagnosticado precocemente e tratado.
"A imensa maioria dos tumores de intestino são dependentes de fatores ambientais e, dentre estes, o mais importante é, sem sombra de dúvida, a alimentação", afirmam os diretores da ONG, Angelita Gama e Paulo Arruda Alves, na abertura do livro.
A idéia é mesclar alimentação de qualidade, com princípios da Alta Cozinha e produtos indispensáveis para a dieta preventiva contra o câncer de intestino. "A Abrapreci está na companhia de competentes chefs, que se dedicaram a fazer da busca pela saúde – por meio da Alta Gastronomia – uma viagem riquíssima em sabores, cores, aromas e texturas", comentou Angelita Gama.
Fibras, pouca gordura e muito líquido estão presentes nas receitas feitas sob a orientação da nutricionista Cinthya Maggi, que também escreveu texto de introdução na obra. "É preciso que se adote uma dieta saudável para a prevenção de doenças do intestino, reduzindo o consumo de alimentos ricos em gorduras e açucares e aumentando o consumo de frutas, amidos e fibras", explica Maggi.
Chefs como Adriano Kanashiro, Allan Vila, Fabrice Lenud, Helena Rizzo Bins, István Wessel e Mara Salles criaram pratos como o sashimi de atum marinado com lula e molho oriental, paella sana e codorna com legumes, molho de damasco com laranjas e cuscuz para citar algumas das iguarias salgadas. As sobremesas não foram esquecidas, há a torta de ricota, pêra cozida no vinho e cassis com frutas secas caramelizadas e geladinho de maracujá com picadinho de frutas.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Longevidade adquirida
Outro artigo na mesma edição mostra que, embora alguns indivíduos vivam até os 100 anos ou mais por evitar doenças crônicas, outros centenários vivem com essas condições por vários anos.
O artigo menciona também estudos com gêmeos mostrando que 25% da variação de longevidade humana é atribuída a fatores genéticos. Os outros 75% são atribuídos a fatores de risco modificáveis.
A equipe de Laurel Yates, do Hospital da Mulher de Brigham, em Boston, nos Estados Unidos, avaliou um grupo de 2.357 homens, cuja participação começou entre 1981 e 1984. Os voluntários, com idade média de 72 anos, forneceram informações sobre variáveis demográficas e de saúde, incluindo peso, altura, pressão sangüínea, níveis de colesterol e freqüência de atividades físicas.
Duas vezes durante o primeiro ano de participação e uma vez a cada ano até 2006, os voluntários completaram um questionário sobre as mudanças de hábitos, estado de saúde e capacidade para realizar tarefas cotidianas.
Um total de 970 homens (41%) viveu até 90 anos ou mais. Vários fatores modificáveis, biológicos e comportamentais, foram associados com essa longevidade excepcional. “Tabagismo, diabetes, obesidade e hipertensão reduziram significativamente a probabilidade de vida até os 90 anos, enquanto exercícios vigorosos e regulares a aumentaram consideravelmente”, destacaram os autores.
“Homens com duração de vida acima dos 90 anos demonstraram melhores funções físicas, bem-estar mental e autopercepção de saúde no fim da vida, em comparação com os que morreram mais cedo. Fatores adversos associados com menor longevidade – tabagismo, obesidade e sedentarismo – também foram associados com pior estado funcional no fim da vida”, descreveram.
A pesquisa estima que um homem de 70 anos que não fuma e tem pressão sangüínea e peso normais, não tem diabetes e se exercita de duas a quatro vezes por semana tem uma probabilidade de 54% de viver até os 90 anos.
Com os fatores adversos, sua probabilidade de viver até essa idade se reduz nas seguintes proporções:
- Estilo de vida sedentário: 44%
- Hipertensão (pressão alta): 36%
- Obesidade: 26%
- Tabagismo: 22%
- Três fatores reunidos, como sedentarismo, obesidade e diabetes: 14%
- Cinco fatores somados: 4%
No segundo estudo, a equipe de Dellara Terry, da Escola de Medicina da Universidade de Boston e do Boston Medical Center, estudou 523 mulheres e 216 homens com 97 anos ou mais. Os voluntários responderam questionários sobre histórico de saúde e capacidade funcional para escrever e-mails ou telefonar.
Os participantes foram divididos em grupos por sexo e pela idade na qual desenvolveram doenças normalmente associadas ao envelhecimento: doença pulmonar obstrutiva crônica, demência, diabetes, doença cardíaca, hipertensão, osteoporose, doença de Parkinson e derrame. Os que desenvolveram essas condições após os 85 anos foram classificados como retardatários, enquanto os que as desenvolveram antes foram denominados sobreviventes.
Entre os participantes, 32% eram sobreviventes e 68% retardatários. “Os centenários que desenvolveram doenças coronárias ou hipertensão antes dos 85 anos e sobreviveram até os 100 demonstraram níveis funcionais semelhantes aos dos retardatários”, disseram os autores.
Apesar de as mulheres terem sobrevivido mais até idades extremas, os homens centenários no estudo demonstraram melhores funções físicas e mentais que as mulheres. “Uma explicação para isso pode ser que os homens precisam estar em excelente saúde e funcionalmente independentes para chegar a uma idade tão extrema”, indicaram.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Sexualização na mídia afeta saúde mental de meninas, diz estudo
A representação de jovens mulheres como objetos sexuais na mídia, prejudica a saúde mental de adolescentes, dizem especialistas americanos.
A exposição em revistas, televisão, videogames, videoclipes, filmes, letras de música, revistas, videogames e internet tem um efeito danoso para o desenvolvimento de garotas adolescentes, diz um relatório da Associação Americana de Psicologia, divulgado nesta segunda-feira.
A sexualização - que, segundo a associação, ocorre quando uma pessoa é vista como um objeto sexual e quando alguém é valorizado apenas por seu apelo ou comportamento sexual - pode levar à perda de auto-estima, depressão e anorexia.
Segundo o relatório, há exemplos da sexualização de jovens em todos esses veículos.
Os casos teriam aumentado com o surgimento de novas mídias, como a internet, e com a popularização do acesso à informação.
Entre os exemplos usados pelo relatório está um comercial de tênis que mostra a cantora Christina Aguilera vestida com uniforme escolar com a camisa desabotoada, lambendo um pirulito.
Efeitos negativos
“As conseqüências da sexualização de meninas na mídia hoje são muito reais e provavelmente terão uma influência negativa no desenvolvimento saudável das jovens”, disse Eileen L. Zurbriggen, presidente da força tarefa da Associação Americana de Psicologia que preparou o relatório e professora de psicologia da Universidade da Califórnia.
“Nós temos amplas evidências para concluir que essa sexualização tem efeitos negativos em uma série de áreas, incluindo o funcionamento cognitivo e físico, a saúde mental e o desenvolvimento sexual saudável”, afirmou.
As meninas podem acabar se sentindo desconfortáveis em seu próprio corpo, tendo problemas de auto-estima, distúrbios alimentares, depressão e uma auto-imagem sexual pouco saudável.
“Como uma sociedade, nós precisamos substituir todas essas imagens ‘sexualizadas’ com outras que coloquem as meninas em cenários positivos, que mostrem como são competentes e especiais”, disse Zurbriggen.
Segundo os psicólogos, os pais podem acabar contribuindo para o problema ou podem assumir uma posição protetora e educativa.
Responsabilidade
A associação fez um apelo para que os pais, educadores e profissionais de saúde fiquem atentos para o potencial impacto da sexualização sobre adolescentes.
“O objetivo é levar para todos os adolescentes, meninos e meninas, mensagens que levem a um desenvolvimento sexual saudável”, afirmou Zurbriggen.
O relatório recomenda ainda que as escolas tenham programas de educação sexual que mostrem aos alunos o impacto da exposição de jovens como objetos sexuais.
Para Andrew Hill, professor de psicologia médica da Universidade de Leeds, na Inglaterra, disse: "Se você olhar as revistas para meninas, é tudo sobre sexo. Nós somos uma sociedade visualmente absorvida, nossa visão das pessoas é dominada pela aparência delas".
"Uma das chaves aqui é a responsabilidade social. Os anunciantes e outras mídias precisam estar cientes de que os produtos que produzem e as imagens associadas a eles têm um impacto, e esse impacto não é sempre bom."