terça-feira, 16 de dezembro de 2008

OMS aponta as principais causas de morte


Sandra Pereira
Em todas as regiões do planeta, os homens de 15 a 60 anos correm maior risco de morte do que as mulheres na mesma faixa etária, apontou a OMS (Organização Mundial da Saúde), no relatório 'O estado da saúde mundial', lançado no dia 4 de outubro. As razões para a diferença na mortalidade entre os sexos estariam nos problemas cardíacos, de que os homens são as maiores vítimas, e na violência e conflitos sociais, sobretudo na América Latina, Oriente Médio e Europa oriental. O relatório, divulgado a cada cinco anos, traz informações sobre os 193 países-membros da OMS.

De acordo com a organização, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo, superando aids e tuberculose. No entanto, as infecções respiratórias matam mais nos países pobres, onde a malária também aparece com 3,3% do total de mortes. No bloco das nações mais ricas, a aterosclerose coronariana e o AVC são as principais causas de óbitos, seguidas de diferentes formas de câncer. Na África, a Aids continua ocupando o primeiro lugar no ranking das causas de mortes entre os adultos. Já os europeus dessa faixa etária morrem mais de doenças cardiovasculares e ferimentos.

O documento calcula que anualmente 10,4 milhões de crianças morrem no mundo, metade delas na África. Mas os dados variam muito quando analisados por região e escala de desigualdade. Na África, metade da população morre antes de completar 16 anos. Já nos países ricos, apenas 1% das mortes envolve jovens, porque a maior mortalidade é entre pessoas com mais de 60 anos.

A OMS informa ainda que, em 2004, ano de referência do relatório, 2 milhões de pessoas morreram de aids. O número deve atingir 2,4 milhões em 2012, mas, segundo a organização, as campanhas, o acesso a medicamentos e os programas de ajuda podem mudar essa tendência. No momento atual, a aids já não aparece entre as dez maiores causas de morte nos países ricos. Nos países mais pobres, o HIV ainda é a quarta maior causa de óbitos. No entanto, a organização revela que as mortes vinculadas à aids cairão para décimo lugar até 2030. Em contrapartida, as mortes por acidentes de automóveis com vítimas fatais vão aumentar de 1,3 milhão para 2,4 milhões e passarão a ser o quinto maior responsável por mortes no mundo.

Outro fator importante será o envelhecimento das populações, resultante do desenvolvimento econômico, afirma o estudo. O número de mortes por câncer vai aumentar e as doenças não-transmissíveis serão responsáveis por 75% das mortes no mundo. O câncer passará de 7,4 milhões de vítimas em 2004 para 11,8 milhões em 2030.

A violência também é identificada pelo relatório como fator que afeta a saúde da população, em especial na América Latina, em função do crescimento das mortes e traumas decorrentes dos conflitos sociais.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Exposição a produtos químicos torna machos mais femininos, diz estudo

Época
Uma compilação de pesquisas a ser apresentada amanhã pela ONG britânica ChemTrust sugere que uma de série de produtos químicos está interferindo na produção hormonal e nos órgãos genitais dos machos de várias espécies, chegando a gerar animais hermafroditas, como ursos polares.
Redação Época

A exposição de seres humanos e animais a mais de 100 mil tipos de produtos químicos é apontada como uma das principais causas de feminilização dos machos de várias espécies, segundo uma compilação de mais de 250 pesquisas feita pela ONG britância ChemTrust e a ser apresentada amanhã.

O levantamento diz que a contaminação por substâncias que alteram a produção de hormônios masculinos e interferem na formação dos órgão genitais está gerando animais hermafroditas, como algumas espécies de peixes e ursos polares, e bebês com pênis menores que o normal. A informação é do jornal inglês The Independent.

 Divulgação
FEMININOS: o urso polar é uma das espécies mais atingidas pela exposição a produtos químicos; há muitos animais hermafroditas

Muitos desses compostos químicos apontados como uma ameaça ao aparelho reprodutor masculino estão presentes no dia-a-dia das pessoas: os ftalatos, por exemplo, são usados em embalagens de alimentos e na produção de cosméticos e talcos para bebês; diversos tipos de pesticidas também alteram o nível de testosterona.

Uma das pesquisas compiladas, da Universidade de Rochester, no estado de Nova York, sugere que bebês do sexo masculino nascidos de mães com grande exposição a ftalatos têm mais propensão a possuir pênis menores e testículos indiferenciados. Outro estudo, da Universidade de Roterdã, na Holanda, chegou à conclusão de que garotos cujas mães foram expostas à substância PCB, também considerada desreguladora de hormônios, crescem com uma vontade maior de brincar com bonecas e utensílios de cozinha do que com outros brinquedos tipicamente masculinos.