sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Pobres que morrem como ricos

Por Stephen Leahy, da IPS

Especialistas em saúde alertam que as mortes por ataques cardíacos, derrames cerebrais e diabete, causadas por doenças crônicas não infecciosas, acabam com mais do dobro de vidas do que outras que são infecciosas, com Aids, malária ou tuberculose. Nos próximos 10 anos, cerca de 388 milhões de pessoas morrerão por causa destas doenças que podem ser prevenidas, provocadas fundamentalmente pelo hábito de fumar, uma dieta ruim e falta de exercício físico. Embora sejam considerada com freqüência “doenças de ricos”, a maioria destas mortes ocorreram em países pobres, segundo os autores de um artigo publicado na última edição da revista científica Nature.

“Enfrentamos uma crise sobre a qual poucos políticos e funcionários governamentais estão ao par”, alertou o principal autor do estudo, Abdallah S. Daar, do não-governamental Centor McLaughlin-Rotman de Toronto. Os países em desenvolvimento e as organizações de ajuda sanitária se concentram quase exclusivamente nas doenças infecciosas. “Mas isto equivale a apagar um fogo em um prédio em chamas desde o térreo até a cobertura”, disse Daar as IPS. A boa notícia é que existe uma solução fácil para prevenir estas enfermidades não transmissíveis.

“Com uma ação concertada podemos evitar, pelo menos, 36 milhões de mortes prematuras até 2015. Alguns destes falecimentos serão de pessoas com menos de 70 anos”, diz o artigo da Nature. O habito de fumar é a causa que pode ser combatida da maneira mais simples e o lugar óbvio para começar a agir, acrescenta. As mortes relacionadas com o tabaco chegam a cinco milhões de pessoas ao ano e estima-se que chegarão a 10 milhões até 2030, com a maior parte dos casos no Sul em desenvolvimento, informou a Fundação Mundial do Pulmão. Em comparação, a Aids mata dois milhões de pessoas e a tuberculose três milhões por ano. Além disso, afirmam os autores, as taxas de mortalidade se estabilizaram ou estão diminuindo na maioria dos países.

A exposição das crianças à fumaça de tabaco é “incrível” na China, Índia, Oriente Médio e outras regiões do mundo, disse Daar. Fumar afeta os pulmões, causa câncer e contamina o meio ambiente, entre tantos males que provoca, acrescentou. As empresas de tabaco, que estão perdendo terreno nos países ricos devido aos altos impostos e às campanhas de prevenção, concentram seu grande poder publicitário nos países pobres, que apenas podem fazer frente ao custo de comprar um produto altamente viciante e ao que o hábito de fumar impõe sobre seus sobrecarregados sistemas de saúde pública.

Campanhas educativas e a proibição de publicidade de cigarros são dois meios que podem ser usados para reduzir o número de fumantes. Milhões de vidas poderiam ser salvas se fossem adotadas as recomendações da Convenção Marco sobre Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde. Mas, muitos países precisam de ajuda para colocá-las em prática, disse Daar. Entre as recomendações que Daar e os outros autores do artigo definem com os “20 Grandes Desafios” se encontra converter estas doenças crônicas não infecciosas em uma “prioridade política”, também promovendo estilos de vida mais sãos. Os governos também devem fazer cumprir rígidas regulamentações para desestimular o consumo de tabaco, álcool e comidas não saudáveis, acrescentaram.

A falta de exercícios está custando milhões de mortes prematuras que anularão os avanços feitos na redução das doenças infecciosas”, disse aaips Stig Pramming, diretor-executivo da Aliança para a Saúde de Oxford. “Os males crônicos não transmissíveis constituem a maior fonte de enfermidade e falta de capacidade em todos os países do mundo, com a única exceção dos da África subsaariana”, acrescentou. De todo modo, nesta região ainda há pessoas que estão consumindo mais comidas não saudáveis, tomando bebidas que contêm açúcar e não fazendo exercício físico suficiente. “Alguns morrem de doenças coronárias antes de completar 40 anos”, disse Daar.

O desafio para a comunidade internacional é levar o desenvolvimento aos países pobres mas sem as suas conseqüências negativas. Muita ênfase no desenvolvimento, sem considerar a saúde, gera situações como a que atravessa a Rússia, onde o alto crescimento da economia convive com uma redução de 10 anos na expectativa de vida, alertou Pramming. No caso dos homens russos, sua expectativa de vida caiu para 58 anos, em média, contra 72 entre os britânicos. “Se a Rússia não reverter esta tendência, sua economia também começará a declinar”, acrescentou.

Por sua vez, os Estados Unidos enfrentam uma explosão de casos de obesidade, que afetam 25% da população adulta. Se nada for feito para reverter este quadro, o custo em matéria de saúde, atualmente estimado em US$ 100 bilhões ao ano, ficará tão alto que a economia do país estará em problemas, acrescentou Pramming. Nesse país – e em todo o mundo – a comida não saudável é muito mais barata do que a saudável, por isso os pobres são os mais afetados por essas doenças não contagiosas. “Os governos têm que baratear o custo de uma dieta saudável, se necessário através de subsídios”, afirmou o especialista.

É preciso uma mudança nas políticas que favoreçam as agroindústrias e a produção em massa: “É um problema complexo, mas não particularmente difícil”, afirmou Pramming. Muitos dos passos que devem ser dados se superpõem com os necessários para enfrentar a questão da mudança climática. Por exemplo, fazer com que os alimentos frescos sejam acessíveis localmente, em lugar de confiná-los em supermercados distantes que obrigam o uso do automóvel para sua compra. “Uma vida saudável contribui para ter planeta são”, concluiu.


(Envolverde/ IPS)

Percepções sobre o câncer

30/11/2007

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – Mais de 90% dos brasileiros reconhecem a necessidade de detecção precoce do câncer, mas poucos sabem quais exames devem ser feitos para detectar a doença nas fases iniciais. O fumo e a exposição ao sol são amplamente reconhecidos como fatores de risco, mas ainda é muito baixa a associação da prevenção ao câncer com a alimentação saudável.

Esses são alguns dos resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que entrevistou 2,1 mil pessoas nas regiões metropolitanas de todas as capitais do país. O objetivo foi conhecer as concepções do brasileiro em relação à doença.

No estudo, 71,96% dos entrevistados afirmaram saber o que é câncer. Apesar de 89,41% terem dito reconhecer a necessidade de detecção precoce para o sucesso do tratamento, significativos 17,6% declararam conhecer os exames necessários para a detecção precoce.

Foram citados o exame de próstata (11,68%), o ginecológico preventivo (13,52%), a mamografia (8,11%) e o exame das mamas pelo médico (9,79%). O auto-exame das mamas (2,48%), o de pele pelo médico (2,44%), o de sangue oculto nas fezes (1,6%) – importante para a detecção precoce do câncer de cólon – e o exame oral pelo dentista (0,97%) ficaram entre os menos citados.

“Fizemos a pesquisa para ver em que segmentos sociais temos que focar mais as campanhas, e também para refinar o conhecimento a respeito das percepções sobre o câncer. Uma coisa é saber o que pensa uma pessoa que tem a doença e outra é saber o que pensa a população em geral, especialmente em relação à prevenção, palavra-chave atualmente”, ressaltou o médico Luiz Antonio Santini, diretor do Inca.

A maioria dos entrevistados reconhece a importância da prevenção: 72,88% disseram que o câncer sempre pode ser prevenido, enquanto 11,09% apontaram que isso pode ocorrer em algumas situações. “Esse é um resultado positivo. Significa que estão prontos para adotar hábitos e alternativas de vida saudáveis, capazes de afastá-los de importantes fatores de risco. A pesquisa mostra um dado favorável e importante: a associação do cigarro à doença”, avaliou Santini.

Segundo ele, em relação aos exames e à prevenção, há ainda muitos obstáculos a serem vencidos. “Enquanto o câncer de colo de útero foi reduzido a um fator quase irrisório nos países mais ricos, no Brasil é a segunda causa de morte entre mulheres e o mais incidente em algumas regiões. A média de cobertura do exame de papanicolau é de 65%, enquanto o ideal seria 80%. Se separarmos entre população das cidades e do interior, veremos que, nas primeiras, a cobertura é de 80%, enquanto na segunda é bem menor. A população dos grandes centros está mais bem informada. Com essa pesquisa podemos direcionar a campanha a um público específico”, observou.

O estudo apontou também um desconhecimento sobre locais em que se pode fazer exames para detecção precoce: hospitais foram apontados por 43,39%, seguidos por clínicas (17,25%), postos de saúde (16,32%) e laboratórios (16,94%). “A porta de entrada do sistema de saúde são as unidades básicas ou primárias, os postos de saúde locais, onde são feitos os exames diagnósticos”, disse o diretor do Inca.

Quanto ao reconhecimento dos fatores de risco, os dados revelam que ainda há muito a avançar. O fumo e o excesso de exposição ao sol são os fatores de risco mais conhecidos, por 96,65% dos entrevistados. O número sobe para 100% na região Centro-Oeste e 98,04% na região Norte, seguidas pelas regiões Nordeste (97,15%), Sul (96,01%) e Sudeste (95,67%).

Já 92,41% indicaram o excesso de exposição ao sol como fator de risco. O índice mais alto foi verificado na região Centro-Oeste (97,42%). O consumo de bebidas alcoólicas em excesso foi reconhecido por 85,71% dos entrevistados.

A alimentação saudável e a prática de atividades físicas ainda não são identificadas como formas de prevenção ao câncer de forma expressiva. Dos entrevistados, 27,47% afirmam que a alimentação não tem relação com o câncer e 49,03% não relacionaram a falta de atividades físicas com o risco de adquirir a doença.

A maior parte dos entrevistados disse que o câncer pode ser tratado (78,77%) ou que, às vezes, pode ser tratado (14,74%). Apenas 4,60% afirmaram desconhecer tratamento para a doença.

Mais informações: www.inca.gov.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Evento Vivo

Dez mandamentos contra o câncer

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – A amamentação pode ser uma poderosa arma na prevenção de alguns tipos de câncer. Por outro lado, o sal em excesso ou as bebidas açucaradas, como os refrigerantes, podem aumentar as chances de desenvolver tumores no estômago.

Esses são alguns dos alertas do relatório Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção do Câncer: uma perspectiva global, lançado há duas semanas pelo Fundo Mundial para Pesquisas de Câncer e apresentado no 2º Congresso Internacional de Controle do Câncer, que terminou nesta quarta-feira (28/11), no Rio de Janeiro.

O documento reúne dez recomendações e foi resultado de uma pesquisa de cinco anos que agregou estudos de pesquisadores de diversos países. Esse segundo relatório – o primeiro foi lançado em 1997 – inclui um trabalho brasileiro sobre amamentação, da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, que serviu como base para a décima recomendação.

“O novo relatório, embora apresente recomendações similares às do texto anterior, mostra evidências mais fortes de que essas recomendações estão corretas. O grande diferencial entre as duas publicações é que a atual indica que a prevenção precisa começar ainda mais cedo do que se defendia em 1997”, disse o pesquisador inglês Geoffrey Cannon, editor-chefe do relatório, à Agência FAPESP.

O relatório demonstra a importante associação entre alimentos, nutrição e atividade física com o risco de câncer. Cannon recomenda que os cuidados com a alimentação e com exercícios físicos devem começar desde cedo. De acordo com o estudo, manter-se magro dentro de limites saudáveis, evitando o consumo excessivo de carne vermelha e bebidas alcoólicas, é uma das melhores maneiras para prevenir a doença.

Segundo Cannon, a ligação entre gordura corporal e câncer é mais direta do que se imaginava. Foram encontradas evidências convincentes da ligação da obesidade com seis tipos de câncer: de esôfago, de pâncreas, do endométrio, de rim, de mama (pós-menopausa) e colo-retal.

Outra evidência encontrada no estudo é a ligação entre carnes vermelhas e processadas com o câncer colo-retal. A indicação é que não seja ingerida mais de 500 gramas de carne vermelha cozida por semana. Cannon também ressaltou a necessidade de cuidados com o consumo excessivo de sal e de açúcar. “Como herança da culinária portuguesa, o Brasil apresenta um consumo de sal que está entre os três mais altos do mundo”, alertou.

O especialista inglês destacou a importância de as orientações brasileiras sobre amamentação terem sido incorporadas ao documento. “A amamentação reduz o risco de obesidade na criança e de câncer de mama na mulher. Essa recomendação reforça ainda a necessidade de se trabalhar a prevenção e o controle do câncer por meio de todo o ciclo de vida. A amamentação exclusiva do bebê até os seis meses ajuda a evitar a obesidade, um dos principais fatores de risco para o câncer”, destacou.

Segundo Cannon, combater a obesidade é um desafio difícil. “Quando uma pessoa se torna obesa, o funcionamento do corpo muda, por isso o foco principal do relatório é sobre a prevenção da obesidade. É essencial o limite de alimentos com alta densidade energética”, disse.

As recomendações do Fundo Mundial para Pesquisas de Câncer para prevenção da doença são:

Mantenha-se o mais magro possível, sem ficar abaixo do peso.
Mantenha-se fisicamente ativo, por pelo menos 30 minutos todos os dias.
Evite bebidas açucaradas e limite o consumo de alimentos de alto valor calórico.
Coma mais alimentos de origem vegetal, como hortaliças, frutas, cereais e grãos integrais.
Limite o consumo de carnes vermelhas e evite carnes processadas.
Se for consumir bebidas alcoólicas, limite-as a duas doses ao dia se for homem e a uma dose se for mulher.
Limite o consumo de alimentos salgados e de comidas industrializadas com sal.
Não use suplementos alimentares para se proteger contra o câncer.
Lembre sempre: não fume.
Amamente as crianças até os seis meses.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Alteração milenar

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – Apesar da falta de dados concretos sobre as causas do câncer de mama, sabe-se que cerca de 10% dos casos da doença têm fundo genético, provocados por alterações nos genes BRCA1 e BRCA2. Mas em cada país são registradas alterações distintas, tornando difícil um diagnóstico mais preciso para a doença.

Uma equipe do Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, acaba de descobrir uma dessas mutações no gene BRCA2. No entanto, o que torna o achado importante é o fato de que o grupo também descobriu que a alteração ocorre há mais de 2 mil anos, muito antes da formação de Portugal como reino independente.

“Essa é uma alteração fundadora genuinamente portuguesa. Até agora, sabemos que 23 famílias em Portugal, uma na Bélgica, uma na França e outra encontrada recentemente nos Estados Unidos possuem essa alteração, o que significa que elas têm ancestral em comum, a despeito de pertencerem a países diferentes”, disse a médica oncologista Fátima Vaz, coordenadora do estudo, que apresentou detalhes do trabalho na terça-feira (27/11), no 2º Congresso Internacional de Controle do Câncer, no Rio de Janeiro.

Com a descoberta, Portugal passou a ocupar o time dos poucos países que têm alteração fundadora em um desses dois genes. Antes da descoberta do grupo, modificações do tipo haviam sido identificadas na Finlândia, na Rússia, na Polônia e na Espanha. Judeus ashkeniazi (com origem no centro da Europa) também têm alteração genética fundadora já identificada para o câncer de mama.

“A vantagem é que quando estudamos famílias portuguesas de origem judaica e encontramos mulheres positivas para a doença, não temos que identificar outras mutações no DNA, o que é um trabalho difícil. Vamos investigar primeiramente se existe a alteração fundadora judaica, nesse caso”, explicou Fátima à Agência FAPESP.

A descoberta, de acordo com a cientista, permitirá fazer o mesmo com as famílias legitimamente portuguesas em relação à recentemente identificada alteração fundadora portuguesa. “Isso tornará o trabalho de prevenção mais rápido, uma vez que só vamos fazê-lo com aquelas mulheres que se mostrarem positivas, isto é, que apresentarem tal mutação.”

A alteração só pôde ser identificada por meio da técnica do PCR (reação em cadeia da polimerase) otimizada. “Tivemos que fazer dois PCRs de confirmação, um em nível do DNA e outro do RNA, pois esse é o que está mais próximo da proteína. Essas mutações provocam câncer de mama porque a proteína não está funcionando bem”, explicou Fátima.

Segundo a pesquisadora do Instituto Português de Oncologia, existem no mundo cerca de 1,2 mil pessoas positivas a essas mutações, todas com ancestral português comum. Desses, já foram rastreados 80, oriundos das 23 famílias portuguesas estudadas.

Ela espera agora estabelecer comunicação com pesquisadores de outros países, como o Brasil, para investigar a ocorrência de tais alterações. “Penso que provavelmente não vamos encontrar outra alteração em Portugal tão prevalente quanto essa”, disse Fátima.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Paradoxo do crescimento

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – O Brasil terá aproximadamente 470 mil novos casos de câncer em 2008 e 2009. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (26/11) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) durante o 2º Congresso Internacional de Controle de Câncer, que está sendo realizado no Rio de Janeiro.

A doença já é a principal causa de morte nos países desenvolvidos. No Brasil, é a segunda, depois das cardiovasculares. O que chama a atenção nas estimativas, no entanto, são as diferenças regionais: o mapa da incidência geral da doença (incluindo todas as neoplasias) mostra que as regiões Sul e Sudeste concentrarão o maior número de casos.

A incidência na região Norte é a menor do país, o que indicaria que o câncer tende a ocorrer com mais freqüência em regiões de maior desenvolvimento econômico. Alguns fatores podem explicar essa situação.

“O câncer aumenta à medida que as doenças infecciosas diminuem. A população passa a viver mais e adoece de outras doenças”, disse o epidemiologista Cláudio Noronha, coordenador da Área de Prevenção e Vigilância do Inca, à Agência FAPESP.

Segundo ele, o aumento de casos da doença está ligado ao envelhecimento populacional. “Quanto mais tempo uma pessoa vive, maior será sua exposição aos fatores de risco. O aumento na expectativa de vida da população brasileira, especialmente no Sul e no Sudeste, explica, em parte, as diferentes incidências entre essas e outras regiões – a taxa de envelhecimento é menor no Norte e Nordeste. Mas é importante lembrar que essas regiões são as mais populosas e recebem pessoas de todo o país”, disse.

As diferenças socioeconômicas entre as regiões também parecem pesar nas estimativas quanto ao sexo. Segundo estudo feito pelo Inca, em relação aos homens, o câncer de próstata, nos próximos dois anos, será o mais prevalente no país, mas a segunda posição indica as diferenças regionais.

Enquanto o câncer de pulmão deverá estar em segundo lugar nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o de estômago ocupará a mesma posição no Norte e Nordeste. Em relação às mulheres, os tipos mais incidentes serão o de mama (Sul, Sudeste e Centro-Oeste) e o do colo de útero (Norte).

“Os cânceres de estômago e de colo de útero estão relacionados à alimentação inadequada e à má conservação de alimentos, fatores menos comuns nas regiões mais desenvolvidas”, observou Noronha.

As estimativas por estado mostram diferentes perfis da doença. Segundo o Inca, São Paulo liderará as estimativas para todos os tipos de câncer. As maiores taxas de câncer de próstata serão observadas no Rio de Janeiro, seguido por Rio Grande do Sul e São Paulo. Os gaúchos deverão ter maior incidência de câncer de pulmão, seguidos pelos catarinenses e pelos cariocas. Esse tipo de neoplasia será mais prevalente entre mulheres no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.

“Como resultado das campanhas antitabagismo e de prevenção ao câncer de pulmão, essa doença diminuiu entre os homens, mas aumentou entre as mulheres”, disse Noronha.

O coordenador da Área de Prevenção e Vigilância do Inca também ressaltou a importância da consciência de responsabilidade de cada pessoa sobre sua saúde. “Ainda ocorrem no país cerca de 10 mil mortes anuais por doenças ligadas ao tabagismo. Além disso, vale lembrar que 40% dos casos de câncer são evitáveis. Deixando de ingerir álcool e gorduras, evitam-se os cânceres de boca e de estômago, por exemplo. As pessoas têm que se conscientizar da importância de mudar hábitos”, salientou.

As estimativas podem ser acessadas no endereço www.inca.gov.br/vigilancia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Câncer suspenso

19/11/2007 , Agência FAPESP

Potencialmente nocivas, mas ainda proibidas de se manifestar. Células cancerosas dormentes são mantidas em estado de equilíbrio pelo sistema imunológico. As que escapam acabam se desenvolvendo em tumores. A conclusão é de um estudo publicado neste domingo (18/11) no site da revista Nature.

O trabalho identificou um estágio crucial na batalha, o ponto no qual o mecanismo de defesa barra a expansão do câncer que conseguiu se esquivar pelo monitoramento inicial feito pelo organismo.

Robert Schreiber, do Departamento de Patologia e Imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e colegas usaram camundongos para mostrar que o sistema imunológico dos animais é capaz de manter o crescimento do tumor em xeque por um longo período.

Estudos anteriores haviam sugerido a existência desse estado de equilíbrio, devido ao fato de que tipos dormentes de câncer costumam se manifestar quando transferidos inadvertidamente de um determinado doador para um receptor com imunossupressão, durante transplante de órgão.

“Usamos um modelo animal de carcinogênese química primária e demonstramos que o equilíbrio ocorre. Mostramos que células tumorais em equilíbrio não estão editadas [no sentido do arranjo genético], mas se tornam editadas quando escapam espontaneamente do controle e crescem em tumores clinicamente aparentes”, descreveram os autores.

Segundo eles, o estágio agora confirmado deverá ajudar a explicar a presença de células cancerosas ocultas – em tumores na próstata, por exemplo – em indivíduos sem sintomas da doença.

Eventualmente, de acordo com os pesquisadores, a descoberta poderá ser usada para o desenvolvimento de terapias imunológicas que permitam ampliar o controle do crescimento de tumores próprio do organismo.

O artigo Adaptive immunity mantains occult cancer in an equilibrium state, de Robert Schreiber e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

30 days raw

The Supercharge Me! Experience

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Free Rice

Muito bem, agora que sei como mexer nisso aqui, farei minha estréia com um post nada científico, mas extremamente humanitário, já que essa é a missão dos médicos - e com "médicos" quero dizer e englobar todos nós, leigos ou não, que concordam com o juramento hipocrático e o seguem dentro do possível, cuidando do outro, se preocupando pelo outro, trazendo carinho e fazendo o máximo para melhorar sua qualidade de vida. Esse é o papel do médico. Esse é o papel de qualquer pessoa que carregue "humanidade" em seu espírito.

O link abaixo é um joguinho de vocabulário inglês, que ajuda na doação de arroz a países onde fome ainda é praticamente uma "epidemia":

http://www.freerice.com

Abaixo, um outro link, sobre pobreza e mortes no mundo:

http://www.poverty.com


Pois bem, através deste blog já estão sendo fornecidas informações de como diminuir, direta ou indiretamente, problemas como a fome no mundo. O vegetarianismo, o consumo de alimentos orgânicos, etc são exemplos de soluções. Contribuamos para o futuro de nossa Terra; nossa*.

*nossa = minha, sua, dos animais que aqui habitam e aos quais somos semelhantes, dos vegetais, das rochas, dos mares, do universo. Enfim, de tudo que, na verdade, se completa num frágil equilíbrio dinâmico.

FÓRUM DE MEDICINA COMPLEMENTAR E DE AGRICULTURA ORGÂNICO SOB O OLHAR DA NUTRIÇÃO

12/5/2005 - BIO BRAZIL FAIR
Nutricionista gaúcha comenta sua visita aos eventos paralelos à Bio Brazil e Natural Tech

Juntar medicinas e terapias completares com produtos orgânicos, alimentos naturais foi o melhor das Feiras Bio Brazil Fair e da Natural Tech, na opinião da nutricionista gaúcha Cláudia Lulkin, que orienta seus pacientes a se alimentarem com produtos orgânicos. “Esta salada de frutas que mistura setores preocupados com a qualidade de vida é o melhor que o evento pode oferecer. A realização de Fóruns durante o evento também foi uma grande pedida”, diz.

Outra questão importante, para Cláudia, é que o Fórum Internacional de Medicina e Terapias Complementares, o Fórum Nacional de Agricultura Orgânica e Sustentável e o Encontro de Fitoterápicos, Suplementos e Biodiversidade aconteceram em São Paulo, uma cidade formadora de opinião.

A colagem de palestras extremamente diferentes em um mesmo evento também foi interessante. “Desde as pesquisas muito científicas, feitas com ratos em laboratório, até os experimentos florais. Diferentes temas e estilos de informação estavam juntos. Apesar de bem variadas, as apresentações foram todas de muita qualidade”, atesta.

Depois de permanecer alguns meses no Velho Continente, a nutricionista de Bento Gonçalves acredita que os Estados Unidos e a Europa têm medo da riqueza brasileira com relação à biodiversidade, enquanto no Brasil, os brasileiros não a valorizam. “É por isso que a Natural Tech, a Bio Brazil Fair e os eventos paralelos a elas são tão importantes: eles trazem um pouco desta biodiversidade à mesa, ao hábito e ao conhecimento da população”, avalia.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Leite materno turbina o QI do bebê

por Nikhil Swaminathan
pela Sciam

Segundo um novo estudo, a criança amamentada possui uma variante gênica que ajuda a processar os ácidos graxos

A inteligência é inata ou influenciada pelo ambiente? Essa discussão está em pauta há mais de um século. Uma das questões mais recentes na batalha entre natureza x criação está o efeito do leite materno sobre o QI.

Pesquisas demonstraram que os ácidos graxos no leite humano podem influenciar o desenvolvimento cerebral. Utilizando esses dados como ponto de partida, um grupo de cientistas liderado por uma equipe do Instituto de Psiquiatria do King´s College London resolveu investigar como a constituição das crianças interage com o leite materno a ponto de afetar sua inteligência.

Os resultados, publicados no Proceedings of the National Academy of Science USA, revelam que o aleitamento materno pode turbinar o quociente de inteligência de um bebê se o recém-nascido possui uma versão específica de um gene, o FADS2 (sigla em inglês para desaturase 2 de ácido graxo), que afeta o processamento dos ácidos graxos.

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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Anvisa propõe limites no uso de edulcorantes

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém aberta até 25 de novembro uma consulta pública a respeito de uma nova regulamentação para estabelecimento de doses máximas de edulcorantes para alimentos industrializados. O documento traz uma tabela contendo os adoçantes, como são conhecidos, os produtos aos quais podem ser adicionados (bebidas, alimentos, gomas de mascar etc.) e a “ingestão diária aceitável” (IDA).

De acordo com a Anvisa, a IDA (expressa em mg da substância/kg de massa corporal) “é a estimativa da quantidade máxima que uma substância pode ser ingerida, por dia e durante toda a vida de uma pessoa, sem oferecer risco à saúde. A IDA é definida de acordo com os conhecimentos científicos disponíveis na época da avaliação toxicológica do aditivo”.

O documento traz os edulcorantes mais conhecidos, como aspartame, sacarina e sucralose, mas também outros menos populares, como taumatina, neotame, lactitol e outros. Quem desejar fazer sugestões de modificação da tabela ou do texto pode enviá-las diretamente à Anvisa.

Fonte: Nutritotal

domingo, 4 de novembro de 2007

Alimentos "vivos"

do MAIS VOCÊ

Alimentos "vivos".
A dieta que só usa alimentos crus e grãos germinados.

Vídeo: AQUI.